O Estado Tradicional

O Estado tradicional é orgânico, não totalitário. É diferenciado e articulado e admite zonas de autonomia parcial. Coordena e faz participar na unidade superior forças a que reconhece liberdade. Precisamente porque é forte, não tem necessidade de recorrer à centralização mecânica: esta só é reclamada se tem de controlar uma massa informe e atómica de indivíduos e de vontades, o que, entretanto, faz com que a desordem não possa ser verdadeiramente eliminada mas contida provisoriamente. Segundo a feliz expressão de Walter Heinrich, o Estado autêntico é omnia potens, não omnia facens, isto é, detém no centro um poder absoluto que pode e deve fazer valer sem entraves em caso de necessidade ou de decisões últimas e que vai além do fetichismo do chamado “Estado de direito”. Não intervém em tudo, não impõe a vida de caserna (no sentido negativo) nem conformismo nivelador em lugar de reconhecimento livre e lealdade, como não procede a intervenções impertinentes e imbecis do domínio público ou estatal no domínio privado. A imagem tradicional corresponde à gravitação natural de sectores e unidades parciais em redor de um centro que governa sem constrangimentos, que actua por prestígio, de uma autoridade que certamente pode recorrer à força, mas da qual se abstém o mais possível. A prova da força efectiva do Estado é dada pela margem concedida à descentralização parcial e racional. A ingerência sistemática do Estado não pode ser um princípio, a não ser que se trate de socialismo de Estado tecnocrático e materialista.
Por contraste, a missão essencial do Estado autêntico é criar um determinado clima geral, em certo sentido imaterial, como foi próprio a todos os regimes da época precedente. É a condição necessária para que tal sistema, onde a liberdade é sempre o factor fundamental, tome forma de modo praticamente espontâneo e funcione de maneira justa, com um mínimo de intervenções rectificadoras.

- Julius Evola, "O Fascismo vista da Direita"

1 Response to "O Estado Tradicional"

  1. Anónimo says:

    Ouçam com muita atenção…
    Vejam o desabafo da polícia em relação à escumalha e à escumalha “governativa e legislativa” que protege esta gente.
    http://www.youtube.com/watch?v=C8_X8qDrDUI&feature=related

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