A autarquia económica (I)
Passando a outro ponto, o que diz respeito à economia nacional e às suas relações com o estrangeiro, é comum em muitos meios condenar o princípio fascista da autarquia e considerar esta absurda. Pessoalmente, não estamos de acordo com semelhante condenação.
No domínio das nações, e não menos no das pessoas, um dos maiores bens é a liberdade, a autonomia. Essa exigência foi afirmada de modo especial por Mussolini ao afirmar: “Sem independência económica, a autonomia da nação fica comprometida. Mesmo o povo de elevadas capacidades militares pode ser vergado pelo bloco económico” (1937). Segundo ele, pois, a nova fase da história italiana devia “ser dominada por este postulado: tão depressa quanto possível, conseguir-se o máximo de autonomia na vida económica da nação” (1936). Falar de “mística da autarquia” (1937) tem de ser levado à conta de um abuso da palavra mística que caracterizou os últimos anos do Fascismo. Entretanto, apoiando-nos na própria origem da palavra, poderia falar-se de ética da autarquia: vem-nos da antiguidade greco-romana, especialmente das escolas estóicas, que professavam a ética da independência e da auto-soberania da pessoa, valor que sempre se jurava seguir quando se tornava necessário o severo princípio de abstine e substine.
O princípio fascista da autarquia pode ser considerado, pois, uma espécie de extensão dessa ética no plano da economia nacional. Se necessário, manter um nível geral de vida relativamente baixo, adoptar a austerity, que, aliás, num contexto diferente, foi praticada aqui e ali por outras nações depois da guerra, mas garantir o máximo de independência, orientação que aprovamos sem hesitar. No caso de uma nação de recursos naturais limitados como a Itália, o regime de autarquia e austeridade inscrevia-se precisamente na direcção justa. Relativamente ao curso da vida nacional, achamos perfeitamente normal uma situação oposta a tudo o que hoje temos: entre outras coisas, aparente prosperidade geral e despreocupação no dia-a-dia acima das possibilidades de cada um, défice assustador do orçamento de Estado, instabilidade sócio-económica extrema, inflação galopante e invasão de capital estrangeiro, cujas consequências se traduzem em múltiplos condicionamentos visíveis e invisíveis.
Naturalmente, não é necessário ir muito longe no sentido contrário. A analogia que a todos os níveis nos oferece o comportamento de um homem digno desse nome, serve-nos de guia. Esse homem pode favorecer o desenvolvimento do corpo e o bem-estar físico sem com isso se tornar escravo. Sempre que necessário refreia certos impulsos, mesmo ao preço de sacrifícios, e obriga-os a obedecerem a exigências mais elevadas: é indiferente a esse homem enfrentar tarefas que reclamam tensões especiais. Para tornar possível o que corresponde à própria orientação no plano nacional é que devem estabelecer-se relações justas entre o princípio político do Estado nacional orgânico e o mundo da economia, a parte corporal do Estado.
No domínio das nações, e não menos no das pessoas, um dos maiores bens é a liberdade, a autonomia. Essa exigência foi afirmada de modo especial por Mussolini ao afirmar: “Sem independência económica, a autonomia da nação fica comprometida. Mesmo o povo de elevadas capacidades militares pode ser vergado pelo bloco económico” (1937). Segundo ele, pois, a nova fase da história italiana devia “ser dominada por este postulado: tão depressa quanto possível, conseguir-se o máximo de autonomia na vida económica da nação” (1936). Falar de “mística da autarquia” (1937) tem de ser levado à conta de um abuso da palavra mística que caracterizou os últimos anos do Fascismo. Entretanto, apoiando-nos na própria origem da palavra, poderia falar-se de ética da autarquia: vem-nos da antiguidade greco-romana, especialmente das escolas estóicas, que professavam a ética da independência e da auto-soberania da pessoa, valor que sempre se jurava seguir quando se tornava necessário o severo princípio de abstine e substine.
O princípio fascista da autarquia pode ser considerado, pois, uma espécie de extensão dessa ética no plano da economia nacional. Se necessário, manter um nível geral de vida relativamente baixo, adoptar a austerity, que, aliás, num contexto diferente, foi praticada aqui e ali por outras nações depois da guerra, mas garantir o máximo de independência, orientação que aprovamos sem hesitar. No caso de uma nação de recursos naturais limitados como a Itália, o regime de autarquia e austeridade inscrevia-se precisamente na direcção justa. Relativamente ao curso da vida nacional, achamos perfeitamente normal uma situação oposta a tudo o que hoje temos: entre outras coisas, aparente prosperidade geral e despreocupação no dia-a-dia acima das possibilidades de cada um, défice assustador do orçamento de Estado, instabilidade sócio-económica extrema, inflação galopante e invasão de capital estrangeiro, cujas consequências se traduzem em múltiplos condicionamentos visíveis e invisíveis.
Naturalmente, não é necessário ir muito longe no sentido contrário. A analogia que a todos os níveis nos oferece o comportamento de um homem digno desse nome, serve-nos de guia. Esse homem pode favorecer o desenvolvimento do corpo e o bem-estar físico sem com isso se tornar escravo. Sempre que necessário refreia certos impulsos, mesmo ao preço de sacrifícios, e obriga-os a obedecerem a exigências mais elevadas: é indiferente a esse homem enfrentar tarefas que reclamam tensões especiais. Para tornar possível o que corresponde à própria orientação no plano nacional é que devem estabelecer-se relações justas entre o princípio político do Estado nacional orgânico e o mundo da economia, a parte corporal do Estado.
- Julius Evola, "O Fascismo visto da Direita"
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