Mini Manual do Militante da Tradição

            O presente “minimanual” foi originalmente publicado em Itália pela organização tradicionalista Raido, sob a forma de dois opúsculos dedicados à Formazione del Militante della Tradizione , intitulados Il mondo della Tradizione e Unità operanti per il fronte della Tradizione . Estes dois textos foram reunidos, em 2010, num único volume e publicados em língua inglesa pela editora Arktos Media sob o título A Handbook of Traditional Living – Theory & Practice . O texto agora apresentado corresponde à tradução da referida edição em língua inglesa, tendo-lhe sido acrescentada ainda uma terceira parte (“Anexos”) da nossa responsabilidade.

  PREFÁCIO DO TRADUTOR DA EDIÇÃO EM LÍNGUA INGLESA 

A publicação do presente texto serve dois propósitos complementares: a) apresentar ao leitor uma introdução acessível ao mundo da Tradição; e b) oferecer linhas de orientação àqueles que já se encontram envolvidos na arena da política revolucionária. As Partes I e II deste volume foram originalmente publicadas separadamente em Itália, sob os títulos “Il Mondo della Tradizione” e “Il Fronte della Tradizione”. 

    A Parte I propõe-se definir a Tradição como a fonte eterna de valores espirituais e normativos que dá sentido e dignidade aos indivíduos e à sociedade de que fazem parte. Os seus autores abordam os principais aspectos da perspectiva tradicional: as noções de metafísica, esoterismo, iniciação, casta, autoridade, declínio cíclico e renovação. Os valores tradicionais são aqui apresentados como um baluarte contra o violento ataque de forças profundamente desagregadoras: A rejeição de todas as injustiças, mentiras e ilusões dá lugar a duas frentes: se a falsidade é o instrumento da subversão, a Verdade é a arma vitoriosa da Tradição.  A Verdade não é um produto humano, mas existe independentemente dos indivíduos, que no entanto têm o dever de a compreender e de a realizar por meio da acção no mundo. Essa acção é a via defendida neste volume. 

    O leitor deve, por isso, ter em mente que a exposição das doutrinas tradicionais apresentada está intimamente relacionada com a equação pessoal dos autores, que seguiram o exemplo legionário ao escolherem, como seu lema de vida, a máxima “Vita est militia super terram”. Dada a sua inclinação de kshatriya, a “Raido” não é uma associação de escritores, mas sim uma base militante : uma comunidade local composta por indivíduos que procuram manter os valores da Tradição através da actividade social e política. Quando este texto foi publicado pela primeira vez, há cerca de dez anos, destinava-se essencialmente a instruir os jovens militantes políticos das fileiras da direita radical italiana. A abordagem à Tradição apresentada neste opúsculo é, portanto, assumidamente evoliana. 

    Não há nada nestas páginas que o próprio Julius Evola não subscrevesse e, talvez, algumas coisas com que tradicionalistas de outra inclinação poderão discordar. Poderá ser esse especialmente o caso em relação à narrativa meta-histórica apresentada no Capítulo 7 da Parte I, que se baseia, quase exclusivamente, na Revolta contra o Mundo Moderno. 

    Longe de ser uma desvantagem, o espírito evoliano deste trabalho oferece ao leitor que só agora começa a conhecer o mundo da Tradição uma introdução concisa à Visão meta-histórica de um dos seus maiores porta-vozes do século XX. A orientação evoliana da primeira metade deste volume estabelece também o ritmo para a Parte II, na qual se faz uma tentativa de relacionar os valores da Tradição com a luta activa contra a Subversão na sociedade contemporânea. 

    As reflexões apresentadas na Parte II têm as suas raízes em décadas de difícil activismo político: num desejo de aprender com os erros e de cortar com ideologias estéreis. As sugestões e modelos propostos pela “Raido”, e inspirados no exemplo legionário da Guarda de Ferro romena, são aplicáveis a todas as comunidades de orientação tradicional. No entanto, se a instrução do soldado político permanece o mais explícito objectivo deste trabalho (originalmente publicado como parte de uma colecção dedicada à “Formação do Militante da Tradição”), os seus ensinamentos são aplicáveis a um âmbito muito mais vasto, já que as antiquadas noções que ele invoca – de Lealdade, Amor, Justiça e Verdade – são tão relevantes para a vida do lobo solitário como para a do homem da milícia. 

    A Frente da Tradição, independentemente da forma exterior adoptada, é acima de tudo um estado interior: uma grande Jihad a ser levada a cabo em cada momento contra os inimigos internos. 

 DO PREFÁCIO À SEGUNDA EDIÇÃO ITALIANA 

    Fomos muito encorajados na publicação deste pequeno, mas essencial, texto, que não procura ser exaustivo, mas apenas oferecer aos militantes uma oportunidade para a reflexão. O objectivo deste texto é despertar o entusiasmo pela Tradição entre aqueles que têm um mesmo temperamento e propiciar o tipo de desenvolvimento pessoal capaz de afastar os militantes de todas as formas de perversão moderna. 

    É nossa firme convicção que sem um claro ponto de referência é difícil escapar ao vórtice de decadência que, a longo prazo, poderá acabar por devorar até aqueles que em princípio se opõem à crise do mundo moderno. Frequentemente a nossa acção não dispõe de uma direcção clara; vive-se de dia em dia, ora enredado nas areias movediças do intelectualismo estéril, ora vítima sacrificial da agitação sem sentido. O militante ora fica aprisionado numa torre de marfim, ora está disposto a afrontar qualquer questão social numa tentativa de provar estar actualizado: em ambos os casos, permanece inconsciente da realidade que o rodeia. 

    Em Revolta contra o Mundo Moderno, Julius Evola defende que “sair da Tradição significava sair da verdadeira vida: abandonar os ritos, alterar ou violar as leis, confundir as castas, significava retroceder do cosmos para o caos” . A Tradição actua como uma norma: como uma lei interna e externa que deve ser seguida, particularmente em momentos de crise como o actual. Enquanto medida e norma, a Tradição deve acima de tudo moldar o nosso modo de vida e ajudar-nos a distinguir entre amigos e inimigos. Por este motivo, a doutrina tradicional não pode ser imposta: apenas pode ser escolhida livremente mediante um acto consciente de desenvolvimento interno.

     Embora alguém se possa revelar indigno das suas aspirações ou tombar perante um obstáculo, aquilo que realmente importa é a capacidade de se erguer novamente e enfrentar as dificuldades com renovada determinação. A Tradição é o suporte necessário para que o militante enfrente os desafios da vida quotidiana. O militante deve manter-se lúcido e consciente: o respeito pela verdade e pela justiça, pela Natureza e as suas leis, serão sinais tangíveis da sua ligação à Ordem transcendente que envolve totalmente o homem. 

 

 

EDIÇÃO LIMITADA

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2 Response to "Mini Manual do Militante da Tradição"

  1. Anónimo says:

    O feminismo não conseguiu conceber uma personalidade para as mulheres senão imitando a personalidade masculina

    "O que realmente equivale a uma abdicação foi assim reivindicado como sendo um "passo à frente". Depois de séculos de "escravidão", a mulher queria ser "ela mesma" e fazer o que quisesse. Mas o assim chamado feminismo não conseguiu conceber uma personalidade para as mulheres senão imitando a personalidade masculina, de modo que as "reivindicações" da mulher escondem uma falta fundamental de confiança em si mesmas, assim como a sua incapacidade de ser e de funcionar como um mulher real e não como um homem.

    Devido a tal incompreensão, a mulher moderna considerou seu papel tradicional como sendo humilhante e se ofendeu ao ser tratada "apenas como uma mulher". Este foi o começo de uma vocação errada. Por isso, ela queria vingar-se, recuperar sua "dignidade", provar seu "verdadeiro valor" e competir com os homens no mundo dos homens. Mas o homem que ela se propôs derrotar não é de todo um homem de verdade, apenas o fantoche de uma sociedade padronizada e racionalizada que não conhece mais nada que seja verdadeiramente diferenciado e qualitativo.

    Nessa civilização, obviamente, não há espaço para privilégios legítimos e, portanto, mulheres que são incapazes e não querem reconhecer sua vocação tradicional natural nem defendê-la (mesmo no plano mais baixo possível, uma vez que nenhuma mulher sexualmente realizada sente a necessidade de imitar e invejar o homem) poderiam facilmente demonstrar que elas também possuem virtualmente as mesmas faculdades e talentos – tanto materiais como intelectuais – que se encontram no outro sexo e que, de modo geral, são exigidos e estimados numa sociedade do tipo moderno. O homem, por sua vez, deixou irresponsavelmente isso acontecer e até ajudou e empurrou mulheres para as ruas, escritórios, escolas e fábricas, em todos os pontos encruzilhados e "poluídos" da cultura e da sociedade modernas. Assim, o último impulso de nivelamento foi dado".
    (Julius Evola, Rivolta contro il Mondo Moderno)

    http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2017/11/o-feminismo-nao-conseguiu-conceber-uma.html

    Anónimo says:

    Ludwig Klages e o biocentrismo

    "Ludwig Klages foi um teórico menos influente, embora ainda digno de nota, do declínio que focou não nas Altas Culturas, mas no declínio da Vida (que se põe em contraste com a mera Existência). A teoria de Klages, chamada "Biocentrismo", assume uma dicotomia entre Seele ("Alma") e Geist ("Espírito"); duas forças na vida humana que estão em batalha psicológica uma contra a outra. A alma pode ser entendida como pura Vida, impulso vital, enquanto o Espírito pode ser entendido como intelecto abstrato, pensamento mecânico e conceitual, razão, e Vontade.

    Segundo a teoria biocêntrica, em tempos pré-históricos primordiais, a Alma e o corpo do homem estavam unidos e assim os homens viviam extaticamente de acordo com o princípio da Vida. Com o passar do tempo, o Espírito interferiu na Vida humana, o que levou os homens a usarem o pensamento conceitual (em oposição ao simbólico) e o intelecto racional, e com isso começando a separação de corpo e alma. Nesta teoria, quanto mais a história humana progride, mais a Vida é limitada e arruinada pelo Espírito em um longo mas ultimamente indetível processo que termina em pessoas completamente mecanizadas, ultracivilizadas, e sem alma. "A máquina já se libertou do controle do homem", escreveu Klages, "ela não é mais a serva do homem: na verdade, o próprio homem está agora sendo escravizado pela máquina."

    O último estágio é marcado por coisas tais como uma completa desconexão com a Natureza, a destruição do ambiente natural, a maciça mistura das raças, e uma falta de verdadeira Vida, que se prevê finalmente acabar na morte da humanidade devido ao estrago feito ao mundo natural. Klages declarou, "... a derradeira destruição de tudo parece ser uma conclusão garantida."
    (Lucian Tudor, The German Conservative Revolution & Its Legacy)
    http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2017/10/ludwig-klages-e-o-biocentrismo.html

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