Novidade editorial
sexta-feira, agosto 21, 2015
12:44 da tarde
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LEGIÃO VERTICAL
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As crises económicas do capitalismo. A política ao serviço da economia
Por Eduard Alcántara
Hace un tiempo, coincidiendo con el punto más álgido alcanzado por la última crisis económica española, un amigo, desde allende los mares, nos pidió que le aclaráramos algunos puntos acerca de sus causas y del comportamiento y funcionamiento generales del sistema económico hegemónico en la mayor parte de nuestro planeta. Nosotros, además, le explicamos cómo la inoperancia del sistema económico capitalista no está exenta de relación con el mismo sistema liberal de partidos políticos.
Pero antes que nada le recordamos aquella máxima, como resumen de todo lo que había sucedido y sucede, de que la banca siempre gana.
Continuar a ler aqui.
Boletim Evoliano - número duplo
segunda-feira, agosto 03, 2015
5:23 da tarde
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LEGIÃO VERTICAL
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A Lição do Haiti
sábado, agosto 01, 2015
6:31 da tarde
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LEGIÃO VERTICAL
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Solidariedade para com Marcelino da Mata
Recebemos um conjunto de e-mail's que passamos
a transcrever:
Caros
Amigos (as)
Venho
apelar à vossa generosidade no apoio monetário ao Marcelino da Mata.
Eu já
remeti 100 Euros. Espero que muitos o façam ou o que puderem dentro
das suas possibilidades e se conseguirem arranjar um mecenas, a quem o
dinheiro não lhe faça muita falta, ainda melhor. A conta indicada está em
nome do seu advogado, Dr. Alexandre Lafayette, que mais uma vez tenta resolver os seus problemas.
das suas possibilidades e se conseguirem arranjar um mecenas, a quem o
dinheiro não lhe faça muita falta, ainda melhor. A conta indicada está em
nome do seu advogado, Dr. Alexandre Lafayette, que mais uma vez tenta resolver os seus problemas.
* * *
Exmo.
Senhor
General
xxxxxxxxxxxxx
Consegui,
in extremis, evitar que o andar do Marcelino da Mata fosse hoje vendido através
do Tribunal de Sintra.
Trata-se
de uma divida à Caixa Geral de Depósitos resultante da falta de pagamento de um
empréstimo contraído por uma patricia do Marcelino da Mata em que ele foi
avalista.
Como a
Senhora desapareceu para parte incerta (conta que foi para Inglaterra, o nosso
amigo, uma vez mais, responde por dividas de terceiros porque, segundo creio,
julga que apor uma assinatura num papel cujo conteúdo não percebe é o mesmo que
beber um copo de água.
Consegui
negociar com a C.G.D a divida reclamada por esta, inicialmente de €57.800,00,
valor que estava manifestamente errado porque a C.G.D já havia recebido o
produto da venda de um imóvel da "amiga da onça" do Marcelino (Cfr.
doc 1).
A C.G.D
reclama agora o pagamento de € 35.609,39.
Destes
apenas €1.608,15 corresponde a Capital.
De
juros são €29.501,23.
De
despesas processuais e judiciais são cerca de €4.500,00.
Face à
exorbitância do montante de juros solicitei uma redução de cerca de 50%, isto
é, aproximadamente €14.000,00, e o pagamento mensal de €600,00, que já se
iniciou, para pagamento de divida.
A
C.G.D, porém, só admite um ajuste da importância global se se "apresentar
uma proposta que vise a entrega de um montante único, com pagamento
imediato" - email de 6.7.2015, que não posso enviar por ser oriundo do
escritório dos advogados da C.G.D.
Face ao
que antecede, pretendia apresentar à C.G.D uma proposta de pagamento único e
global, para arquivar o processo, no montante de € 20.000,00 (vinte mil euros).
Todavia,
o nosso Amigo Marcelino tem a conta bancária a zeros e, até há pouco tempo, com
o hábito de ser a muleta dos guineenses.
Assim,
só se houver uma colecta, entre a "velha guarda", para juntar
€20.000,00 é que será possível arrumar o assunto, poupando-se cerca de €
15.000,00.
Se tal
não for possível terei de negociar com a C.G.D o pagamento em prestações dos
€35.609,39, a que acrescerá as despesas do contrato a estabelecer com a C.G.D.
Disto
resultará um encargo mensal de cerca de €750,00, a deduzir à pensão de reforma
do veterano de guerra, já que a C.G.D não aceita um mútuo por período superior
a cinco anos porque o Marcelino já tem 75 anos de idade.
E o
empréstimo para amortizar a divida, que era da "amiga da onça",
implica hipotecar o andar do nosso Amigo.
Todo
este arrazoado, como o meu General já depreendeu, visa "apalpar o
terreno", isto é, saber se será viável, junto da "nossa gente",
criar um fundo que permita resolver o problema do Marcelino da Mata.
Assim,
e caso concorde, agradeço que junto da "nossa gente" pergunte se há
disponibilidade para esta "justa luta".
Se a
reacção for positiva teremos de abrir uma conta bancária para esse efeito a
qual deverá ficar no nome de, pelo menos, duas pessoas, para que não se
levantem quaisquer suspeitas e serem apresentadas contas.
Tomo,
desde já, a liberdade de enviar este email para um grupo de amigos "xx xxxxxxx",
onde, entre outros, está o nosso Coronel Comando xxxx xxxxxxx.
Agradeço
a atenção dispensada e queira aceitar os meus melhores e mais respeitosos
cumprimentos, aguardando, entretanto, resposta a esta mensagem.
Com a
amizade de um veterano, hoje combatente de caneta.
Alexandre
Lafayette (advogado)
* * *
Carissimo
xxxxxxxxxxx
A
Justiça não se agradece.
Constitui
imperativo de justiça tratar com dignidade os nossos semelhantes e, por maioria
de razão, quem como o MARCELINO DA MATA honrou o Hino, como muito poucos, no
CAMPO DA VERDADE.
O nosso
companheiro Marcelino e sua família não irão, decerto, dormir ao relento se a
"Velha Guarda" continuar a ser o que foi.
Um
abraço fraterno para si e todos a todos os bons portugueses.
Aqui
vai o NIB da conta aberta no BBVA - Agência sita frente ao Corte Inglês - e que
se destina, exclusivamente, a resolver o problema do velho, Heroico e Leal
Combatente Marcelino da Mata.
NIB: 0019
0042 0020 0022 3090 9
Alexandre
Lafayette
Novidade editorial – Os crimes dos bons
quinta-feira, julho 16, 2015
9:04 da tarde
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LEGIÃO VERTICAL
Etiquetas: Citações , Documentos , Imagem/vídeo
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Os interessados em adquirir esta obra deverão enviar um e-mail para clinica.ans@gmail.com
Vivemos há 70 anos em plena falsificação histórica. Falsificação hábil, que começou por arrastar as imaginações populares para depois se apoiar na conspiração dessas imaginações. Disse-se: eis como eram bárbaros os vencidos da última guerra mundial, que, para cúmulo, foi desencadeada por eles. E acrescentou-se: recordai o que sofreram os países ocupados e o que teriam sofrido os que não foram invadidos se os nobres Aliados não tivessem preservado a sua neutralidade. Inventou-se inclusivamente uma filosofia dessa falsificação, que consiste em explicar-nos que não importa o que uns e outros eram realmente, que só conta a imagem criada e que essa é a única realidade. E assim, duas centenas de carrapatos da imprensa, da rádio e da televisão, criadores da chamada “opinião pública mundial”, foram promovidos à existência metafísica. (...)
Não
obstante, deve haver outra realidade. Há outra realidade. Frente aos crimes dos
vencidos, reais ou inventados e exagerados em progressão geométrica, falta
qualquer coisa. Mesmo para o espírito mais medíocre, é evidente que deve haver
algo mais; que, frente aos demónios do nazismo, houve, não anjos, mas seres
humanos, muito humanos, demasiado humanos, que cometeram atrocidades e crimes.
Decidimos
narrar esses crimes, pelo menos os mais relevantes, sem nos limitarmos ao
relato cronológico dos abusos militares e civis propiciados pelos políticos
aliados durante a II Guerra Mundial. A nossa relação abrange os crimes cometidos
pelos “bons” entre 1933 e 1982, ou seja, durante meio século de “fascismo”, ou
o que os mass media denominam com
esse nome. Os “bons” são, evidentemente, os que a imprensa, a rádio e a
televisão apresentam como tais: os democratas do leste e do oeste, os
“anti-colonialistas” que desde 1945 integravam os chamados “movimentos de
libertação” das colónias dos que antes eram “bons”. Naturalmente, muitos dos
“bons” de ontem – praticamente todos os países europeus e a América – perderam
essa categoria em benefício do que geralmente se denomina “a esquerda”. Assim,
o general Patton, que era “bom” durante a II Guerra Mundial, passou a “mau” ao
fim de pouco tempo, como passaram a ser “maus” os generais Vedemeyer, Clarck e
Mac Arthur, o senador McCarthy, o presidente Chang-Kai-Chek, o general De
Gaulle, o presidente Nixon, etc., etc.
Uma
vez que os crimes dos “maus” foram exaustivamente relatados pelos vencedores,
fotografados, dissecados, expostos, retocados, exibidos e exagerados, quando
não inventados, consideramos supérfluo epilogar de novo sobre eles. Disso nos
ocupámos noutro lugar. Nas páginas seguintes, e dentro da tónica geral desta
época de “desmitificação” de ídolos, cujo fim suplementar é desenvolver a
virtude da modéstia entre os vencedores, apresentamos os crimes dos “bons”,
baseando-nos, não em testemunhos emanados dos miseráveis vencidos, mas dos
virtuosos vencedores. Dos consagrados pela “opinião pública” e por duas
centenas de escribas mercenários portadores da espada flamejante da acusação em
nome da humanidade. (...)
-- excerto do Prólogo
Legionários ibero-americanos
quarta-feira, junho 17, 2015
10:18 da tarde
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Francis García faleceu
sexta-feira, abril 24, 2015
4:39 da tarde
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Etiquetas: Citações , Comentário , Doutrina
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Por Ernest Milà
Conheci Francis García em Madrid durante uma reunião dos Círculos Doctrinales José Antonio, num
escritório que tinham na calle
Ferraz. Presidiu à reunião Diego Márquez e Carlos Ruiz Soto. Deve ter sido por
volta de 1973. Pretendia-se preparar as “concentrações nacionais” dos Círculos. Francis estava sentado na
primeira fila e, como era seu hábito, começou sussurrar-me acerca do que se
dizia na mesa presidencial. Na verdade, nem ele nem eu nos encaixámos muito
naquele ambiente, o qual acabámos por abandonar como uma fase não
particularmente feliz da nossa vida. Mas essa primeira conversa foi o início de
uma grande amizade e camaradagem que haveria de permanecer até um dia e meio
antes de decidir pôr termo à vida. Na verdade, trocámos um último e-mail e a
notícia seguinte que eu tive dele foi a da sua morte.
Francis era um homem especial. Todos os que o conhecemos
podemos atestar isso. E era muito jovem. Não se encontra duas pessoas como ele
por esse mundo fora. Intelectual tradicionalista, praticante do Budismo desde o
Verão de 1978, militou no Círculo José
Antonio, de Saragoça, na Frente Nacional da Juventude e na Frente da
Juventude, tendo vindo a ser detido no ataque que pulverizou esta organização
em Junho de 1980. Não obstante isto, continuaria ao longo da sua vida a sua
busca espiritual, reunindo uma biblioteca muito extensa, provavelmente com mais
de 10.000 volumes, dedicados a temas de espiritualidade que sempre constituíram
o cerne da sua existência. Devido ao seu contexto familiar e ao seu talento
para idiomas, essa biblioteca – que considero única em Barcelona – englobava
livros em todas as línguas. No entanto, foi, sem dúvida, a biblioteca mais
caótica e desorganizada que eu já conheci, mas também a mais completa: bastava
pedir um título que era logo localizado em qualquer saco de plástico ou na
borda de uma prateleira esquecida.
O seu mundo era a espiritualidade: dominava desde muito
jovem a obra de Evola e de René Guénon. Conheceu Schuon e mestres sufis, assim
como budistas e taoistas. Mantinha correspondência e amizade com intelectuais
franceses desta corrente. Porém, os seus interesses intelectuais iam muito além
da espiritualidade: sociologia, política internacional, estudo da modernidade,
ecologia, sociedades secretas foram outros alvos da sua curiosidade. Raro era o
dia em que não comprava um ou mais livros. Não há muitas pessoas assim. Sempre
se interessou por pontos de vista alternativos. Quando surgiram os protestos do
“não à guerra”, em 2003, Francis foi um dos que organizaram a grande
manifestação pelas ruas de Barcelona, gritando contra a intervenção dos EUA no
Iraque. Continuou a manter as suas opiniões políticas de sempre, mas também se aproximou
do mundo alternativo.
Depois de se ter casado, passou os últimos sete anos da
sua vida na China, tendo regressado um mês e meio afectado por vários problemas
físicos. Ele gostava da China e eu creio que me pintou o quadro mais completo
dessa sociedade, cuja evolução observava com interesse. Graças a ele, aprendi
que o comunismo chinês não é diferente, ainda hoje, do pior estalinismo; e que
a doutrina do marxismo-leninismo é obrigatória para todos os cursos académicos,
sendo determinante a sua assimilação, sem a qual não pode haver progressão na
carreira. Fiquei a saber que nos campi
universitários chineses, os megafones impunham aos gritos os slogans do Partido Comunista, o que
parecia ser uma situação orwelliana. Soube também, graças a ele, que o suicídio
era uma situação comum na China e muitos dias se passavam em que a poluição
ambiental não permitia ver a luz do Sol. Não admira que ele tenha voltado com
problemas físicos. No entanto, ele gostava muito do povo chinês. Teve
oportunidade, todavia, de conhecer melhor naquele país (e em todo o Sudeste
Asiático) os professores de diferentes correntes espirituais. Sempre
acompanhado de sua esposa, Yiffen, mulher de grande integridade, trabalhadora e
culta.
Francis era uma das pessoas mais sociáveis que eu
conheci. Com facilidade, fazia bons amigos e sempre procurava ver as melhores
qualidades das pessoas. Bastava uma frase, uma ideia simples para se interessar
por alguém e, a partir daí, considerava essa pessoa um interlocutor válido.
Claro está que nem sempre acertava. Às vezes deixava-se levar pelo seu
entusiasmo pelas pessoas, mas, se teve decepções, também conheceu gente
excepcional – alguns seriam últimos exemplos de um mundo que está a acabar,
testemunhas de uma outra época, que agora vivem em auto-reclusão sem interesse
em chamar a atenção, nem em expressar a sua existência.
Eu creio que fui um dos seus melhores amigos e, claro,
todas as vezes que me despedia dele por e-mail, terminava com “Saudações
cordiais do teu amigo e camarada”. Era um amigo e camarada. Foi alguém
excepcionalmente modesto e o melhor elogio que podíamos fazer e aquilo que de
facto ele queria era, mais do que tudo, ser “uma boa pessoa”.
Ficámos ambos muito satisfeitos quando, em 1988, um amigo
e editor nos pediu para traduzirmos Cavalgar o Tigre. Conhecíamos o
livro, o qual tínhamos lido em finais de 70, cujo texto nos havia transformado
a vida, pois espiritualmente fez-nos entrar na maturidade. Nenhum de nós
duvidava da superioridade intelectual de Julius Evola sobre qualquer outro da
mesma corrente. Para os outros, a espiritualidade era algo que não tinha nada a
ver com o mundo contingente. Para Evola, espiritualidade e vida eram dois pólos
dificilmente separáveis. Muito diferente das grandes teses de Guénon,
impossíveis de levar à prática, tendo conduzido os seus partidários a
instituições tão contraditórias como o tradicionalismo católico, a maçonaria e
o Islão, com Evola havia dois tipos de prática a eleger: uma adaptada ao homem
de acção e exposta na sua obra Os Homens
e as Ruínas, ideal para aqueles que acreditam poder fazer-se algo para
impedir a decadência; em paralelo, para aqueles que acham que nada pode ser
feito e que faz mais sentido resistirmos ao mundo onde predomina a modernidade,
Evola escreveu as suas últimas reflexões no Cavalgar
o Tigre. O livro, escrito na década de 60, segue todas e cada uma das
correntes daquele tempo e recomenda algumas normas de comportamento frente a
problemas novos. Ela diz-nos que o declínio que estamos a viver hoje não é da “sociedade
tradicional”. “Assistimos sim é a uma crise da sociedade burguesa e dos valores
burgueses”. Diz-nos que antes e acima de tudo, é preciso “superar o niilismo”,
passando pelo mesmo, reconhecendo que não há instituições que valham a pena
defender, parar de usar desculpas e esperanças vãs. O que Evola pretendia dizer
é que há que iniciar uma jornada para o fim do niilismo, usando-o, para depois
o superarmos e conseguirmos permanecer de pé ante o vazio e a vacuidade da
sociedade moderna.
Traduzimos o livro em cerca de um mês, que, após ter sido
publicado, foram feitas sucessivamente dezenas de edições e tem sido difundido à
saciedade pela Internet. Aproveitamos a oportunidade para discutirmos e
comentarmos a obra e respectivos temas e ampliarmos as nossas próprias conclusões.
Um dos capítulos de Cavalgar
o Tigre intitulado “O direito sobre a vida: o suicídio” é das páginas mais
duras que eu alguma vez li. Se a vida não é um valor supremo (e não é, pois o
herói está disposto a entregar a sua vida, renunciando a ela, em defesa da sua
comunidade, da sua dama, dos seus valores) e nós somos donos da nossa vida e
responsáveis por tudo o que nos acontece, a morte por nossa própria iniciativa
é uma opção. Mishima, Venner, Montherland, Drieu, seguiram esse caminho. Evola
cita a frase de Séneca: “Se não queres lutar, podes retirar-te. Com efeito,
nada te impede de morrer.” É uma opção.
Apenas duas doutrinas aceitam o suicídio como moralmente
admissível: o estoicismo e o Zen. Eu e Francis sentimo-nos sempre muito
próximos de ambas as correntes. Se com a primeira só poderia haver um
conhecimento literário e intelectual, com o Budismo Zen, é possível encontrar “mestres
espirituais” que nos demonstram os rudimentos da prática.
Houve um tempo em que os nossos caminhos espirituais se
afastaram, mas nunca a nossa amizade. Sempre considerei Francis Garcia como um
irmão e agora sinto a mesma dor de quando se perde um irmão de sangue. Isto
para além da nossa cumplicidade e das nossas análises políticas. Francis
procurava “mestres espirituais” e “sistemas de iniciação”. Eu, no final dos
anos 80, fiquei convencido de que essa busca era muito problemática: nada
indicava que tal ainda existisse (pelo menos digno desse nome). A partir daí,
comecei a imaginar a espiritualidade como uma parede em branco e o meio mais
viável para aceder a ela seria a meditação Zen. Procurar sistemas complexos de
iniciação poderia representar gastar muito tempo e esperanças excessivas
susceptíveis de decepcionar. E o tempo não volta para trás. Quanto à “iniciação”,
tinha conhecido sistemas iniciáticos quanto bastasse para duvidar de sua
eficácia nos tempos actuais: era como se as portas de outros tempos
permanecessem abertas e, permitindo o trânsito do mundo do contingente para a
transcendência, se tivessem depois fechado. Tal é o drama da nossa época.
Tudo isso nada mais é do que aquilo que Evola nos disse:
era necessário fazer a viagem até ao fim do niilismo, apurar o niilismo em
todos os seus aspectos e actuar como o cavaleiro da gravura de Anton Dürer, “O
cavaleiro, a morte e o Diabo”. O cavaleiro de Dürer, sem dúvida o melhor
artista alemão, ainda que assediado e seguido pelo Diabo, parece dotado de uma
serenidade impassível a toda a prova. Esta é a forma como devemos actuar ante a
destruição omnipresente da modernidade. Não há remédios “tradicionais”
acessíveis. As portas estavam já fechadas. Somos só nós diante do vazio.
Sozinhos perante nós próprios. Sozinhos ante a ilusão de um mundo impermanente
e em plena desintegração. Reconhecer isso implica colocarmo-nos perante o “ponto
ómega” da nossa própria existência: e então abrem-se duas vias. A de aceitar a
vida, tentar tirar proveito do que ela oferece. Ou considerar a inutilidade da
viagem, pois sabemos com o que nos iremos deparar e retirarmo-nos, isto é, morrer.
Francis escolheu a segunda opção.
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