28/12/14
“…só tem
Pátria quem sabe morrer,
só tem Pátria
quem sabe lutar”.
Última
estrofe da marcha dos Fuzileiros.
Andámos a
filosofar sobre o “sentido da vida”.
Mas enquanto
“peregrinamos” sobre o Planeta Terra confrontamo-nos com a realidade do
dia-a-dia.
Independentemente
das convicções religiosas, ideologias, afectos, etc., devemos preocupar-nos em
tornar a nossa existência melhor.
Melhor quer
dizer Justa e harmoniosa do ponto de vista material, moral e espiritual.
Os homens
apareceram na Terra há cerca de dois milhões de anos – segundo os últimos
estudos – não se fazendo ideia do como nem do porquê, multiplicaram-se e
evoluíram sem um nexo que se entenda.
Ao princípio
eram muito poucos, começam por juntar-se em famílias; estas em grupos (clãs),
depois em tribos.
Lutaram entre
si, amalgamaram-se, sedentarizaram-se. Aumentaram, diferenciaram-se, criaram-se
novas realidades sociais e políticas; outras desapareceram.
Surgiram
cidades-estado, impérios, reinos, repúblicas.
A Geografia
arrumou e confinou povos, que criaram identidade própria, por processos vários.
Nascem as
Nações, desenvolve-se o Estado, e vice-versa.
Portugal
nasceu no meio deste turbilhão histórico, no princípio do século XII, país onde
a Nação precedeu largamente o Estado e onde este foi apenas corolário dos
elementos coesos constitutivos daquela: unidade de objectivos políticos; uma só
cultura; uma só língua e uma única religião. Tudo resultou numa unidade
geopolítica coesa.
Em súmula um
Estado-Nação quase perfeito (não há nada perfeito), seguramente um dos mais
perfeitos e arrumados que há no mundo, e que resiste mesmo depois do poder
político ter residido em Madrid durante 60 anos, e de ter passado por três
enormes “desarrumações” que lhe feriram gravemente a sua matriz inicial: a
ocorrida no reinado do “Piedoso”; as sequelas do Liberalismo e do 25 de Abril.
A evolução do
mundo não pára e enquanto muda a maior parte dos países – cujo número cresceu
desmesuradamente no último século, de poucas dezenas para duas centenas – ainda
procura conseguir ter um Estado que represente uma Nação, os países mais
antigos e desenvolvidos estão a autodestruir-se, através de associações
regionais de tendência federativa; de regionalismos de deriva separatista, do
fim das Pátrias, pela desagregação do sentimento de pertença, do conceito de
família; da transversalidade das ideologias; dos fluxos migratórios
descontrolados e em massa e do desenvolvimento do conceito de “cidadão do
mundo”.
Finalmente
pela Globalização económica e financeira, que irá destruir o tecido empresarial
nacional em favor das multinacionais de negócio e “trusts” bolsistas mundiais.
Em termos de
organização política os Estados vão ter tendência a desaparecer, pois não
servem para nada, já que não dominam qualquer das alavancas fundamentais do
Poder: a emissão de moeda e a capacidade de levantar tropas; não controlam as
fronteiras, o movimento das pessoas e mercadorias.
Apenas lhes é
permitido, por enquanto, cobrarem impostos. Até lhes arranjarem substituto…
Sabe-se quem
puxa os cordelinhos disto tudo, mas é quase tabu falar-se nisso.
Ou seja,
caminhamos para que cada indivíduo apenas valha por si só (tem-se instigado,
aliás, um individualismo narcísico) – pois não se anda a vender a ideia que
cada um pode ser Deus de si mesmo? E que seja um consumidor passivo do que lhe
quiserem dar, segundo fórmula ainda a estabelecer, e que não esteja
restrito/veiculado a nenhuma família, religião, tribo, nação ou ideologia.
De onde
deriva – pensarão, eventualmente – que não havendo família, religião, nação e
ideologia, não haverá razão para haver guerras. Esqueceram-se do dinheiro…
Ou seja,
daqui resultaria uma “Nova Ordem Mundial” (como de resto está escrito nas notas
de dólar) verdadeiramente “revolucionária”.
Como se
consegue isto, que se arrasta há bastantes décadas?
Parece-me que
através da ajuda da informática (como instrumento fundamental); com o controlo
do que cada um faz através de um “chip” que se introduz no organismo (não deve
faltar muito); controlo da mente – propaganda em catadupas; dilúvio de
notícias; imbecilização da sociedade; eliminação do transcendente; relativismo
moral; condicionamento social que dificulte a capacidade de pensar/reagir; controlo
da natalidade – pílula e derivados; aborto; vacinações selectivas; manipulação
genética, etc.); a existência de uma força de policiamento internacional (há
muito exercida pelas FA dos EUA e agora a ser extrapolada para a NATO, a
EUROGENDARFORCE, Guarda Costeira em gestação, etc.) e, sobretudo, através da
manipulação do dinheiro.
Ou seja a
concentração do dinheiro nas mãos de cada vez menos pessoas ou organizações (as
mesmas que começaram a surgir há cerca de 250 anos) e a sua distribuição (crédito)
segundo as conveniências, o que permite manter em regime de “escravidão” cada
vez mais populações e países.
No limite o
dinheiro pode até desaparecer, passando a virtual – grande parte dele já o é,
aliás.
Passaríamos a
ter – ó ironia das ironias – uma sociedade comunista aparentemente perfeita,
criada pelos expoentes do Capitalismo!
Como, afinal
os extremos se tocam…
Ou será que a
“mente” que pensa (e tudo vê) é só uma?
Será um mundo
destes que nós queremos? É que estamos a caminhar para ele a passos de gigante!
Se os
leitores chegaram a este ponto do escrito poderão pensar se estarão a entrar no
mundo da ficção científica, ou a ser confrontados com um caso clinico de
demência.
Pensem o que
quiserem, apenas peço que pensem alguma coisa, o que já não seria mau.
*****
Para os que
optaram pelo caso clínico, vou acrescentar mais uns elementos fundamentais de
insanidade.
Se
continuarmos por esta via a Humanidade fundir-se-á – num futuro sem pressas –
numa só, através da mistura indiscriminada de todas as raças e culturas. E,
até, de todas as religiões, para o que até – teoricamente – já se encontrou um
substituto para todas: aquele que tem como vértice o “Supremo Arquitecto do
Universo”. Seja lá isso o que for.
Escapariam,
eventualmente, a esta “amálgama”, aqueles que, por primazia da linha materna de
descendência, pudessem manter a sua identidade…
Não devo ir
mais além nisto.
Existem
porém, ainda, forças poderosas que resistem, ou são entraves, a tudo isto, a
saber:
- O mundo
muçulmano, completamente dividido em termos de fronteiras “coloniais”, entre
ricos e pobres e, sobretudo, entre facções religiosas que se antagonizam à lei
da bala; no meio um conflito aparentemente insolúvel, Israel/palestiniano e um
problema longe de estar resolvido entre o que pertence a César e o que pertence
a Deus.
Daí o
constante apelo à união dos crentes (UMA) e à sua reunião num Califado, para o
que se procura constantemente um novo Saladino;
- Os povos
eslavos debaixo da tutela do antigo Ducado da Moscóvia intentam afirmar-se
ciclicamente e libertar-se de jugos alheios, o que lhes desenvolveu durante
séculos um complexo de cerco de que não se libertam. As condicionantes
geopolíticas não ajudam e a economia não descola, dependente que está da
tecnologia alheia e de insuficiência alimentar crónica. Vivem do que tiram do
subsolo e da capacidade de sofrimento de um povo estóico e infeliz, que uma
demografia negativa está a colocar em perigo e que o ressurgimento da Igreja
Ortodoxa vai aguentando;
- Temos,
finalmente, a China, com uma civilização milenar, que só um poder central forte
consegue manter unida, na sua multitude de raças e culturas e na tendência
cromossomática para o vício do jogo e da corrupção. Tem desenvolvido uma
estratégia planetária e tende a exportar de tudo e a tomar conta de tudo.
Espalham-se pelo mundo como uma mancha de óleo. Podem vir a ser vítimas das
suas contradições políticas internas, do crescimento descontrolado, da poluição
gigantesca que criam e da sua falta de jeito para se integrarem ou lidarem com
outros povos.
Estão-se a
constituir como o principal futuro adversário/inimigo dos EUA encontrando-se,
para já, prisioneiros um do outro por causa da desmesurada quantidade de
dólares e de dívida que os chineses adquiriram aos americanos.
Este
equilíbrio que ninguém sabe como vai evoluir, pode romper-se de vez caso os
chineses intentem criar uma moeda (baseada num padrão quantificável qualquer),
que possa concorrer com o dólar (e também com o euro).
Se tal
acontecer a possibilidade de uma confrontação militar gigantesca não é de
excluir. Para tal eventualidade as forças militares dos EUA já se encontram a
tomar posições que rodeiam a China por todos os lados.
*****
Em todo este
contexto a África não conta para nada; o Japão está debaixo da pata
estado-unidense desde o tratado de paz que assinaram, em 1945, além de que se
encontram em recessão económica que já dura há três décadas, que tem sido
gerida internamente.
A Oceânia
mantem-se algo isolada (a Geografia protege-a) e é uma ilha de prosperidade,
que constitui uma reserva a ser usada quando os interesses anglo-americanos
ficam em perigo.
A América
Central e Sul continuam a ser o quintal das traseiras dos EUA, apesar das
“arruaças” que uns quantos governos mais à “esquerda” lhes vão fazendo amiúde,
e onde apenas o Brasil tem capacidade para resistir e fazer frente, embora não
pareça nada que tenha vontade suficiente. O “clima” não ajuda e uma classe
política do outro mundo, ainda ajuda menos.
Uma palavra
para o “eixo“ EUA/Canadá/ Europa.
Acontece que
os povos destes países foram sucessivamente deixados de ser governados pelos
respectivos governos, passando o Poder para organizações políticas, económicas
e financeiras, que tudo manobram fora dos Parlamentos em que as sociedades dos
respectivos países pensam estar representadas.
E resta ver o
que vai resultar do Tratado de Parceria Comercial e de Investimento em fase de
negociação, assaz discreta, entre os EUA e a UE. Esta já estava amarrada
àquele, em termos de Segurança, por via da NATO; agora vai ficar dependente
económica e financeiramente. O que faltará?
Enlearam tudo
isto debaixo do manto diáfano da “Democracia”, logo não passível de qualquer
crítica – apesar de esta ser um dos esteios da Democracia…
Resta a
Igreja Católica, sem dúvida a Instituição mais atacada em todo o mundo, desde a
Revolução Francesa, ataque que hoje só tem paralelo naquele que é feito na
Europa Ocidental (e só nesta) contra a Instituição Militar.
A Santa Sé
não tem, neste momento, nenhum Estado que a proteja, podendo apenas contar com
a protecção Divina – que, em tese, tudo pode – e com a oração dos fiéis, embora
cada vez menos com o seu dinheiro, ao contrário do que se passa com o Islão e
os seguidores da “Lei Mosaica”, onde o “vil metal” abunda.
Como o mundo
gira muito depressa, o actual Papa parece querer acompanhar esse movimento.
Ora é
necessário ter muito cuidado com isto: por um lado o mundo anda depressa
demais, há que o desacelerar; por outro a Igreja não pode andar depressa, nem
tem que o fazer, pois os seus Princípios e Doutrina estão estabelecidos há
muito.
O que há a
fazer é adequar em cada momento a maneira de os difundir e defender – isto é,
de evangelizar (o que implica dar o exemplo) – não de os relativizar.
Se entrar por
esse caminho, rapidamente rebentarão cismas por todo o lado, por mais que a
generalidade dos OCS “bem pensantes” possa engalanar em arco com medidas tidas
por “progressistas”.
Para bom
entendedor…
*****
Em síntese a
actual Globalização, materialista e massificadora, com o desaparecimento de
(algumas) fronteiras, onde impera o “Deus Mamon”, nivelada através do conceito
mentiroso/jacobino de que somos todos iguais – quando todos somos diferentes,
tanto individualmente como em termos de Nações/Tribos – encontra no culto do
individualismo feroz a sua aparente antítese, mas que se tocam nos seus
efeitos, ou seja a incapacidade de resistência, que desaguará na indigência da
escravatura.
A qual será
sempre apresentada com as mais finas e douradas cores…
A necessidade
de mudar tudo isto é premente, mas homérica!
Teríamos que
passar novamente o Poder Político para o âmbito dos Estados Nacionais;
substituir a federação/integração destes a ser tentada pela UE (e não só), pela
cooperação entre todos; passar a resolução dos conflitos e do Direito
Internacional para uma nova ONU, com regras que funcionem – a actual é apenas
uma perda de tempo e dinheiro, pois nunca resolveu nada (numerosas organizações
foram surgindo para o fazer, de que são exemplo o “telefone vermelho”, o Grupo
Bidelberg, a Comissão Trilateral, o G-7, o G-20, a OMC, a NATO, etc.).
Falando em
ONU, talvez não fosse má ideia colocar a tal nova ONU em Jerusalém, a qual
poderia ser transformada numa cidade-estado como Singapura, onde o governo
seria rotativo entre representantes das três comunidades das três principais
religiões para quem o local é sagrado. Podia ser uma maneira de passar a haver
um mínimo de Paz na região (e não só), já que não existe nenhuma solução que
seja boa…
Seguidamente
é necessário reformular todo o sistema financeiro, para o que é vital
nacionalizar todos os bancos centrais, já que quase todos são dominados por
capital privado, sendo o exemplo mais flagrante o Federal Reserve (the FED),
sito em Washington – uma cidade construída de raiz com arquitectura e
simbologia maçónica – que é dominado por meia dúzia de famílias, cujos nomes
nunca aparecem, criado após um verdadeiro golpe de estado, ocorrido no
Congresso, em 23/12/1913.
Escusado será
dizer que a maior parte do controlo escapa ao que é tido por governo americano.
Isto leva-nos
a outro ponto capital: a necessidade de desmantelar todas as organizações que
actuam secretamente (não estamos a falar de serviços de informações) cuja
actividade passa ao lado dos povos e das pessoas, que ninguém elege, mas que
lhes vão moldando a existência.
A sua
existência é incompatível com qualquer sistema democrático (ou outro), mas é
justamente a “Democracia” que é usada como capa das suas actividades.
Obviamente
que nada disto será discutido numa televisão…
Terá ainda
que se fechar as Bolsas por tempo indeterminado e regulá-las em termos
estritos.
O “Juro” tem
que ser regulado e a usura punida exemplarmente. A moeda tem que voltar a ter
correspondência na riqueza produzida, não na especulação e em produtos
fictícios ao sabor da ganância humana.
E, claro, é
imperioso encerrar todos os “Offshore”, para pôr ordem no caos e crimes
financeiros, e na pouca-vergonha.
Curioso que
toda a gente clama contra os “Offshore”, mas depois os mesmos tentam-nos usar e
ninguém fecha nenhum… (parece que o do Funchal foi o único…).
Isto só quer
dizer que serve a muita e poderosa gente!
*****
Para fazer
face a tão ciclópicos trabalhos talvez não fosse má ideia voltar a centrar a
vida, não no Homem (Antropocêntrico), mas sim na comunidade e em valores, sejam
eles religiosos (teocêntrico) ou simplesmente morais.
Depois uma
mobilização dos exércitos nacionais (isto na Europa) para uma espécie de
“internacional militar” – o que parecerá uma ideia estapafúrdia e contra natura
(não o sendo dado o objectivo) – de modo a salvar os seus povos/nações, do
desaparecimento e de se tornarem num simples trabalhador/consumidor, um número
entre milhões, a que as chamadas “forças sem rosto” os querem aparentemente,
transformar.
Como as sedes
principais destas forças se encontram, ao que julgamos, em solo norte-americano,
ter-se-á de convencer a “tropa da União”, a abrir os olhos – pois são eles que
têm sido usados como o ariete da tal “nova ordem mundial” – sobre o que se
passa, e a ocuparem militarmente Washington e Nova York. Enquanto não chegam lá
por eles.
Não há outras
forças no mundo, que se vislumbrem, capazes de tentar endireitar as coisas.
(Nesta altura
já me estou a ver ser enviado para um hospício!)
Relaxem,
porém os leitores, pois nada disto se vai passar…
*****
“De que
servirá termos bens a crédito
Se ficarmos
escravos dos bens e do crédito?”.
(Concordam?)
O Professor
Salazar, na sua imensa sabedoria, virtuosismo político e diplomático;
Patriotismo e Fé (enfim, esta última deve ter tido quebras, mas nunca as deu a
conhecer), conseguiu não só recuperar Portugal, mas pô-lo a salvo de todas
estas ameaças (só não conseguiu aguentar o Estado da Índia, mesmo assim
resistindo 14 anos às malfeitorias indianas).
Mas Salazar é
morto, sem descendentes políticos e a sua obra vilipendiada.
Queria, como
afirmou, que o Povo Português fosse pobre (embora o Estado fosse poupado e, por
isso, rico), mas independente – “um povo que tenha a coragem de se manter
pobre, é invencível” – muito poucos, até hoje, entenderam a profundidade desta
mensagem.
Pelos vistos
quase todos, senão mesmo todos, querem ser ricos, pouco importando como (não há
cidade cercada que resista a um burro carregado de ouro, já diziam os Romanos).
Como
corolário ficaremos todos pobres e escravos, isto é sem Liberdade.
Liberdade,
uma palavra solta inconscientemente no mês de Abril de 74, e que virou mágica…
Numa altura –
única em quase 900 anos de História – em que a Nação estando a combater
vitoriosamente num longo conflito, de uma forma magnífica, como já não se
assistia desde a Restauração, se resolveu abdicar do nosso futuro e da maneira
portuguesa de estar no mundo.
Acompanhado
da incrível atitude de termos ficado contentes com isso e abdicando das nossas
razões para assumirmos as do inimigo!…
Uma tragédia
histórica inominável que está longe de estar assumida e interiorizada, que nos
fez perder o “Norte”; diminuiu catastroficamente o Poder Nacional; nos
corrompeu e nos tornou descrentes do nosso devir colectivo.
Esquecemo-nos
da marcha dos Fuzileiros…
Hoje andamos,
simplesmente, por aí.
Convinha, em
última análise, colocar ao leme do nosso destino pessoas que, ao menos,
percebam minimamente o que se passa.
João José
Brandão Ferreira
Oficial
Piloto Aviador