José António Primo de Rivera - Presente!
José António nasceu em 1903, no seio de uma família conservadora-monárquica. Seu pai, o General Primo de Rivera, havia em 1922 liderado um golpe de Estado, proclamando-se ditador; a sua ditadura não duraria, no entanto, muito tempo.
Diz-nos Muñoz Alonso que: “Nem pela ascendência familiar, nem pela formação académica, nem pela sua vocação, nem pelos seus usos e hábitos sociais, nem pelo seu temperamento, por nada disto José António pareceria destinado a representar a exigência e a origem motriz de um sindicalismo capaz de vertebrar os trabalhadores. José António venceu a batalha da vida consigo próprio, lutando contra as suas inclinações mais profundas”.
O que leva então o jovem José António a assumir a luta política, a lutar “contra as suas inclinações mais profundas”? Em primeiro lugar defender a honra e memória de seu pai, General Primo de Rivera, diariamente denegrida e emporcalhada. É assim que em 1931, em artigo publicado no jornal ABC proclama: “O povo de Madrid negar-me-á os seus votos? Mais um deputado republicano ou socialista não faz falta nas Cortes, porque nem a República nem o Partido Socialista têm falta de quem os defenda. Mas a memória do meu pai, sim. E este povo madrileno – que o meu pai tão bem entendia e com quem tão cordialmente comunicava – não pode deixar que o condenem sem antes ouvir a sua defesa. Um lugar nas Cortes para defender a memória do meu Pai!”
Progressivamente, durante o período que vai de 1931 a 1933, a sua “consciência do momento histórico em que vivia” acentua-se, levando-o à fundação da Falange em Outubro de 1933. Já não é a defesa da memória do pai que o move, mas sim a ideia de serviço: serviço a Espanha e a um Ideal redentor. É assim que no discurso fundacional da Falange, a 29 de Outubro de 1933, proclama: “O nosso movimento não é apenas uma maneira de pensar, é uma maneira de ser. Não nos devemos propor apenas a construção, a arquitectura política. Temos que adoptar, perante a vida, em cada um dos nossos actos, uma atitude humana, profunda e completa. Esta atitude é o espírito de serviço e sacrifício, o sentido ascético e militar da vida. Assim sendo, que ninguém pense que aqui recrutamos para oferecer recompensas; que ninguém pense que nos reunimos para defender privilégios.”
De facto, a Falange não pretende defender privilégios, nem manter o status quo. Pelo contrário, pretende a superação revolucionária da situação presente. Criticando ao mesmo tempo o liberal-capitalismo e o comunismo, a Falange e José António pretendem, através do nacional-sindicalismo, “a substituição do capitalismo”, que “só poderá dar-se quando forem alteradas (…) as formas e os centros do poder dentro da empresa; isto é, quando a empresa capitalista der lugar à empresa, de propriedade sindical ou não, em que é destruído o dualismo expresso no contrato de trabalho”.
Não tardaram as acusações de bolchevista… Aos que o acusam de bolchevismo José António dá uma resposta cabal: “O anti-bolchevismo é a posição que contempla o mundo sob o signo do espiritual. Estas duas atitudes, que hoje em dia se chamam bolchevismo e anti-bolchevismo, sempre existiram. É bolchevista todo aquele que procura vantagens materiais para si e para os seus dê por onde der; é anti-bolchevista aquele que está disposto a privar-se de satisfações materiais para sustentar valores de qualidade espiritual. Os velhos nobres, que pela religião, pela pátria e pelo Rei comprometiam as suas vidas e os seus bens, eram a negação do bolchevismo. Os que hoje, perante um sistema capitalista que grunhe, sacrificamos comodidades e vantagens materiais para conseguir um reajuste do mundo sem que o espiritual naufrague, somos a negação do bolchevismo. (…) Pelo contrário, aqueles que se aferram ao gozo de infinitas opulências gratuitas, os que consideram mais urgente a satisfação da sua superfluidade que o socorro da fome de um povo, esses sim, intérpretes materialistas do mundo, são os verdadeiros bolchevistas. E com um bolchevismo de espantoso refinamento: o bolchevismo dos privilegiados”.
Nesse mesmo discurso fundacional diz também o seguinte: “Queremos menos palavreado liberal e mais respeito pela liberdade profunda do homem. Porque apenas respeitamos a liberdade do homem quando o consideramos, como nós o fazemos, portador de valores eternos; quando o consideramos revestimento corporal de uma alma que é capaz de se condenar e de se salvar. Apenas quando o homem é assim considerado, se pode dizer que se respeita de verdade a sua liberdade, e ainda mais se essa liberdade se conjuga, como nós pretendemos, num sistema de autoridade, de hierarquia e de ordem”.
Infelizmente, a actividade frenética de José António, enquanto líder e militante, e também a sua morte precoce, com apenas 33 anos e apenas três anos após a fundação da Falange, não permitiram a sistematização do seu pensamento, disperso por artigos, ensaios e discursos, quase todos marcados pelas vicissitudes políticas do momento. No entanto, pensamos não errar ao afirmar que a concepção do homem enquanto portador de valores eternos, o sentido ascético e militar da vida (o “homem metade monge, metade soldado” de que falava), o espírito de serviço e sacrifício, a ideia de autoridade, hierarquia e ordem constituem o núcleo fundamental do pensamento político de José António.
O que leva então o jovem José António a assumir a luta política, a lutar “contra as suas inclinações mais profundas”? Em primeiro lugar defender a honra e memória de seu pai, General Primo de Rivera, diariamente denegrida e emporcalhada. É assim que em 1931, em artigo publicado no jornal ABC proclama: “O povo de Madrid negar-me-á os seus votos? Mais um deputado republicano ou socialista não faz falta nas Cortes, porque nem a República nem o Partido Socialista têm falta de quem os defenda. Mas a memória do meu pai, sim. E este povo madrileno – que o meu pai tão bem entendia e com quem tão cordialmente comunicava – não pode deixar que o condenem sem antes ouvir a sua defesa. Um lugar nas Cortes para defender a memória do meu Pai!”
Progressivamente, durante o período que vai de 1931 a 1933, a sua “consciência do momento histórico em que vivia” acentua-se, levando-o à fundação da Falange em Outubro de 1933. Já não é a defesa da memória do pai que o move, mas sim a ideia de serviço: serviço a Espanha e a um Ideal redentor. É assim que no discurso fundacional da Falange, a 29 de Outubro de 1933, proclama: “O nosso movimento não é apenas uma maneira de pensar, é uma maneira de ser. Não nos devemos propor apenas a construção, a arquitectura política. Temos que adoptar, perante a vida, em cada um dos nossos actos, uma atitude humana, profunda e completa. Esta atitude é o espírito de serviço e sacrifício, o sentido ascético e militar da vida. Assim sendo, que ninguém pense que aqui recrutamos para oferecer recompensas; que ninguém pense que nos reunimos para defender privilégios.”
De facto, a Falange não pretende defender privilégios, nem manter o status quo. Pelo contrário, pretende a superação revolucionária da situação presente. Criticando ao mesmo tempo o liberal-capitalismo e o comunismo, a Falange e José António pretendem, através do nacional-sindicalismo, “a substituição do capitalismo”, que “só poderá dar-se quando forem alteradas (…) as formas e os centros do poder dentro da empresa; isto é, quando a empresa capitalista der lugar à empresa, de propriedade sindical ou não, em que é destruído o dualismo expresso no contrato de trabalho”.
Não tardaram as acusações de bolchevista… Aos que o acusam de bolchevismo José António dá uma resposta cabal: “O anti-bolchevismo é a posição que contempla o mundo sob o signo do espiritual. Estas duas atitudes, que hoje em dia se chamam bolchevismo e anti-bolchevismo, sempre existiram. É bolchevista todo aquele que procura vantagens materiais para si e para os seus dê por onde der; é anti-bolchevista aquele que está disposto a privar-se de satisfações materiais para sustentar valores de qualidade espiritual. Os velhos nobres, que pela religião, pela pátria e pelo Rei comprometiam as suas vidas e os seus bens, eram a negação do bolchevismo. Os que hoje, perante um sistema capitalista que grunhe, sacrificamos comodidades e vantagens materiais para conseguir um reajuste do mundo sem que o espiritual naufrague, somos a negação do bolchevismo. (…) Pelo contrário, aqueles que se aferram ao gozo de infinitas opulências gratuitas, os que consideram mais urgente a satisfação da sua superfluidade que o socorro da fome de um povo, esses sim, intérpretes materialistas do mundo, são os verdadeiros bolchevistas. E com um bolchevismo de espantoso refinamento: o bolchevismo dos privilegiados”.
Nesse mesmo discurso fundacional diz também o seguinte: “Queremos menos palavreado liberal e mais respeito pela liberdade profunda do homem. Porque apenas respeitamos a liberdade do homem quando o consideramos, como nós o fazemos, portador de valores eternos; quando o consideramos revestimento corporal de uma alma que é capaz de se condenar e de se salvar. Apenas quando o homem é assim considerado, se pode dizer que se respeita de verdade a sua liberdade, e ainda mais se essa liberdade se conjuga, como nós pretendemos, num sistema de autoridade, de hierarquia e de ordem”.
Infelizmente, a actividade frenética de José António, enquanto líder e militante, e também a sua morte precoce, com apenas 33 anos e apenas três anos após a fundação da Falange, não permitiram a sistematização do seu pensamento, disperso por artigos, ensaios e discursos, quase todos marcados pelas vicissitudes políticas do momento. No entanto, pensamos não errar ao afirmar que a concepção do homem enquanto portador de valores eternos, o sentido ascético e militar da vida (o “homem metade monge, metade soldado” de que falava), o espírito de serviço e sacrifício, a ideia de autoridade, hierarquia e ordem constituem o núcleo fundamental do pensamento político de José António.
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