Deuses e Demónios do Populismo
(via Pasquim da Reacção)
Uma das maiores demonstrações de impotência da Esquerda é a forma como vê os seus adversários. O “fáchismo” que descrevem nos seus oponentes é uma visão infantil do que foi o Fascismo na realidade, com toda a sua moral popular, estatista, restruturadora, centralizadora. Para a Esquerda, o “fáchista” é aquele que defende um conjunto de normas que não vêm da soberania popular, que não se submete ao papel instrumental da racionalidade como forma de elevar a Humanidade ao papel de realidade transcendente, que rejeita que o objectivo da vida humana seja a criação de uma sociedade em que se cumpre a panaceia do indivíduo (em que este ultrapassa a escassez e vive como Deus no seu universo particular). É evidente que os fascistas não partilhavam esse credo, mas a infantilidade mental que preside a esta dicotomia é apenas um reflexo de visões simples do mundo que reflectem a forma populista da esquerda de contemporânea.
A forma como Hitler é descrito como um inimigo da razão esclarecida (um contra-iluminista, portanto), um mero caso clínico de loucura ou um defensor do preconceito social populista (que a Esquerda veio destruir) é apenas uma forma de varrer para baixo do tapete os problemas levantados pelo paradigma moderno de que Hitler foi consequência lógica.
Afirmar que o problema de Hitler se encontra no seu desprezo pela Razão é apenas o primeiro acto da paródia. É verdade que Hitler foi um crítico da razão iluminista enquanto forma de ordenar a comunidade política. Mas também o foram Rousseau, Nietzsche ou Sartre. Não se consegue vislumbrar de que forma é que o anti-racionalismo de Nietzsche, que se encontra tão em voga nesta época pós-moderna, pode ser a causa de um mal tão grande e de tantas bençãos (Foucault, Deleuze, etc.). E quem mais do que Hitler, transformou as ciências numa forma de religiosidade política, forçando nas descrições científicas as distinções que a necessidade política forçava? O segundo acto está montado. A diferença entre o mau e os bons está na forma como os segundos fazem uso dessa racionalidade. Os maus matam pela raça, os bons pela classe social. Sartre, santificado na Europa Ocidental, afirmava o seu pacifismo enquanto defendia os campos de concentração onde se empilhavam inimigos do povo. Estaline, o maior assassino da História, era um santo que fazia o mundo adequar-se ao sonho de Marx. A diferença entre o populismo de uns (do povo, com toda a fúria socialista) e o que é dirigido a outros (a pequena burguesia, com todo o seu ódio racial) é, para o Esquerdista, toda a diferença do mundo. Mas qual é a diferença real, ou o critério para avaliar a diferença entre os preconceitos de Robespierre ou Marx, a necessidade do Terror e da destruição física e social da burguesia ou da nobreza e ou de um outro qualquer povo?
É curioso que num mundo obcecado com os campos de concentração, a abertura ao Leste tenha vindo com a total incorporação da máquina estatal comunista. Sem culpados, sem crimes, sem dias da memória histórica…
Estão nos a preparar para o quê?
Uma das maiores demonstrações de impotência da Esquerda é a forma como vê os seus adversários. O “fáchismo” que descrevem nos seus oponentes é uma visão infantil do que foi o Fascismo na realidade, com toda a sua moral popular, estatista, restruturadora, centralizadora. Para a Esquerda, o “fáchista” é aquele que defende um conjunto de normas que não vêm da soberania popular, que não se submete ao papel instrumental da racionalidade como forma de elevar a Humanidade ao papel de realidade transcendente, que rejeita que o objectivo da vida humana seja a criação de uma sociedade em que se cumpre a panaceia do indivíduo (em que este ultrapassa a escassez e vive como Deus no seu universo particular). É evidente que os fascistas não partilhavam esse credo, mas a infantilidade mental que preside a esta dicotomia é apenas um reflexo de visões simples do mundo que reflectem a forma populista da esquerda de contemporânea.
A forma como Hitler é descrito como um inimigo da razão esclarecida (um contra-iluminista, portanto), um mero caso clínico de loucura ou um defensor do preconceito social populista (que a Esquerda veio destruir) é apenas uma forma de varrer para baixo do tapete os problemas levantados pelo paradigma moderno de que Hitler foi consequência lógica.
Afirmar que o problema de Hitler se encontra no seu desprezo pela Razão é apenas o primeiro acto da paródia. É verdade que Hitler foi um crítico da razão iluminista enquanto forma de ordenar a comunidade política. Mas também o foram Rousseau, Nietzsche ou Sartre. Não se consegue vislumbrar de que forma é que o anti-racionalismo de Nietzsche, que se encontra tão em voga nesta época pós-moderna, pode ser a causa de um mal tão grande e de tantas bençãos (Foucault, Deleuze, etc.). E quem mais do que Hitler, transformou as ciências numa forma de religiosidade política, forçando nas descrições científicas as distinções que a necessidade política forçava? O segundo acto está montado. A diferença entre o mau e os bons está na forma como os segundos fazem uso dessa racionalidade. Os maus matam pela raça, os bons pela classe social. Sartre, santificado na Europa Ocidental, afirmava o seu pacifismo enquanto defendia os campos de concentração onde se empilhavam inimigos do povo. Estaline, o maior assassino da História, era um santo que fazia o mundo adequar-se ao sonho de Marx. A diferença entre o populismo de uns (do povo, com toda a fúria socialista) e o que é dirigido a outros (a pequena burguesia, com todo o seu ódio racial) é, para o Esquerdista, toda a diferença do mundo. Mas qual é a diferença real, ou o critério para avaliar a diferença entre os preconceitos de Robespierre ou Marx, a necessidade do Terror e da destruição física e social da burguesia ou da nobreza e ou de um outro qualquer povo?
É curioso que num mundo obcecado com os campos de concentração, a abertura ao Leste tenha vindo com a total incorporação da máquina estatal comunista. Sem culpados, sem crimes, sem dias da memória histórica…
Estão nos a preparar para o quê?
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