A etapa tradicionalista de Evola: Influencias
A configuração final da cosmovisão de mundo tradicional do mestre romano, tem influências definitivas, de forma especial, em três autores: René Guénon, J.J. Bachofen e Hermann Wirth.
Do Francês Guénon, Evola faz sua a caracterização de duas categorias existenciais e vitais, as que em diferentes épocas o homem tem aderido, que são 'O Mundo da Tradição' e 'O Mundo Moderno'.
A visão do mundo e da existência, é próprio de cada um delas e tornar-se-á o eixo a partir do qual o mestre italiano fará girar os vários estudos que realizou ao longo destas quatro últimas décadas e meia da sua vida.
A antítese representada, de um lado, por um tipo de homem ( O Homem da Tradição (1) ), que consagra toda a sua existência e que o faz dentro das comunidades que fazem o mesmo (Mundo Tradicional) e, por outro lado, por outro tipo de homem (o homem moderno), assim como por outro tipo de sociedade cujos laços com Alto estão quebrados, e cujos integrantes são forçados ao mais rude materialismo (mundo moderno), irá fornecer, como antítese, a Evola as chaves definitivas para ajustar o foco de todas as suas análises e estudos.
Do Suiço J.J. Bachofen retirará bastante dos seus trabalhos sobre a morfologia dos dois tipos de culturas e civilizações antagónicas que foram sucedendo ao longo da história da humanidade: umas de tipo patriarcal, que entende do aristocrático, do diferenciado, da forma, e do hierárquico, e de um tipo de espiritualidade viril, apolínea, solar e Olímpica. e outras, por outro lado, de tipo matriarcal que entende do ginecocrático, igualitário, do promíscuo e indiferenciado, e dos cultos de carácter telúrico, ctonio e Lunar.
Deve-se, em outros assuntos, assinalar que o autor suíço adquire o direito de um certo evolucionismo que Evola não compartilha, pois situa as origens do discurso humano pelo tempo, as sociedades de carácter matriarcal que tinham sido, felizmente em determinados períodos, substituídas - num sentido evolutivo – por outras de carácter patriarcal, quando, contrariamente a esta abordagem, o mestre italiano situa as origens (e de acordo com as diferentes tradições e textos sacro-sapientes) das comunidades patriarcais (na Idade do Ouro ou Satya-yuga) e, posteriormente a estas - como resultado de um processo involutivo, de queda - das sociedades de natureza matriarcal.
Do Holandês Hermann Wirth, Evola mostra muito interesse pelas suas investigações arqueológicas, já que através das constatações efectuadas pelo pesquisador holandês (em que o elemento rúnico não é exactamente trivial) se demonstre que, embora a origem dos povos Indo-Europeus esteja localizado na cultura escandinava Ertebolle-Ellenberk, estes povos são os herdeiros de outros proto-indoeuropeus cujas origens remontam ainda mais a norte.
É assim que Evola reverte o seu lugar original para os míticos (2) Thule ou Hiperbórea da tradição greco-romana, a Aryanem Vaejo do Avesta iraniano ou a esse Monte Meru que falam os Vedas ... a essa terra que teria estado localizada na latitudes mais setentrionais do planeta, e em que teria acontecido a Idade de Ouro ou Satya-yuga (ou Satya-yuga): a Tradição Primordial.
As contribuições desses três autores, são capitais pata o mestre romano na hora do seu desenvolvimento de uma metafísica da história, de uma morfologia do Mundo da Tradição e do mundo moderno.
NOTAS:
• Algumas das principais características que definem este tipo de homem podem ser lidas no nosso livro “El Hombre de la Tradición” (Editorial EAS).
• “La etapa filosófica de Evola: influencias”:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/21/la-etapa-filosofica-de-evola-influencias/
• O carácter mítico desse lugar originário da Idade de Ouro, seguramente se reveste de um carácter também real, como por exemplo, pensamos que é demonstrado pela leitura do trabalho do autor indiano Bal Gangadhar Tilak “El hogar ártico de los Vedas” (Editorial Retorno).
Autor: Eduard Alcántara
Traduzido de:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/25/la-etapa-tradicionalista-de-evola-influencias/
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