Ordem vs. Partido Político

(Também para assinalar o nosso primeiro ano de presença blogosférica, publicamos a primeira parte deste artigo do camarada e amigo Eduard Alcántara. O texto completo será publicado no próximo número do Boletim Evoliano.)

Por Eduard Alcántara

Escrevemos estas linhas ante o pedido que alguém nos realizou para que avaliássemos o papel que uma Ordem poderia desempenhar nos nossos dias e quais os objectivos que deveria prosseguir.

Empenhamo-nos nesta tarefa partindo do princípio de que a Ordem se encontra nos antípodas do Partido Político; que Ordem está para o Mundo Tradicional da mesma maneira que o Partido Político está para o Mundo Moderno; que a Ordem estrutura e o Partido Político divide; que a primeira dá coesão e sentido a uma determinada comunidade e que, pelo contrário, o segundo coloca em confronto os membros da sociedade em que actua; que a Ordem encarna e defende uma determinada cosmovisão e o Partido representa uma ideologia política; que dita visão do mundo de que a Ordem é portadora é de tipo Superior (Transcendente) e que, pelo contrário, a ideologia que caracteriza o Partido costuma ser de natureza materialista; que a Ordem pretende elevar a pessoa até ao Absoluto e que, pelo contrário, o Partido pretende unicamente satisfazer as suas necessidades mais primárias; que a linha traçada pela ordem é vertical enquanto que a delineada pelo Partido é horizontal; que a Ordem pretende compreender o Ser enquanto que o Partido se circunscreve ao existir; que o olhar da primeira é ascendente enquanto que o do segundo é descendente, pois a primeira pretende – encaminhando-o em direcção ao Alto – a libertação do homem em relação a tudo o que o condiciona e escraviza e, pelo contrário, o resultado da acção do segundo acaba acorrentando ainda mais o indivíduo ao inferior – isto é, às pulsões do consumismo inerente ao modo de vida promovido pela modernidade e aos baixos instintos dissolventes do hedonismo que tem nela a sua razão de ser; que a Ordem valoriza a qualidade e o elitismo e o Partido aspira à exaltação das massas e pretende erigir-se em líder da quantidade (o seu êxito depende do número de votos obtidos); que a Ordem é coisa de minorias (constituídas por aqueles que se sabem auto-governar) enquanto que o Partido abrirá as suas portas a qualquer um (independentemente das suas aptidões, qualidades e valores); que a Ordem advogará a nobre finalidade do desenvolvimento interior dos seus membros enquanto que única coisa que o Partido pretende destes são mesquinhices como contribuições monetárias (seja o pagamento de cotas ou doações), influências ou participação enquanto meros instrumentos para cumprir uma simples função mecânica (por exemplo, a colagem de cartazes durante uma campanha eleitoral…); que a Ordem exige aos seus membros enquanto o Partido lhes faz promessas; que a Ordem só percebe a noção de serviço enquanto o Partido apenas entende o servir-se; que a Ordem aspira a tornar-se a força animadora e o alento vital de unidades supranacionais (o Imperium) que tenham como pólo a Ideia (o Absoluto), e que pelo contrário o Partido não hesita em provocar a dinamitação de qualquer unidade política desde que isso lhe traga benefícios (mais poder); que a Ordem se estrutura na base dum princípio de hierarquia e que o Partido oculta os seus turvos procedimentos sob uma aparência de funcionamento democrático e fazendo do igualitarismo um dogma.

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