Infiltrados no sistema

Não é nosso hábito copiar textos publicados noutros blogues mas, neste caso, e dada a pertinência do texto, reproduzimos o seguinte texto publicado no blogue Activismo Nacional:
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Infiltrados no sistema
A revolução cultural precede necessariamente a revolução política. Esta é uma ideia muito importante a ter em conta quando falamos de "infiltrar o sistema". Na maior parte das vezes, é através da cultura que conseguimos movimentar-nos dentro de áreas que de outra forma nos seriam vedadas. Também é através dela que mais facilmente conseguiremos atrair pessoas válidas para o nosso movimento e despertar outras para a situação que vivemos e para a necessidade de agir. Um livro, um filme, uma atitude, uma ideia, fazem mais que extensas agendas políticas ou soluções milagrosas.
Infiltrar os media
Na sociedade actual, extremamente mediatizada, há que tirar partido dos meios de comunicação social, para fazer passar a nossa mensagem. Para além do trabalho no seio do movimento, mas com expressão externa, como são as publicações, páginas de Internet, blogs, os fóruns, devemos aproveitar as formas de entrar nos mass media ao nosso alcance. São simples, baratas e eficazes. Na imprensa escrita podemos participar em jornais que aceitem colaborações ou chegar aos mais conhecidos através de cartas ao director. Na Internet, podemos comentar notícias ou textos, ou fazer campanhas através de e-mailing. Na televisão e na rádio, devemos aproveitar programas que aceitem participações telefónicas em directo. São apenas alguns exemplos para começar. Lembrem-se disto: a maior parte das portas vão tentar fechar-se, mas há sempre umas que conseguimos abrir.
Infiltrar a política
O trabalho em partidos e associações nacionalistas é muito importante e não deve ser descurado. No entanto, no sistema viciado em que vivemos, devemos ter presente que estes não conquistarão o poder político a curto prazo. Assim, paralelamente, há várias formas de infiltrar o sistema. Na escola e na universidade, devemos fazer listas para concorrer às associações de estudantes, ou concorrer em listas independentes, fazendo passar algumas ideias. No plano local, devemos promover e integrar movimentos independentes que defendam interesses concretos da comunidade. No plano nacional, podemos aproveitar alturas em que é possível afastarmo-nos da lógica partidária, como referendos ou discussões sobre grandes temas.
Infiltrar a escola
Para além do trabalho nas associações de estudantes, que referimos atrás, devemos aproveitar os meios dos estabelecimentos de ensino para promover debates e encontros sobre temas e autores do nosso interesse. Tentar formar ou integrar grupos dentro da escola ligados a áreas específicas. Como por exemplo, grupo de artes, teatro, cinema, rádio, jornalismo, etc. Por fim, devemos também alertar professores para determinados assuntos ou matérias e estimular a discussão de ideias nas aulas.
Infiltrar a comunidade
Devemos participar na vida da comunidade, através dos meios proporcionados pelas câmaras municipais, juntas de freguesia e associações locais. Alertar vizinhos para determinados temas e questões do interesse directo da sua terra. São também muito importantes iniciativas de apoio social que podem ser desenvolvidas localmente em pequena escala, mas com grande sucesso e impacto.
Postura
Devemos afirmar-nos pela diferença e pelo exemplo, caso contrário nunca seremos levados a sério. Não podemos ter uma postura isolacionista, nem de "dono da razão". Isso apenas fará com que os outros se afastem. Através dos meios referidos conseguiremos introduzir pouco a pouco as nossas ideias em sectores-chave da sociedade, estimulando o debate e a reflexão sobre a tragédia que se abate sobre a Europa, motivando várias pessoas a agir.
Resultados
Não devemos ser guiados pelos grandes resultados a curto prazo. O nosso combate é demorado e por isso temos que ser pacientes. Não podemos dar valor aos megalómanos que anunciam a "marcha sobre Lisboa" para amanhã e a conquista da Europa para a semana. Objectivos sobredimensionados e totalmente fora do nosso alcance servem normalmente para desculpar a ausência de trabalho. Por mais pequenos que pareçam os resultados conseguidos, são uma vitória. Essas pequenas vitórias completarão o nosso percurso à medida que formos avançando. Como diz um antigo ditado japonês: Mais vale dar um passo, por mais pequeno que seja, do que ficar parado.
O caminho faz-se caminhando. E nós sabemos para onde vamos!

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