Lucien Rebatet: – Presente!



Nascido em 15 de Novembro de 1903 em Moras-en-Valloire, Drôme, foi um grande autor, jornalista e intelectual fascista e anti-sionista francês do século XX. Na juventude foi educado em Saint-Chamond, Loire, tendo estudado na Sorbonne entre 1923 e 1927, tornando-se agente de seguros depois de concluir os seus estudos.
Inicia a sua carreira de escritor em 1929, tornando-se crítico musical e cinematográfico (neste último caso sob o pseudônimo de François Vinneuil) para o jornal integralista Action Française. Em 1932 torna-se colaborador do jornal de direita Je Suis Partout, para o qual escreve até à “libertação” aliada em 1944.
Em 1938 tornou-se chefe de informação da Action Française (a que posteriormente chamou sarcasticamente de “Inaction Française” na sua muito aclamada obra Les Décombres) tendo trabalhado juntamente com o fundador do movimento, Charles Maurras.
Muito antes da eclosão da guerra entre a França e a Alemanha, Rebatet expressava notavelmente as suas simpatias pelo nacional-socialismo nos seus artigos para o Je Suis Partout, nos quais demonstrava que os judeus fomentavam uma guerra mundial que ansiava derrubar o regime de Hitler. Foi convocado em 1940 para o exército francês, servindo a contragosto e desejando abertamente uma guerra curta e desastrosa para a França.
Após a queda da França, tornou-se repórter de rádio para o governo de Vichy, posto que rapidamente abandonou, bem como a Action Française, para participar no jornal de Jacques Doriot, Cri du Peuple, e continuou a escrever para o Je Suis Partout.
Em 1942 Rebatet publicou o seu extenso panfleto, Les Décombres (As Ruínas), obra que foi prontamente aceite e aclamada pelo público francês, desde: «velhos do tempo de Dreyfus que com tremuras na voz me testemunhavam a sua admiração e o seu ódio pelos judeus, a estudantes de liceu corados e atrevidos, a rapariguinhas risonhas, a professores, a grandes burgueses de Passy, a senhoras de sociedade da 7ª circunscrição, a dactilógrafas, operários, donos de lojas, imponentes industriais, marxistas convertidos, antigos monárquicos encantados pelo meu desabafo de verdades sobre a Action Française e Maurras. Via surgirem figuras esquecidas desde a minha adolescência, antigos camaradas dos meus anos de miséria, tendo-me conhecido empregado de seguros a ganhar 830 francos por mês, todos abismados por me verem herói daquele festival…»
Na sua obra máxima, Les Décombres, traçou o percurso das forças que levaram a França à sua queda. Acusou firmemente os políticos da III República, tal como as suas lideranças militares e os judeus franceses, sobre os quais afirmou terem sido a causa principal dos reveses políticos e militares da França. Les Décombres é a mais clara expressão do fascismo de Rebatet, e o seu trabalho mais veementemente anti-sionista e antijudaico. No mesmo ano começou a escrever Les Deux Etendards, a sua primeira novela.
Em Agosto de 1944 Rebatet abandona a França e foge para a Alemanha, viajando para Sigmaringen (local de refúgio para as autoridades de Vichy, assim como para o mais famoso escritor francês, o colaboracionista Louis-Ferdinand Céline). Foi em Sigmaringen que Rebatet terminou Le Deux Etendards, o qual veio a ser publicado em 1952 pela Gallimard. Foi preso na Áustria em 1945.
Foi enviado de volta para a França e em 1946 foi condenado à morte, pena esta que foi comutada para uma pena de trabalhos forçados no ano seguinte. Libertado da prisão em 1952, retomou o jornalismo em 1953, tornando-se director da secção literária do Dimanche Matin. Em 1954, a Gallimard publicou a segunda novela de Rebatet, Les Epis Mûrs. A sua obra final, sobre a história da música, que havia iniciado em 1965, foi publicada por Laffont em 1969.
Rebatet continuou a proclamar a sua aderência, comprometimento e fidelidade à causa até a sua morte em 24 de Agosto de 1972. É ainda hoje, para nós fascistas, neo-fascistas, reacionários e “criminosos do pensamento” – homens nobres no meio de uma geração frívola de plebeus imbecis e lobotomizados – mais uma forte e exemplar referência, de um verdadeiro homem que soube permanecer de pé entre as ruínas, literal e literariamente, até ao fim. Num momento da sua penosa evasão para a Alemanha, depois da tomada da França pelos yankees escreveu o seguinte: «Assim que me deitei, apagada a luz, fui tomado pelo desespero. Sinto-me submergido pela humilhação, na mais terrível catástrofe da minha vida. Continuo sem remorsos, o que me poderia talvez aliviar, transformando a dor em cólera contra mim mesmo. Nunca teria podido seguir o partido dos falhados da III República, dos capitalistas anglómanos, dos militares inconscientes, desse De Gaulle com o seu séquito de comunistas, que iriam cantar os Te Deum com atitudes de vencedores. A minha opção, nada teve de vil: em primeiro lugar, a colaboração, para poupar o país às piores consequências da derrota que tínhamos previsto, obra dos nossos piores inimigos, os antifascistas de gema; depois por horror ao bolchevismo. Não solicitei qualquer lugar. Ganhei dinheiro com a minha própria pena, para defender aquilo que considerava verdade, e infinitamente menos que dezenas de milhares de traficantes, de industriais que forneciam material de guerra a inúmeras divisões da Wehrmacht. Mas desafiei a fatalidade e agora ela esmaga-me. Sou atirado para sempre para o campo dos traidores. A minha vida está perdida, a minha literatura morta…»
Nós, legionários, ousamos fazer justiça à tua memória neste Solstício de Inverno: nem traidor nem ostracizado, mas sim um dos nossos camaradas caídos!
Lucien Rebatet: – Presente!

(Texto lido durante a cerimónia de Solstício de Inverno)


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