Alegações finais (julgamento Manuel Alegre versus Brandão Ferreira)

Fonte: O Adamastor

No dia 10/7/14 teve lugar a sessão destinada às alegações finais do julgamento que o cidadão Manuel Alegre interpôs contra mim.

Junto o texto que li quase na sua totalidade nessa ocasião.

Não quero deixar de afirmar que, antecedendo a leitura do mesmo e em toda a vida que já levo, nunca ouvi uma diatribe tão miserável, anti-patriótica e repugnante, como aquela que o advogado do assistente fez, aquando da sua intervenção.

Pena que não tenha ficado gravada, pois só pode ter vindo dos confins do Inferno."

ALEGAÇÕES FINAIS (julgamento Manuel Alegre versus Brandão Ferreira)

Na estrofe 33, do Canto IV dos Lusíadas, Camões (esse sim um verdadeiro poeta da Pátria) declamava assim:
“Ó tu, Sertório, ó Nobre Coriolano,
Catilina, e vós outros dos Antigos
Que contra vossas Pátrias com profano
Coração vos fizestes inimigos:
Se lá no reino de Sumano
Receberdes gravíssimos castigos,
Dizei-lhe que também dos Portugueses
Alguns traidores houve algumas vezes.”

Como podem verificar o que estamos aqui a tratar tem raízes antigas…
É minha convicção que este julgamento não existiria e não teria razão de ser, caso o agora assistente tivesse sido acusado e julgado, quando voltou a pôr pé na terra que lhe deu o berço, nos idos de 1974.
Ele e todos aqueles que procederam como ele.
Só os tempos de grande perturbação política, militar e social e de absoluto desnorte, então vividos, explica, mas não desculpa, o sucedido.
Estamos hoje, pois, a dirimir questões com 40 anos de atraso, as quais podem prescrever face às leis da sociedade, mas não prescrevem na memória e consciência dos homens, nem no julgamento da História.
Lembro Judas Iscariotes, apóstolo de Cristo que o traiu após a última ceia, que é o caso mais conhecido a nível mundial e não há memória, entre nós, de que o Miguel de Vasconcelos tenha tido, até hoje, qualquer estátua em Portugal!

*****
Neste caso, eu e o cidadão Manuel Alegre, não podemos estar certos ou errados, ao mesmo tempo.
As razões pelas quais intervim na Fundação Gulbenkian no início de Maio de 2010 e questionei o queixoso, no fim da sua arenga e, na sequência, escrevi o artigo “Manuel Alegre combatente por quem” – e apenas esse – não se destinou a prejudicar o assistente enquanto candidato a PR. Até pela simples razão de que ele não tinha qualquer hipótese de ganhar.
Sem embargo, quem ouviu os testemunhos da outra parte e não saiba do que se trata, podia ficar a pensar que Manuel Alegre não ganhou as eleições presidenciais, por causa desse artigo…
Tão pouco estabeleci contactos fosse com quem fosse para fazer o que fiz – apesar de querer deixar bem claro que no enquadramento legal existente, esses contactos mesmo que fossem para prejudicar a campanha do putativo candidato, eram lícitos, dado que eles são parte da intervenção cívica e do exercício dos direitos de cidadania.
O que essa intervenção tem é que ser verdadeira e não ir contra a lei e os costumes e não ofender a Moral e os ditames consciência pública.
Ora eu só referi a verdade, não atentei contra a lei nem ofendi a Moral pública!
Exemplo disso é que nunca lhe chamei desertor, pois apesar de ser “vox populi” tal epíteto, eu conhecendo um pouco mais da vida de MA sabia que, técnica e juridicamente, ele não o era.

Pelo contrário, eu é que me sinto ofendido na minha qualidade de cidadão português!
Intervim por um imperativo de consciência, de boa-fé e por entender que a denúncia era de interesse público.

De facto, sendo oficial superior da FA, não me esqueci da minha formação, tão pouco dos juramentos que fiz. E, ao contrário de oficiais, alguns dos quais ouvidos por este tribunal como testemunhas do assistente, que se esqueceram dos deveres e valores militares, eu só penso dar baixa deles para a cova!
Destas testemunhas apenas pretendo referir-me a duas por serem os únicos que me mereciam consideração. Refiro-me aos Maj. Gen. Manuel Monge e Gen. Ramalho Eanes.
Quanto ao primeiro – e complementando o que foi dito pelo meu advogado, Dr. Lafayette, a quem quero agradecer publicamente tudo o que tem feito e por ser um “combatente do bom combate" – pretendo salientar o esforço que fez em arranjar um discurso diferente que o salvaguardasse das contradições em que se enredou.
Falo da tentativa de tornar a definição de “traição” relativa e subjectiva. Ora o significado de Traição à Pátria, para além de ser intuitivo, isto é, toda a gente o entender, está perfeita e legalmente definido nos normativos dos Código Penal e no Código de Justiça Militar.

Mas, se por acaso, o termo fosse considerado subjectivo ou de aplicação relativa, passaria à categoria de opinião e, nesse caso, eu também tenho direito a uma, o que dispensaria este julgamento.
Manuel Monge quis ainda ilustrar o que defendia dando como exemplo a condenação à morte do General Gomes Freire de Andrade, por “traição à Pátria” e hoje existir uma rua e um busto, em Lisboa, com o seu nome.
Todavia, não podia ter escolhido pior exemplo: é que Gomes Freire foi enforcado, não por traição à Pátria, mas sim por ter liderado uma tentativa falhada de golpe de estado…
E se tem rua e estátua, em Lisboa é, talvez, por ter sido Grão - Mestre do Grande Oriente Lusitano…

Quanto ao Gen. Eanes – que conheci ainda cadete, em 1972, quando ele foi proferir uma palestra à Academia Militar sobre a situação na Guiné (de que já deve estar esquecido) - apenas pretendo referir uma dúvida que me assalta: o que é que ele faria se tivesse visto o assistente, frente a frente, quando havia guerra? Por exemplo, logo após uma unidade do PAIGC ter assassinado quatro oficiais e três guias civis, desarmados que estavam a negociar a paz com vários grupos de guerrilheiros (como já referido neste tribunal). Dava-lhe um abraço ou um tiro?

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Lembro ainda que a única matéria que foquei na minha intervenção, refere-se ao período em que Manuel Alegre passou na Argélia, como membro do PCP (até 1970), e da Frente Patriótica de Libertação Nacional (entre 1964 e 1974), e naquilo que disse aos microfones da “Rádio Voz da Liberdade”, também conhecida por “Rádio Argel” – e apenas essa, pois nunca referi qualquer outra, nomeadamente a Rádio Brazzaville”, como já aqui se tentou insinuar na tentativa de confundir o tribunal.
 
Eu nunca ouvi a rádio Argel, nem cheguei a combater nos teatros de operações africanos (porque era novo), mas desde cedo na minha carreira e até hoje, que ouvi falar do que lá se passava e dizia, além de ter lido alguma da documentação que existe sobre o assunto. Documentos e pessoas das quais não posso, nem devo, duvidar. Pois os tenho, aos primeiros como fidedignos, e às pessoas como dignas de crédito, por as conhecer, por serem gente de bem e combatentes valorosos e patriotas, como V.Ex.ª tiveram ocasião de verificar, quando alguns deles testemunharam nesta sala.

Por isso não existe qualquer dúvida no meu espirito, que parte do que Manuel Alegre dizia na chamada “Rádio Voz da Liberdade”- note-se que foram 10 anos, não foram 10 dias – não constituía apenas luta política contra o regime de então, mas configurava um crime de traição à Pátria, à luz do Direito Penal então vigente e do actual, por estar a apoiar objectiva e concretamente, os movimentos de guerrilha que nos emboscavam e matavam os soldados e tentavam separar territórios portugueses, da Mãe-Pátria.

Sim, porque esses territórios nos pertenciam por direito próprio e eram, simplesmente, Portugal mais longe! (Faziam parte, por ex., de todas as Constituições e não apenas da de 1933…).
E não ajudava só estes, mas também as potências estrangeiras que patrocinavam os movimentos ditos emancipalistas!

Por muito menos foi um desgraçado soldado português fuzilado na Flandres, em 16 de Setembro de 1917…
Além do mais não concordar com uma guerra, não dá o direito a ninguém de trair os seus, como a participação portuguesa na frente francesa, na I Guerra Mundial, tão bem ilustrou.
Seria até curioso saber como é que o assistente designa os autóctones que se mantiveram fieis à sua condição de portugueses tendo combatido ou não, nas Forças Armadas nacionais e foram fuzilados pelo inimigo, muitos deles já depois das hostilidades terem cessado. Serão traidores? E a quem?
A apreciação que faço é válida naquele tempo, no anterior, actualmente, e sê-lo-á, certamente, no futuro.
Ora chamar a atenção, publicamente, para o passado de uma figura como a do assistente, que exerceu e exerce cargos de relevância política, nos últimos 40 anos, não é de somenos importância – sobretudo quando tal figura pretendia vir a exercer o mais alto cargo da Nação que, por inerência de funções, acumula com o de “Comandante Supremo das Forças Armadas”.
Tem, outrossim, a maior relevância, não sendo apenas uma “aresta” sociológica, como o advogado do assistente tentou fazer crer na 1ª sessão do julgamento.
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Gozei até hoje da plenitude dos meus direitos e deveres cívicos. A minha atitude limitou-se a usufruí-los.
Não foi um caso isolado; uma embirração de momento; um fugaz interesse que despertou. Tem sido uma postura de sempre, patente nos cerca de 1000 artigos, cinco livros e dezenas de conferências, que escrevi, o podem atestar. Um destes livros versa, especificamente, a justiça e o Direito em fazermos a guerra que travámos no Ultramar; a sua legitimidade, sustentabilidade e as razões porque desistimos de lutar e sofremos a maior derrota da nossa História!
Derrota, aliás, humilhante e vergonhosa, para a qual o assistente activamente contribuiu e que apenas encontra paralelo nas consequências de Alcácer-Quibir.

Por isso a minha eventual condenação seria, também, uma ofensa a todos os combatentes de sempre e por maioria de razão aos heróis, alguns dos quais me orgulho de ter como testemunhas, e de cuja acção vou condensar num trecho do relatório dos sobreviventes da guarnição da Lancha Vega, relativo ao seu comandante, Segundo-Tenente Oliveira e Carmo, morto heroicamente nas águas de Diu, em 18 de Dezembro de 1961, e cito:
O Senhor comandante dirigiu-se à Camara e fardou-se de branco, dizendo que assim morreria com mais honra. “Rapazes, sei que vocês vão cumprir assim como eu e que mais vós quereis! Acabarmos numa batalha aeronaval. Fazemos parte da defesa de Diu e da Pátria e vamos cumprir até ao último homem e última bala se possível”. “Algumas despedidas se fizeram e até as fotografias dos entes queridos foram beijadas e guardadas nos bolsos dos calções”.
Permitam, para finalizar, que leia o penúltimo parágrafo, do meu livro “Em Nome da Pátria”: “Não soubemos merecer os nossos antepassados, poderá ser a síntese que nos leva ao veredicto final: aqueles que não souberam defender a Pátria, por não a terem sabido amar, acarretarão para sempre, e perante a posteridade, a responsabilidade e a vergonha de a terem deixado perder”.

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Meritíssima Juíza,
Passei horas de minha vida sentado nesta sala, a olhar para o símbolo maior deste tribunal: a imagem da balança e da figura vendada, pintadas na parede à minha frente e que representam a Justiça e da qual, neste caso, é V. Exª, o fiel garante.

Estou certo e quero crer, que esse valor maior que é a Justiça será preservado neste julgamento.

João J. Brandão Ferreira

NADIE COMO ÉL… REIVINDICACIÓN DE JULIUS EVOLA EN EL 40º ANIVERSARIO DE SU FALLECIMIENTO

El 11 de junio de 1.974 fallecía Julius Evola en su domicilio romano de Corso Vittorio Emanuele. A 40 años de dicho óbito no podíamos permanecer en silencio, pues el legado que nos dejó el maestro y gran intérprete de la Tradición no tiene parangón alguno. Podríamos comentar detalles cuanto menos asombrosos de su post mortem que seguramente nos harían pensar que lo de Evola no se trató meramente de las intasables doctrinas que nos hizo llegar sino que incluso operó una transformación interior que le hizo ontológicamente partícipe de Tradición Viva (Identificación con el Mundo Suprasensible y Conocimiento del mismo), pero nuestro propósito, en estas líneas, no es hablar de sus aconteceres personales sino de los aportes irrenunciables de la obra escrita que nos ha dejado. De hecho ya en su momento hablamos de sus circunstancias personales, tanto las de su mentado post mortem (1), como la de otros trasiegos que le acaecieron en vida y que podemos colocar en el mismo plano metafísico de los hechos que rodean su muerte -tanto previos como posteriores- (2) y finalizando por su accionar exterior a lo largo de buena parte de su vida (3).
Así pues, es de su legado doctrinal de lo que nos vamos a referir, pues consideramos que nadie como el maestro italiano ha sistematizado de forma más fidedigna lo que es la Tradición, lo que son sus principios, sus valores y sus fundamentos perennes. Nadie como él nos ha descrito lo que en la Tradición es eterno, al margen de circunstancias temporales o geográficas. Nadie como él ha descrito la morfología del Mundo Tradicional. Nadie como él nos ha hecho ver el proceso de caída que llevó al hombre desde la Tradición al alienante mundo moderno (4). Nadie como él nos ha dibujado épocas, culturas, instituciones, organizaciones políticas, doctrinas, sagas y ciclos que fueron paradigmáticos de lo que debe entenderse como Mundo de la Tradición. Nadie como él ha desbrozado la Tradición de adherencias o de involuciones que ya estaban y/o están claramente desmarcadas de ella y que, p. ej., pueden concurrir a un tipo de religiosidad de naturaleza sacerdotal, clerical, lunar, fideísta, devocional, moralista, dogmática, pasiva y embebida por lo que Evola catalogó como propio de la ´luz del sur´. Nadie como él ha visto que sólo a través de la ´vía heroica´, la propia del guerrero o shatriya, ha sido y es posible -en lo que ya Hesíodo denominó como Ciclos Heroicos- la Restauración del Orden Tradicional perdido. Nadie como él supo y nos ha hecho ver que ´la vía heroica del guerrero´ no tiene una vertiente únicamente externa sino que sobre todo trata de la componente interna que consiste en la transformación del ser de un tipo de hombre diferenciado en pos de su Despertar a la Trascendencia. Nadie como él nos ha trasladado que es la ´vía de la acción´ propia de un tipo de Espiritualidad Solar e impregnada por la ´Luz del Norte´ la que puede conducir al hombre hacia su Liberación. Nadie como él acabó con espurias interpretaciones promiscuas, cosmopolitistas e igualitarizantes de lo que es la Tradición y nos enseñó que fue una Raza Primordial y no la humanidad en forma genérica e indiferenciada la que in illo tempore, en y desde una sede ártica-boreal, fue la única protagonista de la Edad de Oro consustancial a la Tradición Primordial y que desde dicha sede Hiperbórea se ramificó hacia diferentes puntos del Planeta y que, igualmente, de ese mismo tronco racial surgieron posteriormente las razas indoeuropeas que migradas por enclaves diversos, y no habiendo olvidado nunca sus orígenes más remotos, protagonizaron diferentes Ciclos Heroicos y restauraron, en diversos períodos y civilizaciones, el Mundo perdido de la Tradición y vivificaron esa Luz del Norte que sólo ellos portaban en la memoria sacra de la sangre, pues sólo ellos eran descendientes de aquellas Razas Primordiales boreales que blandieron en la Edad Áurea la Espiritualidad Solar. Nadie como Evola ha interpretado el sentido holístico de la jerarquía (etim., ´gobierno sacro´) y no lo ha excluido de ningún ámbito, incluido el racial, aun reconociendo la enorme decadencia actual que arrastra a los pueblos descendientes del remoto septentrión; pueblos, que a pesar de ello, atesoran esa posibilidad -ahora adormecida- de retorno a la Edad Primordial (5). Nadie como Evola ha sustentado la certidumbre inherente a la Tradición de que no existen fatalismos contra los cuales un tipo de hombre diferenciado no pueda luchar para revertir la deletérea postración a la que nos ha llevado el mundo moderno, pues nadie como Evola nos ha planteado, a lo largo de diferentes momentos históricos por los que él mismo pasó, las tácticas más adecuadas para hacer frente al edificio mastodóntico de la modernidad e intentar derribarlo y desintegrarlo: en momentos defendió el combate frontal contra él (6) y en otros posteriores la brega por debilitarlo desde dentro (7) …pues nadie como Evola concibió que ni las mismas Edades por las que según los textos Sacros y Sapienciales pasa un ciclo humano o manvântara son compartimentos rígidos sino que son el fruto de dinámicas cósmicas que influyen aquí abajo pero que a pesar de determinar no deben resultar fatales e inamovibles para un tipo humano irreductible y tenaz (8). Nadie como Evola entendió la esencia de la Tradición, que no es otra que la de actuar en este mundo para sacralizarlo y no, por contra, evadirse metafísicamente de él, pues de entenderse de este último modo no hablaríamos de Tradición sino meramente de ´metafísica pura´. Nadie como Evola, pues, entendió que la Tradición es metafísica aplicada en el plano físico de la existencia. Nadie como él aportó vías, herramientas, técnicas y caminos prácticos de transformación interior para ese tipo humano diferenciado que ose recorrer el arduo camino Iniciático que apunta a ese Renacimiento al Mundo Superior que consagra al ariya (al renacido) (9). Nadie como Evola nos ha sabido mostrar dónde se hallan las incorruptas trincheras del Frente de la Tradición pues nadie como él nos las ha desbrozado bien de las escorias de la modernidad más descarnadamente materialista o bien de las pseudoespiritualidades (10) que se afanan por aturdir y confundir a aquéllos que sienten la llamada de la Tradición y la lucha, interna y externa, contra el Mundo Moderno. Nadie como él nos ha puesto en el camino correcto. Nadie como él nos ha dado certidumbre y luz ¡…la Luz del Norte!

NOTAS:
(4) Tanto la morfología del Mundo de la Tradición como el proceso involutivo que abocó en el mundo moderno fueron magistralmente descritos por nuestro autor en Rivolta contro il mondo moderno.
(5) No hace mucho comentábamos en cierto medio que”al igual que Evola definió al budismo de los orígenes -el escrito en canon pali- como totalmente acorde con el modo más genuino de encarar a la Trascendencia que siempre fue propio del hombre indoeuropeo Tradicional deberíamos decir lo mismo del Tao-tê-king de Lao Tsé (que podemos hacerlo emanar del I Ching): encaja, significativamente, totalmente con ese estilo propio del mundo clásico que percibía la existencia, actuaba en ella y entendía de lo metafísico con serenidad, calma anímica, autocontrol, autodisciplina, severidad, austeridad y equilibrio.
Dicho lo cual habría que incidir en que estas similitudes nos denotan un más que probable común origen boreal-solar que habría que entender a través de esas migraciones que, desde la subsede hiperbórica constituida por ese fiel reflejo que habría sido la tierra nordatlantídea, llegaron a la fachada atlántica de Europa (recuérdese la raza solar de los Tuatha de Dannan), se extendieron por ambas riberas del Mediterráneo (megalitismo que recientes pruebas efectuadas con el carbono 14 demuestran que se desarrolló del oeste al este -no al revés- por ser más antiguos los megalitos situados más al oeste), originando, p. ej., la primigenia solar civilización egipcia y extendiéndose hacia Asia, llegando al Tibet (se trasluce un fuerte influjo de estos pueblos de origen nordatlantídeo -o quizás directamente boreal- en el Tibet de los Bon y los Dropa), a tierras de la actual China (aquí encajaría el I Ching…) y hasta el Japón (piénsese en los ainu). Nótese que todavía no estamos hablando de pueblos indoeuropeos, sino de pueblos de un mismo origen y extracción racial pero emigrados mucho antes de la formación de la Urheimat  indoeuropea situada en la cultura de Ertebolle-Ellenberck (allá por la península escandinava).
Las tradiciones solares han sido difundidas por una misma raza. Todas las obras desarrolladas por Evola tratan sobre tradiciones difundidas por esa misma raza y acordes con lo solar. Las tradiciones de carácter Solar que afloraron en diversas partes del planeta son las que esta raza portó consigo y esta raza no es otra que la blanco boreal y su descendiente la indoeuropea, no otra. A cada raza le es inherente un tipo de espiritualidad o un tipo de religiosidad: solar a la indoeuropea, lunar a la semítica y pelásgica,…, totémica a la mongoloide y animista a las negroides.
Lo de la raza (a diferencia del Hado fatalista, del dios omnipresente semítico, de la razón hegeliana universal, del materialismo dialéctico e histórico del mismo Hegel y su seguidor Marx, de los determinismos sociales o culturales)  no supone -lo de la raza- un determinismo que atente contra el principio Tradicional de la libertad del hombre sino una condición sine qua non para ser portadores de esa semilla divina que, mediante la Iniciación propia de la vía del héroe, puede aspirarse a ser Despertada. Sólo la raza mencionada -a causa de su origen divino- puede lograr esa Liberación. Si no queremos caer en igualitarismos no se pueden poner en el mismo nivel las razas de origen divino con las razas hijas de la Tierra, pues adjudicarles a éstas -materializadas, esclavas de la vida meramente instintiva y pulsional y, por ello y citando a Evola, bestializadas- dicha posibilidad Liberadora nos puede provocar el echar mano de la reducción al absurdo y admitir, así, dicha posibilidad de Despertar para -y copiando a teósofos reencarnacionistas- bóvidos, reptiles o hasta insectos…
No se puede admitir lo jerárquico del mundo de la Tradición para todo menos para las razas. El fijarse tan solo en el aspecto externo -lo físico- para, percibiendo sensorialmente que todas las razas tenemos aspecto humano, niverlarlas no representa más que una superficialidad -de corte biologista- que es impropia de una perspectiva Tradicional que siempre pone el énfasis en el nivel Espiritual (en los logros que potencialmente son posibles espiritualmente y que sólo una raza de origen divino -y que poco tiene en común con las demás, aparte de su aspecto antropomórfico- puede hacerlos realidad).”
El del seguimiento de las migraciones de la raza boreal Primordial es un tema que puede ver mucha luz tras la lectura de capítulos como el II, III y IV de la Segunda Parte de Rivolta contro il mondo moderno; en su versión en castellano a cargo de Ediciones Heracles: Rebelión contra el mundo moderno. Igualmente resulta muy recomendable al respecto la consulta del también libro de escritos de Evola El “misterio hiperbóreo”. Escritos sobre los indoeuropeos (1.934-1.970), a cargo de Ediciones Nueva República.
(6) La lucha abierta contra la modernidad y el Sistema que la hacía y hace   suya la defiende todavía Evola en su libro Los hombres y las ruinas (1.953).
(7) Dinamitar al Mundo Moderno desde dentro y no enfrentándose frontal y de forma suicida a él es, en cambio, la estrategia que, en vista del agravamiento de la situación, nuestro maestro estima la conveniente en su obra Cabalgar el tigre (1.961). Un resumen de esta obra se puede leer en el cap. V de nuestra Reflexiones contra la modernidad (Ediciones Camzo); capítulo que puede igualmente encontrarse en: http://septentrionis.wordpress.com/2009/07/28/cabalgar-el-tigre/
(8)Para una profundización en el tema de la oposición Tradicional a la idea de fatalismo se puede consultar el cap. III de nuestro ya citado libro Reflexiones contra la modernidad. Asimismo se puede leer dicho ensayo en: http://septentrionis.wordpress.com/2010/08/19/evola-frente-al-fatalismo/
(9) Evola nos describe técnicas Iniciáticas en diversas obras suyas, pero de una manera sistemática lo hace, junto a un buen número de colaboradores del Gruppo di Ur, en Introduzione alla magia quale scienza dell´io.
(10) Así las denunció en forma monotemática en Rostro y máscara del espiritualismo contemporáneo.
Ontem tivemos a oportunidade de oferecer mais um exemplar do Código do Samurai:

Ser digno de confiança é uma das qualidades que se exige de um samurai que segue a via do guerreiro, embora se considere absolutamente desaconselhável que ofereça ajuda sem razão alguma em especial, se preste a intervir em questões que não têm relevância ou assuma obrigações quanto a assuntos que lhe não dizem respeito, só porque lhe apraz ou para dar a sua opinião. Mesmo em questões que o implicam apenas de forma indirecta, é melhor conservar a distância, caso ninguém lhe peça para intervir. Porque se um samurai se envolve em assuntos menores, para já não falar nos mais complexos, pode ficar numa situação de tal modo enredada que não consiga dela sair sem pôr em risco a sua vida preciosa, a qual deve exclusivamente ser colocada ao serviço do seu senhor ou dos seus pais.

Quando se pedia um favor aos samurais de outrora, estes consideravam se podiam ou não concedê-lo e, neste último caso, declinavam imediatamente a petição. E, quando aceitavam satisfazer o pedido, só o faziam depois de uma reflexão cuidadosa, pelo que se encontravam bem preparados para levar a cabo a tarefa, ficando o assunto rapidamente solucionado. Assim, eram resolvidas as dificuldades do peticionário, e o benfeitor recebia grandes elogios. Pelo contrário, se alguém assume alguma responsabilidade sem este género de reflexão, será incapaz de cumprir o seu dever e, quando tal facto se tornar evidente, adquirirá a reputação de ser um indivíduo sem princípios.
Quarenta anos após a partida do Mestre, evocamos de braço ao alto a sua memória que está mais viva do que nunca nas nossas mentes, corações e espíritos.
Barão Julius Evola: PRESENTE!

Teoria do Mundo Cúbico - novo livro de Ernesto Milá

Tamanho: 15 x 23 cm
Páginas: 258
Pedidos: eminves@gmail.com
EMInves ha publicado una recopilación de artículos, corregidos y aumentados, acompañados de una conclusión, titulada Teoría del Mundo Cúbico. El libro ha aparecido precisamente la misma semana en la que menos de la mitad del electorado acudía a las urnas para elegir sus representantes en Europa y quizás sea este hecho por el que convenga empezar el diálogo con su autor, Ernesto Milá:


– Nuestro pueblo no parece ha estado muy interesado por las elecciones europeas… ¿Cómo sitúan en su libro a la Unión Europea?


– Es simple: la UE podía haberlo sido todo y, sin embargo, ha optado por no ser nada. La UE podía haberse constituido como una de las “patas” de un mundo multipolar, una de las zonas con mejor nivel de vida y bienestar de las poblaciones. Y, sin embargo, ha preferido ser una pieza más de un mundo globalizado y, como tal, una víctima más de esa odiosa concepción económico–política que aspira a homogeneizar el mundo en función de los intereses de la economía financiera y especulativa.



– Así pues, no hay futuro para Europa dentro de la globalización…


– Exacto, desde hace 25 años, Europa viene siendo víctima de un doble fenómeno: de un lado la deslocalización industrial en virtud de la cual, las plantas productoras de manufacturas tienden a abandonar territorio europeo y a trasladarse a zonas del planeta con menos coberturas sociales y, especialmente, salarios más bajos; de otro lado, la inmigración masiva traslada masas ingentes del “tercer mundo” hacia Europa con la finalidad de aumentar la fuerza de trabajo a disposición, logrando así tirar a la baja de los salarios. Ambos procesos –deslocalización industrial e inmigración masiva– tienden a rentabilizar el rendimiento del capital: se produce más barato fuera de Europa y lo que no hay más remedio que se fabrique en Europa, cuesta menos gracias a la inmigración masiva. Eufemísticamente, a este proceso, se le llama “ganar competitividad” y registra en su nómina a una ínfima minoría de beneficiarios y a una gran masa de damnificados. Por eso es rechazable.


– Hablando de “modelos”, en la introducción dices que tu Teoría del Mundo Cúbico es un modelo de interpretación de la modernidad, ¿puedes ampliarnos esta idea?


– Lo esencial de toda teoría política es interpretar el mundo en función de un esquema propio que ayude a explicar la génesis de la coyuntura histórica que se vive y cuál será su evolución futura. Esto es hasta tal punto necesario que, sin esto, puede decirse que ninguna doctrina política, ninguna concepción del mundo, logrará definir los mecanismos estratégicos para modificar aquellos aspectos de la realidad que le resulten rechazables o discordantes. Para que un modelo de interpretación de la realidad sea eficiente, es preciso que integre los aspectos esenciales del fenómeno que analiza. Los modelos geométricos son particularmente interesantes por lo que tienen de “visual”. De entre ellos, el cubo es, sin duda, el que mejor se adapta a la globalización y, por tanto, es el que hemos utilizado para nuestro análisis.


– Así pues, si no se comprende bien lo que es la globalización, ¿más vale no intentar aventuras políticas?


– Exactamente. Cuando emprendes un viaje, una aventura, debes llevar contigo un mapa. El mapa es, en definitiva, el modelo de interpretación que te llevará del lugar en el que te encuentras a aquel otro al que quieres llegar. Nadie sensato se atrevería a iniciar un viaje sin disponer de un plano susceptible de indicarle en cada momento dónde se encuentra y si va por la buena o por la mala dirección. Hoy, el factor dominante de nuestra época es el mundialismo y la globalización; el primero sería de naturaleza ideológica y en el segundo destaca su vertiente económica, especialmente. ¿Qué podríamos proponer a la sociedad si ignorásemos lo que es la globalización? Incluso Cristóbal Colón tenía una idea clara de a dónde quería ir; para él, su modelo de interpretación era la esfera; sabía pues que si partía de una orilla del mar, necesariamente, en algún lugar, llegaría a otra orilla. Desconocer lo que es la globalización y sus procesos supone no asentar la acción política sobre bases falsas y, por supuesto, una imposibilidad para elegir una estrategia de rectificación.


– ¿Qué pretendes transmitir a través de estas páginas?


– En primer lugar la sensación de que la globalización es el factor esencial de nuestro tiempo. Luego, negar cualquier virtud al sistema mundial globalizado, acaso, el peor de todos los sistemas posibles y, desde luego, la última consecuencia del capitalismo que inició su ascenso en Europa a partir del siglo XVII. Tras el capitalismo industrial, tras el capitalismo multinacional, no podía existir una fase posterior que no fuera especulativa y financiera a escala planetaria. Cuando George Soros o cualquier otro de los “señores del dinero” vierten alabanzas sobre la globalización, lo hacen porque forman parte de una ínfima minoría de beneficiarios que precisan de un solo mercado mundial para enriquecerse segundo a segundo, al margen de que la inmensa mayoría del planeta, también segundo a segundo, se vaya empobreciendo simétricamente. En la globalización hay “beneficiarios” y “damnificados”, sus intereses con incompatibles. Finalmente, quería llamar la atención sobre la rapidez de los procesos históricos que han ocurrido desde la Caída del Muro de Berlín. Lejos de haber llegado el tiempo el “fin de la historia”, lo que nos encontramos es con una “aceleración de la historia” en la que e están quemando etapas a velocidad de vértigo. La globalización que emerge a partir de 1989, en apenas un cuarto de siglo, ha entrado en crisis. En 2007, la crisis de las suprime inauguró la serie de crisis en cadena que recorren el planeta desde entonces, crisis inmobiliarias, crisis financieras, crisis bancarias, crisis de deuda, crisis de paro, etc, etc. En cada una de estas crisis, da la sensación de que el sistema mundial se va resquebrajando, pero que se niega a rectificar las posiciones extremas hacia las que camina cada vez de manera más vertiginosa. Con apenas 25 años, la globalización está hoy en crisis permanente. Así pues, lo que pretendo transmitir es por qué no hay salida dentro de la globalización.
– ¿Y por qué no hay salida…?


– La explicación se encuentra precisamente en el modelo interpretativo que propongo: está formado por un cubo de seis caras, opuestas dos a dos; así por ejemplo, tenemos a los beneficiarios de la globalización en la cara superior y a los damnificados por la globalización en la cara inferior; a los actores geopolíticos tradicionales a un lado y a los actores geopolíticos emergentes de otro; al progreso científico que encuentra su oposición en la neodelincuencia que ha aparecido por todas partes. Así pues tenemos un cubo con seis caras, doce aristas en las que confluyen caras contiguas y ocho vértices a donde van a parar tres caras en cada uno. Así pues, del análisis de cada una de estas caras y de sus contradicciones entre sí, de las aristas, que nos indicarán las posibilidades de convivencia o repulsión entre aspectos contiguos y de los vértices que nos dirá si allí se generan fuerzas de atracción o repulsión que mantengan la cohesión del conjunto o tiendan a disgregarlo respectivamente, aparece como conclusión el que las fuerzas centrípetas que indican posibilidades de estallido de la globalización se manifiestan en todos los vértices del cubo, así como las fricciones en las aristas, y hacen, teóricamente imposible, el que pueda sobrevivir durante mucho tiempo la actual estructura del poder mundial globalizado.


– ¿Quiénes son los “amos del mundo”? ¿Los “señores del dinero”…?


– En primer lugar es preciso desembarazarse de teorías conspiranoicas. Si el mundo estuviera dirigido por una “logia secreta” o por unos “sabios de Sión”, al menos sabríamos hacia donde nos pretenden llevar y existiría una “inteligencia secreta”, un “plan preestablecido”. Lo más terrible es que ni siquiera existe eso. El capitalismo financiero y especulador ha dado vida a un sistema que ya es controlado por ninguna persona, ni por ningún colectivo, ni institución. Simplemente, la evolución del capitalismo en su actual fase de desarrollo está completamente fuera de control de cualquier inteligencia humana. De ahí que en nuestro modelo interpretativo, la cara superior del cubo –la que representa a los beneficiarios de la globalización– no sea plana sino que tenga la forma de un tronco de pirámide. En el nivel superior de esta estructura piramidal truncada se encuentran las grandes acumulaciones de capital, lo que solemos llamar “los señores del dinero”… pero no constituyen ni un “sanedrín secreto”, ni siquiera pueden orientar completamente los procesos de la economía mundial. Simplemente, insisto, la economía se ha convertido en un caballo desbocado, que escapa a cualquier control…


– Entonces… ¿quién dirige el mundo?


– … efectivamente, esta es la pregunta que faltaba. En mi modelo, esta pirámide truncada, está coronada por una pieza homogénea que está por encima de todo el conjunto. En los obeliscos antiguos esta pieza era dorada o, simplemente, hecha de oro, y se conocía como “pyramidion”. En la globalización ese “pyramidion” son los valores de los que se nutre el neocapitalismo: afán de lucro, búsqueda insensata del mayor beneficio especulativo, etc, en total veinte principios doctrinales que enuncio en el último capítulo de la obra y que constituyen lo que podemos considerar como “la religión de los señores del dinero”. Esos “principios” son los que verdaderamente “dirigen la globalización”. Los “señores del dinero” no son más que sus “fieles devotos”, pero no tienen ningún control sobre los dogmas de su religión.


– ¿Hay alternativa a la globalización?


– Sí, claro, ante: la llamada “economía de los grandes espacios”. Reconocer que el mundo es demasiado diverso y que un sistema mundial globalizado es completamente imposible. Reconocer que solamente espacios económicos más o menos homogéneos, con similares PIB, con similar cultura, sin abismos ni brechas antropológicas, pueden constituir “unidades económicas” y que, cada uno de estos espacios, debe estar protegido ante otros en donde existan condiciones diferentes de producción, por barreras arancelarias. Y, por supuesto, que el capital financiero debe estar en primer lugar ligado a una nación y en segundo lugar tributar como actividad parasitaria y no productiva. La migración constante del capital financiero en busca siempre de mayores beneficios es lo que genera, a causa de su movilidad, inestabilidad internacional. Hace falta poner barreras para sus migraciones y disminuir su impacto, no sólo en la economía mundial, sino también en la economía de las naciones. Los Estados deben desincentivar las migraciones del capital especulativo y favorecer la inversión productiva, industrial y científica.


– ¿Es posible vencer a la globalización?


–  La globalización tiene dos grandes enemigos: en primer lugar, los Estados–Nación que disponen todavía de un arsenal legislativo, institucional y orgánico para defender la independencia y la soberanía nacionales de cualquier asalto, incluido el de los poderes económicos oligárquicos y apátridas; se entiende, que una de las consignas sagradas del neoliberalismo sea “más mercado, menos Estado”, que garantiza que los intereses económicos de los propietarios del capital se impongan con facilidad sobre los derechos de las poblaciones que deberían estar defendidos y protegidos por el Estado, en tanto que encarnación jurídica de la sociedad. El otro, gran enemigo de la globalización es cualquier sistema de “identidades” que desdicen el universalismo que se propone desde los laboratorios ideológicos de la globalización (la UNESCO, ante todo) y son antagónicos con los procesos de homogeneización cultural y antropológica que acompañan a la globalización económica. Así pues está claro: para vencer a la globalización es preciso reivindicar la dignidad superior del Estado (y para ello hace falta crear una nueva clase política digna de gestionarlo) e incluso recuperar la idea de Estado como expresión jurídica de la sociedad, es decir, de todos (con todo lo que ello implica) y, por otra parte, es preciso reafirmar las identidades nacionales, étnicas, regionales. Allí donde haya Estado e Identidad, allí no hay lugar para la globalización.

Benito Mussolini - Presente!

(29/07/1883 – 28/04/1945)

Leitura obrigatória


Membro do Governo grego admite perseguição política contra a Aurora Dourada




[ANN] Lo que muchos sospechaban lo admite por fin el gobierno griego: Que el encarcelamiento y hostigamiento contra Amanecer Dorado fue por motivos ideológicos y políticos, por lo que la acusación de que el movimiento nacionalista es una “organización criminal” se confirma ser falsa y el encarcelamiento de sus miembros anticonstitucional.

La revelación, que desató el caos en la escena política de Grecia, proviene de un video que muestra al jefe de gabinete del primer ministro, Panayotis Baltakos, admitir ante el diputado nacionalista Ilias Kasidiaris que el encarcelamiento de miembros de Amanecer Dorado fue por motivos políticos e ideológicos y que no había base legal suficiente para mantener en la cárcel a los diputados de su partido.

Baltakos también admitió en el video que el primer ministro, Antonis Samaras, se puso furioso cuando se enteró de que los jueces habían dejado en libertad a Kasidiaris y a Ilias Panayótaros. Ambos diputados, indicó el jefe de gabinete, fueron puestos en libertad porque no había pruebas contra ellos.

Además, Baltakos insinuó que al primer ministro le venía bien un duro golpe contra miembros de Amanecer Dorado como el encarcelamiento de sus líderes debido a que el partido derechista de Samaras, Nueva Democracia, perdía estrepitosamente apoyo popular mientras que el movimiento nacionalista aumentaba su influencia entre el pueblo griego.

Finalmente, Baltakos admite que la fiscal del Tribunal Supremo y el fiscal adjunto prepararon un informe manipulado.

A raíz de este escándalo, Amanecer Dorado exigió la renuncia inmediata del gobierno griego y la realización de elecciones nacionales anticipadas a “fin de curar las heridas de la nación” provocadas por las revelaciones.

Por el otro lado, el principal partido de izquierdas Syriza pidió la comparecencia de Samarás, Dendias y Athanasíu ante el Parlamento para dar explicaciones. El partido Griegos Independientes llegó a pedir la dimisión de todo el Gobierno.

Sin embargo, el video no evitó que el pleno del Parlamento aprobase el levantamiento de la inmunidad de tres diputados de Amanecer Dorado, para que sean investigados por presuntas actividades criminales.

Recordar Rodrigo Emílio

Por 

Foi numa tarde de Primavera viseense que com ele me cruzei pela primeira vez. Deambulando pela Sé, como fazia com frequência entre furos escolares, parei para uma bica num café de esquina no Largo Pintor Gata, acompanhado do Voyage au Bout de la Nuit do Céline, que acabara de comprar na saudosa Lúmen. Absorto na leitura, nem reparei num vulto que do balcão, porte “nobre e fidalgo”, me olhava curioso. Da altivez dos meus 16 anos mal cumpridos e reconhecendo-lhe o símbolo na lapela, aventurei-me a apresentar-me. Foi assim que conheci o Rodrigo Emílio.
Conversamos o tempo de um café e de três Português Suave sem filtro, que fumou até metade, guardando o restante no maço, e dali saímos para sua casa que era logo ali por trás, no Ado da Sé, em frente à Igreja da Misericórdia. Foram horas de conversa, sentados a uma camilha, com uma enorme fotografia do Léon Degrelle, autografada pelo próprio, como testemunha. Falamos de literatura e poesia, da África Portuguesa e dos dias do fim, da descrença num povo moribundo e no alheamento da juventude, da urgência de um Rei para um país nas urgências, do fado na voz do seu camarada-irmão Zé Campos e Sousa, da família, que por afinidades de casamento ainda se cruzava e da sua Casa de São José, em Parada de Gonta, onde insistiu para o visitar, sempre que quisesse.
Não me fiz rogado. Sozinho, ou na companhia do meu “irmão siamês”, Luís Abel Ferreira, visitei-o muitas vezes, para ouvir as muitas histórias dos tempos de boémia lisboeta, das campanhas de África, da sua poesia e da dos outros, do Portugal enterrado por alturas de Abril, do exílio em Espanha, dos seus amados filhos e dos camaradas de combate. Recordo, entre muitas, uma história deliciosa, em que nos contou a tentativa de entrega na Casa de São José, duma intimação do Tribunal Constitucional a propósito dum julgamento de elementos do MAN e a que respondeu orgulhosamente que constitucional, em sua casa, não entrava nada. Era assim o Rodrigo Emílio. “Com zero a comportamento. E vinte em fidelidade.”
Poeta genial, duma musicalidade extraordinária e duma intensidade ímpar, colocava a alma e o coração em tudo em que se empenhava. Perseguido desde o dia primeiro da revolução dos cravos, em que, tendo recusado colocar na lapela o símbolo revolucionário à entrada na RTP, onde trabalhava, foi considerado (com muito orgulho o imagino) “irrecuperável para a democracia”. Depois disso, foi a recusa dos democratas de serviço em entregar-lhe o prémio de poesia General Casimiro Dantas, com que tinha sido distinguido e que era seu por direito e o caminho do exílio, para fugir aos mandatos de captura em branco, às prisões sem culpa formada, às perseguições da COPCON.
Foi já em Madrid que assistiu à dolorosa amputação do território pátrio, com a entrega das Províncias Ultramarinas aos inimigos da Nação. Depois da morte da sua filha Constança, em 1971, ainda bébé, a morte do país que amava e pelo qual lutara empenhadamente era dor demasiada e que Rodrigo Emílio nunca ultrapassou. Como descreve o seu filho Gonçalo, na introdução do extraordinário www.rodrigoemilio.com “Via a pátria esfacelada, desfeita em pedaços e chorava de revolta, de desespero, de vergonha também…” Depois duns tempos no Brasil e do regresso a Madrid, retorna a Lisboa ingressando por breve período na Rádio Renascença, para de seguida partir para Viseu, onde se estabelece durante anos, primeiro como professor e depois como explicador particular, garantindo assim o tempo necessário para as suas fugas para o refúgio literário em Parada de Gonta.
Foi por esta altura que nos conhecemos, para não mais deixarmos de contactar, embora esporadicamente, quer através das minhas visitas à Casa de São José, quer em alguns encontros em Lisboa, quer ainda em fugazes reuniões monárquicas em que nos cruzámos. Há exactamente 10 anos atrás, no dia 28 de Março de 2004, partiu para junto da sua Constança, deixando mais pobre a pátria que amou desmesuradamente.
“É preciso que se saiba porque
morro
É preciso que se saiba quem me
mata
É preciso que se saiba
Que no forro desta angústia
É da pátria tão-somente que se trata.”

Rodrigo Emílio. Presente!
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