A Ordem da Coroa de Ferro (Excertos)
1. Os homens da Ordem têm o dever, acima de tudo, de ser exemplos vivos dos valores do puro Espírito, entendido como uma realidade transcendente, acima de qualquer valor meramente humano, acima de qualquer laço naturalista, “social” e individualista, e de defender e afirmar esses valores de formas apropriadas.
2. As devastações que caracterizam o mundo moderno impõem aos homens da Ordem a responsabilidade pela assumpção e afirmação de tais valores como distintos de formas e instituições mais ou menos historicamente condicionadas. Os homens da Ordem, notando que actualmente não existe nenhum sistema político ou social de natureza legítima, fiel a princípios superiores, mantêm-se distantes de todos eles. Podem estar presentes, e até aceitar cargos ou posições, em tais instituições, mas com o único propósito de exercer uma influência de natureza transcendente, directa ou indirecta. Quanto à distância a ser mantida em relação a todas as formas de religião, uma vez que a crescente decadência e secularização destas formas é auto-evidente, qualquer participação deve ser justificada pelo reconhecimento de valores básicos incondicionados.
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4. Existem distorções específicas da sociedade moderna, e tomar posição contra elas é uma premissa natural e essencial de aderência à Ordem. O que deve acima de tudo ser criticado com relação a isto é qualquer forma de democracia e igualitarismo, aos quais se deve opor um princípio fundador espiritual de autoridade e hierarquia. Qualquer mito “social” proletário e colectivista deve ser ainda mais combatido. Desprezo pelas chamadas “classes trabalhadoras” é um ponto essencial. Os homens da Ordem opõem-se a qualquer amiguismo, a qualquer escalada de forças inferiores até ao poder e a qualquer conceito de escalão, privilégio e poder definido em termos de dinheiro e riqueza. A tarefa dos homens da Ordem é afirmar a supremacia de valores espirituais heróicos, aristocráticos e tradicionais contra o materialismo prático, o imoralismo mesquinho e utilitarismo dos nossos tempos. Em todas as ocasiões eles erguer-se-ão em defesa destes valores e opor-se-ão e desmascararão o que os contradisser.
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6. O centro de gravidade da Ordem não reside nem numa confissão religiosa concreta nem em nenhum movimento político, e ademais, no seu espírito, a Ordem mantém-se distante de tudo o que pretende ser “cultura” no sentido moderno, intelectualista e profano. O fundamento do homem da Ordem é pelo contrário, em primeiro lugar, um modo de ser; em segundo lugar, uma dada visão da vida, como sua expressão; em terceiro lugar, os elementos de estilo para uma atitude pessoal de rectidão e coerência na vida, juntos com uma norma para o domínio da acção.
- Julius Evola, “A Ordem da Coroa de Ferro”
Excelentes tópicos para reflexão...
Um grande texto de um grande pensador!
Saudações.
http://nacionalistas.wordpress.com/
Excelente texto. Para pensar e reflectir.
saudações!
http://nacionalistas.wordpress.com/2008/04/14/uma-breve-reflexao/