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Revolução do Alto

Uma característica geral destes últimos tempos é a urgência, a pressão e a acção de ruptura exercida a partir do baixo, e em função do baixo, sobre as estruturas existentes: o que corresponde ao único significado próprio e legítimo do termo "subversão".

Esta situação tem como pressuposto óbvio a crise do conjunto das estruturas em causa: quer sejam estruturas político-sociais ou culturais e intelectuais. Assim ela é acompanhada por um processo contra o mundo moderno, a sociedade burguesa e o capitalismo, contra uma ordem que se limita a ser uma desordem exteriormente contida, contra formas de existência que perderam todo o significado superior, desumanizantes, criadoras - para usar um termo abusado - de "alienação".

A revolta contra todos estes aspectos de uma civilização problemática pode ser legítima.
Mas aquilo que caracteriza estes últimos tempos é a carência de toda a acção rectificadora, libertadora ou restauradora do alto: é o facto de se permitir que a iniciativa e a acção, frequentemente necessária, de ruptura, ocorram precisamente a partir do baixo: do baixo, entendido quer como referência a estratos sociais inferiores, quer a valores inferiores. Assim a consequência quase inevitável é o deslocar do centro de gravidade para um nível que está ainda mais baixo do que aquele das estruturas entradas em crise e que perderam todo o seu conteúdo vital.

No campo político-social, o fenómeno apresenta formas tão precisas que é quase supérfluo perder tempo com elas. Ninguém é tão míope ao ponto de, por esta altura, não entender exactamente o que se pretende com, por exemplo, a famosa "justiça social". Ela não é de modo algum a verdadeira justiça, a justiça distributiva do suum cuique, baseada num princípio de desigualdade e já defendida pelos clássicos, como por exemplo Aristóteles ou Cícero. É pelo contrário uma pseudo-justiça tendenciosa, exclusivamente ao serviço dos interesses das classes mais baixas, dos chamados "trabalhadores", em prejuízo dos outros, em nome de mitos que servem apenas para abrir gradualmente o caminho à tomada do Estado pelas forças de esquerda.

Contra esta acção - agora muito bem organizada e quase sem oposição que parte do baixo, e que se liga à mistificação de que só nas classes baixas se pode encontrar o homem natural, são, generoso, etc. e que portanto o fim último do movimento subversivo seria também um novo e efectivo "humanismo" - contra tal acção não existe quase ninguém capaz de reagir com energia. E o princípio da reacção deveria ser este: pode-se denunciar os erros, os defeitos e as degenerescências de um sistema, pode-se ser, por exemplo, decididamente contra a burguesia e contra o capitalismo, mas partindo de um plano que lhes é superior e não inferior, não em nome dos valores "proletários", ditos "sociais" ou colectivistas, mas sim de valores aristocráticos, qualitativos e espirituais: valores que podem dar lugar a uma acção rectificadora até mais radical, desde que se encontrem homens verdadeiramente à sua altura, munidos de suficiente autoridade e poder, de modo a prevenir ou suprimir com uma revolução do alto qualquer veleidade ou princípio de revolução do baixo.

Mas, infelizmente, é cada vez mais claro o quão distantes estão perspectivas deste género dos horizontes intelectuais dos nossos contemporâneos. Pelo contrário podemos constatar como também aqueles que presumem combater contra a "desordem estabelecida" do mundo moderno movendo justas (mas por esta altura óbvias e quase adquiridas) acusações contra a sociedade actual e propondo apenas os valores da personalidade e do cristianismo, não escondem as suas simpatias electivas pelo baixo, pelas "reivindicações" do baixo e pelo pseudo-humanismo de esquerda, mostrando igual intolerância e incompreensão por qualquer solução possível no quadro de um sistema baseado num princípio de autoridade e soberania, de verdadeira ordem e de verdadeira justiça. Como exemplos típicos pode-se indicar Maritain e Mounier, mas também um tradicionalista como L. Ziegler.

É bastante interessante reconhecer a precisa solidariedade desta orientação com outras constatáveis em domínios propriamente culturais. O chamado "neo-realismo" e outras tendências semelhantes não se podem talvez caracterizar por apresentarem abusivamente como "real" apenas os aspectos mais baixos, miseráveis, equívocos e frequentemente até obscenos e vulgares da existência?
Enquanto tudo o resto não teria nada a ver com o que é autêntico, sincero e "real"?

Um caso ainda mais significativo, que indica o vasto raio de acção da difusão da tendência em questão, é constituído quer pela psicanálise quer pelo irracionalismo moderno. Partiu-se de uma crítica, em si mesma legítima, contra o fetichismo da "razão" e do intelectualismo abstracto, contra as superestruturas do Eu consciente. Mas daqui passou-se de imediato de uma abertura do homem não em direcção ao alto mas em direcção ao baixo.
Contra o "racional", fez-se valer o simples irracional, a "vida"; contra o consciente, o inconsciente, e apenas nele se quis ver a verdadeira força motriz da psique.
Assim, também neste domínio o resultado foi uma regressão, uma translação do centro de gravidade humano em direcção ao baixo. A causa é análoga à indicada no campo político-social: pro¬cedeu-se como se fora do "racional" e das suas eventuais prevaricações existisse apenas o sub-racional (o inconsciente, o vital, o instintivo, etc.) e não também o supra- racional: o supra-racional, atestado por tudo aquilo que na história das civilizações se ligou à verdadeira grandeza humana.

Poder-se-iam desenvolver considerações análogas para indicar outros paralelismos, em relação a ulteriores fenómenos culturais contemporâneos - por exemplo, em relação ao existencialismo e a muitas variedades do chamado neo-espiritualismo. Não podemos debruçar-nos sobre isto.
Basta ter mostrado brevemente a idêntica tendência de todo um grupo de fenómenos e o que, infelizmente, estes com a sua presença, que sinaliza a natureza dos tempos, indicam: a inexistência, hoje, de quem tenha as posições e saiba agir não a partir do baixo mas do alto, em todos os domínios.

Julius Evola

Capítulo II do livro Ricognizioni: Uomini e Problemi

Nota: Este texto foi editado no Boletin Evoliano  nr. 12 (2ª série) e pode ser descarregado aqui

A etapa tradicionalista de Evola: Influencias


 A fase já meramente Tradicionalista de Julius Evola, a fase final após passar através as anteriores - a vanguardista e a filosófica (1) - que poderíamos considerar como preparatórias desta, abarca desde o início da década dos anos 30, até á morte do nosso grande intérprete da Tradição, em 11 de junho de 1974.

A configuração final da cosmovisão de mundo tradicional do mestre romano, tem influências definitivas, de forma especial, em três autores: René Guénon, J.J. Bachofen e Hermann Wirth.

Do Francês Guénon, Evola faz sua a caracterização de duas categorias existenciais e vitais, as que em diferentes épocas o homem tem aderido, que são 'O Mundo da Tradição' e 'O Mundo Moderno'.
A visão do mundo e da existência, é próprio de cada um delas e tornar-se-á o eixo a partir do qual o mestre italiano fará girar os vários estudos que realizou ao longo destas quatro últimas décadas e meia da sua vida.

A antítese representada, de um lado, por um tipo de homem ( O Homem da Tradição (1) ),  que consagra toda a sua existência e que o faz dentro das comunidades que fazem o mesmo (Mundo Tradicional) e, por outro lado, por outro tipo de homem (o homem moderno), assim como por outro tipo de sociedade cujos laços com Alto estão quebrados, e cujos integrantes são forçados ao mais rude materialismo (mundo moderno), irá fornecer, como antítese, a Evola as chaves definitivas para ajustar o foco de todas as suas análises e estudos.

Do Suiço J.J. Bachofen retirará bastante dos seus trabalhos sobre a morfologia dos dois tipos de culturas e civilizações antagónicas que foram sucedendo ao longo da história da humanidade: umas de tipo patriarcal, que entende do aristocrático, do diferenciado, da forma, e  do hierárquico, e de um tipo de espiritualidade viril, apolínea, solar e Olímpica. e outras, por outro lado, de tipo matriarcal que entende do ginecocrático, igualitário, do promíscuo e indiferenciado, e dos cultos de carácter telúrico, ctonio e Lunar.

Deve-se, em outros assuntos, assinalar que o autor suíço adquire o direito de um certo evolucionismo que Evola não compartilha, pois situa as origens do discurso humano pelo tempo, as sociedades de carácter matriarcal que tinham sido, felizmente em determinados períodos, substituídas - num sentido evolutivo – por outras de carácter patriarcal, quando, contrariamente a esta abordagem, o mestre italiano situa as origens (e de acordo com as diferentes tradições e textos sacro-sapientes) das comunidades patriarcais (na Idade do Ouro ou Satya-yuga) e, posteriormente a estas - como resultado de um processo involutivo, de queda - das sociedades de natureza matriarcal.

Do Holandês Hermann Wirth, Evola mostra muito interesse pelas suas investigações arqueológicas, já que através das constatações efectuadas pelo pesquisador holandês (em que o elemento rúnico não é exactamente trivial) se demonstre que, embora a origem dos povos Indo-Europeus esteja localizado na cultura escandinava Ertebolle-Ellenberk, estes povos são os herdeiros de outros proto-indoeuropeus cujas origens remontam ainda  mais a norte.

É assim que Evola reverte o seu lugar original para os míticos (2) Thule ou Hiperbórea da tradição greco-romana, a Aryanem Vaejo do Avesta iraniano ou a esse Monte Meru que falam os Vedas ... a essa terra que teria estado localizada na latitudes mais setentrionais do planeta, e em que teria acontecido a Idade de Ouro ou Satya-yuga (ou Satya-yuga): a Tradição Primordial.

As contribuições desses três autores, são capitais pata o mestre romano na hora do seu desenvolvimento de uma metafísica da história, de uma morfologia do Mundo da Tradição e do mundo moderno.

NOTAS:
• Algumas das principais características que definem este tipo de homem podem ser lidas no nosso livro “El Hombre de la Tradición” (Editorial EAS).
• “La etapa filosófica de Evola: influencias”:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/21/la-etapa-filosofica-de-evola-influencias/
• O carácter mítico desse lugar originário da Idade de Ouro, seguramente se reveste de um carácter também real, como por exemplo, pensamos que é demonstrado pela leitura do trabalho do autor indiano Bal Gangadhar Tilak “El hogar ártico de los Vedas” (Editorial Retorno).

Autor: Eduard Alcántara
Traduzido de:
https://septentrionis.wordpress.com/2017/07/25/la-etapa-tradicionalista-de-evola-influencias/

Julius Evola: Presente

A 11 de Junho de 1974 falecia Julius Evola na sua residência romana de Corso Vittorio Emanuele.
No 43º aniversário do dito óbito não podíamos permanecer em silêncio, pois o legado que nos deixou o mestre e grande intérprete da Tradição não tem comparação possível.
Poderíamos comentar detalhes no mínimo incríveis do seu post mortem que seguramente nos fariam pensar que o de Evola não se tratou meramente das inestimáveis doutrinas que nos fez chegar mas que inclusivamente operou uma transformação interior que o tornou ontologicamente partícipe da Tradição Viva.

Ninguém como Evola sustentou a certeza inerente à Tradição de que não existem fatalismos contra os quais um tipo de homem diferenciado não possa lutar para reverter a deletéria prostração a que nos conduziu o mundo moderno".

Ninguém como Evola nos soube mostrar onde se encontram as incorruptas trincheiras da Frente da Tradição pois ninguém como ele as limpou tão bem das escórias da modernidade mais descaradamente materialista ou então das pseudo-espiritualidades que se esforçam por aturdir e confundir aqueles que sentem a chamada da Tradição e a luta, interna e externa, contra o Mundo Moderno.

Ninguém como ele nos colocou no caminho certo.

Ninguém como ele nos deu certeza e luz... a Luz do Norte!

Excertos do editorial escrito por Eduard Alcantara no Boletim Evoliano nr 10 e 11 (2ª serie)
Descarregue o Boletim e leia o artigo aqui


Entrevista a Julius Evola (Traduzida em Português)


Parte 1 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 2 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 3 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética


Parte 4 - Dadaísmo, Doutrina do despertar, RCMM, Tradição Hermética

O VERDADEIRO CORPORATIVISMO

Julius Evola

Hoje em dia, em certos ambientes, o corporativismo é uma das ideias mais em voga e a serem revalorizadas, tendo em vista uma obra de reconstrução nacional. Não podemos deixar de aderir a este ponto de vista, porquanto a ideia de corporação teve, no período fascista, o valor de uma daquelas reivindicações dos princípios de um ordenamento sadio e normal que, se tivessem sido adequadamente desenvolvidas, poderiam ter feito frente a processos económico-sociais perniciosos.
Sem dúvida que se deve destacar que tal desenvolvimento não teve sempre o curso desejado e, hoje em dia, se se tivesse de voltar a assumir uma posição antidemocrática e antimarxista, este conceito teria de passar por uma revisão e interpretação adequados.
Em primeiro lugar, deve ter-se em conta que o conceito de corporação tem um valor efectivo enquanto possuir um carácter tradicional. Por isso, devem ser rechaçadas certas valorizações historicistas a respeito do corporativismo, como aquelas que queriam fazer dele un quid medium ou, de acordo com um certo jargão, uma ‘síntese dialéctica’, uma ‘terceira posição’ entre uma ‘esquerda’ e uma pretensa ‘direita’, em matéria económica, entre liberalismo e marxismo, ou análogas oposições. Tais jogos conceptuais podem fazer nascer confusões perigosas, descuidando situações de facto que nem sequer deixaram escapar os teóricos do ‘materialismo histórico’; posto que se deve reconhecer inquestionavelmente que o liberalismo – seja a nível económico como noutros âmbitos – não foi senão uma fase preliminar de desagregação da ordem tradicional, a qual teria de paulatinamente dar lugar a resoluções classistas, socialistas e proletárias. Com o corporativismo não se trata pois de combinar de forma conjunta aquilo que não são duas instâncias diferentes – liberalismo e colectivismo – senão em alternativa duas fases de um único processo descendente; trata-se de limpar o terreno e de voltar às origens: de retomar o nível de ideia formativa e dadora de sentido, um princípio que foi vivente e eficiente antes que interviessem os processos de dissolução da era ‘moderna’.
No corporativismo fascista actuou, em certo momento, uma exigência desse tipo: sem dúvida diremos que isso aconteceu de uma forma semiconsciente e portanto com insuficiente radicalidade. Com efeito, no corporativismo fascista subsistiu, apesar de tudo, um resíduo marxista, uma vez que a concepção classista foi parcialmente reconhecida. Isto é, permaneceu a ideia-base de dois enquadramentos que foram reconhecidos como tais e que se tratou apenas de harmonizar as estruturas, lamentavelmente muitas vezes somente burocráticas, do Estado corporativo. Desse modo, não se atacou de forma definitiva o mal nas suas raízes. Tem também interesse analisar que orientação seguir e ter presente a forma como a ideia corporativa se desenvolveu na Alemanha. Aqui a tendência fundamental foi justamente a de partir o enquadramento classista através de um sistema no qual a superação da antítese marxista teria de realizar-se no interior da empresa. Na mesma empresa onde o marxismo a havia derrogado, a unidade devia ser reconstituída. E a ideia tradicional da corporação voltou a apresentar-se na forma moderna de comunidade orgânica, na qual capital e trabalho, possuidores dos instrumentos produtivos, resultam intimamente vinculados numa comunidade de vontade e de finalidade que tem um carácter menos económico e mais ético. Nem capitalistas, nem operários proletários, mas ‘chefes’ e ‘seguidores’ (tal era justamente a terminologia) na empresa, numa solidariedade variadamente garantida e tutelada que não exclui hierarquia e que numa e na outra parte pressupõe a faculdade de elevar-se mais além do interesse puramente individual como uma formação militar e guerreira.
Não era diferente disto o espírito das antigas corporações, inclusive a partir das romanas: uma vez que estas, de acordo com uma expressão característica, estavam constituídas ad exemplus reipublicae, isto é, à imagem do Estado, e nas mesmas designações (por exemplo nas de milites o milites caligati para os simples seguidores da corporação) e repartições (decúrias, centúrias) reflectiam no seu plano o ordenamento militar. E este espírito conservou-se no homem germano-romano medieval, no qual se punha em relevo a dignidade de um ser livre entre os que pertenciam a uma corporação, reafirmava-se o orgulho de cada um de pertencer à mesma e por amor fazia o trabalho concebido como uma arte e uma expressão da própria personalidade e à entrega do inferior correspondia o cuidado e o saber dos ‘mestres’ e o compromisso dos superiores para o acrescento e a elevação da unidade colectiva. O problema da ‘propriedade’ não aparecia aqui para nada, tão natural era a ligação entre os diferentes elementos do processo produtivo com um fim comum.
Tudo isto pode ser lançado em conjunto com as formas ligadas à economia do passado e que voltamos a traduzir nas adequadas formulações modernas, tal como na Alemanha se tinha tratado de fazer. Quanto ao espírito – o que equivale a dizer: enquanto ideia formativa superior e anterior a qualquer problema técnico – o mesmo não seria alvo de uma verdadeira reconstrução. O ponto fundamental é constituído pelo momento ético. A íntima finalidade da ideia corporativa tradicional é a de elevar o plano daquelas actividades inferiores que se vinculam ao domínio produtivo e ao interesse material ao plano mais alto que no mundo antigo correspondia à casta dos ‘guerreiros’ que se encontrava num plano superior à dos ‘servos’ (proletariado) e dos ‘mercadores’ (capitalistas).
Porque quando a empresa-corporação, uma vez superada a ideia classista, se organiza, tomando como ‘exemplo um Estado’, e à responsabilidade do compromisso e ao sentido de honra dos chefes – os quais devem encontrar-se no centro da sua unidade e não ser os consumidores parasitários de proveitos e dividendos, em detrimento do complexo produtivo – corresponde o compromisso e a fidelidade dos subordinados, então se reflectia também no domínio de uma economia ética clara, viril e personalizada, própria de um mundo guerreiro.
Então, no mesmo ambiente desfavorável próprio da civilização moderna da máquina, o homem, seria elevado tanto no alto como no baixo, podendo assim readquirir a sua face e a sua acção tornar-se-ia merecedora de um sentido: na sequência de uma acção política de conjunto, acabar-se-ia por erradicar as excrescências teratológicas do capitalismo e da finança sem pátria e propiciar uma adequada articulação dos grandes complexos da produção. Aqui o processo negativo de proletarização, sobre o qual o marxismo assenta, poderá ser sensivelmente reduzido mediante a aplicação do princípio corporativo em espaços mais restritos, de tal modo que a unidade de conjunto da empresa-corporação resulte de uma coordenação e hierarquização de várias unidades menores de análoga estrutura: em síntese, o ponto fundamental é introduzirem-na na empresa e tornar em orgânicas as instituições unificadoras que no corporativismo fascista se encontravam fora dessa mesma empresa, mas tinham um carácter burocrático estatal e mantinham uma dualidade de enquadramentos gerais.
Isto são naturalmente esboços, compreendidos para indicar uma direcção, com vista sobretudo a um princípio sobre o qual nunca se insistirá o suficiente, isto é, a mudança de mentalidade, a reintegração do homem de sensibilidade normal e, onde seja isto possível, superior. A desproletarização, mais do que tratar-se de um fim social, é uma tarefa interna. Implica a capacidade de aquela ética viril da corporação tradicional, da qual se falou, e que é o único verdadeiro cimento para as unidades de uma economia orgânica. Quanto aos diferentes problemas, técnicos e estruturais, que hoje em dia são postos em primeiro plano, tais como a comparticipação nas receitas, comissões internas, conselhos de gestão, e outros similares, estes são problemas que devem ser considerados como ponto de chegada e não ponto de partida. Devem resolver-se num clima diferente, antimarxista, justamente ‘corporativo’ de acordo com um desenvolvimento interno natural, num espírito que os liberte de qualquer tendenciosidade de ‘classe’.
Hoje ao nos debruçarmos sobre o conceito de ‘corporativismo’, devemos aprofundar e reformular tudo aquilo que, no sentido do que foi aqui mencionado, tinha começado a ganhar forma na Itália e na Alemanha. Nos ambientes nos quais se quer preparar um renascimento político italiano, será necessário que se convoquem pessoas qualificadas para isso, para um estudo sistemático sério e para uma orientação que hoje se sente mais necessária do que nunca.
Com efeito existe, em especial em Itália, uma situação de desordem, erradamente contida com medidas que, querendo resolver uma erupção cutânea, acabam por chegar a uma febre devida à intoxicação do sangue. Esta intoxicação, que contaminou grande parte da classe trabalhadora, é o marxismo e o socialismo, a mentalidade classista, a propalada e artificial "consciência de classe".
A febre hoje serpenteia na forma ‘sindical’; as suas erupções endémicas são as desordens, as agitações, as greves convertida em coisa normal e natural, para prostrar a nossa nação até ao ponto desejado de formas extremas de subversão mundial.
Apenas conferindo ao ideal corporativo o significado orgânico, articulado de unidade quase guerreira, que teve tradicionalmente, e dando aos interesses superiores maior força, em vez do impulso materialista, o mal poderá ser atacado nas suas raízes, e, nesta ‘época da economia’, poderão ser mantidos valores vinculados a uma alta concepção do homem e da vida.

Il Meridiano d’Italia, 04/12/1949

A propósito de Pedro Varela: Bandeiras e Etiquetas




Voltamos a publicar este texto, aparecido originalmente no Boletim Evoliano, porque convém nunca esquecer que há homens que mesmo não partilhando todas as nossas posições, nem por isso deixam de ser “um dos nossos”!

*             *             *
por Eduard Alcántara

Há pessoas que dizem hastear a mesma bandeira que a nossa. Há aqueles que dizem fazê-lo, senão for com a mesma, com uma bandeira semelhante. Nós temos dificuldades em identificar muitas dessas bandeiras como iguais ou semelhantes à nossa. Nisto não reside nenhuma dificuldade. No entanto, depois de conhecermos uns e outros não demora muito tempo até que comecemos a sentir-nos em comunhão existencial com uns e a ver outros como estranhos. Não adianta ostentar publicamente uma etiqueta ou outra mas sim aspirar a viver de acordo com os princípios e a essência que a caracterizam. Não nos chega, sequer, que nos demonstrem erudição e conhecimento dos conteúdos e objectivos contidos na nossa bandeira. Há que exigir, no mínimo, um intento de assumpção dos seus parâmetros vitais.
Há indivíduos que, por muito que digam que partilham a nossa trincheira, nunca serão dos nossos nem nunca os consideraremos como tal, pois após um breve contacto não descortinamos na sua actuação nenhum valor entre aqueles que são próprios do Homem da Tradição. Não identificamos nestes indivíduos nem um vestígio de nobreza, de lealdade, de fidelidade, de valentia, de sinceridade, de franqueza, de serenidade, de temperança, de espírito de serviço e sacrifício, de firmeza interior, de bravura, de tenacidade, de perseverança, de laconismo, de prudência ou de abnegação, mas pelo contrário, em pouco tempo, poderemos vislumbrar ou perfídia, ou hipocrisia, ou egoísmo, ou individualismo, ou ânsia de notoriedade, ou tendência para a cobardia, ou predisposição para a traição, ou deslealdade, ou mentira, ou ligeireza para criticar ou até caluniar aqueles que lhe são próximos, ou a inveja, ou rancor, ou o ódio, ou a incontinência verbal, ou a charlatanice, ou a irascibilidade, ou mudanças súbitas de humor, ou a instabilidade psíquica, ou a ruindade, ou a inconstância, ou a dissimulação, ou a estridência e a imprudência. Para nós é, por isto, quase indiferente, se alguém hasteia a nossa bandeira ou uma parecida, pois o que na verdade nos importa é que o faça tentando sentir os valores que sempre foram os da Tradição e não apenas impregnados dos contravalores do mundo moderno. A etiqueta não nos serve de nada se o etiquetado nada faz em honra dela. Causa-nos ainda mais desagrado o indivíduo que professa verbalmente a sua adesão a uma etiqueta semelhante à nossa e a mancha de modo execrável do que aqueles contemporâneos nossos que se sentem identificados com esta funesta modernidade e fazem gala do seu posicionamento. Estes, ao menos, mostram coerência entre os seus contravalores de referência e a etiqueta própria do mundo moderno, o qual idolatram e santificam. Os outros, pelo contrário, traem as nobres causas com a sua maneira de ser. Sentimos camaradagem por aqueles que mesmo não militando exactamente na nossa bandeira são fiéis na sua existência aos valores que temos identificado como próprios da Tradição. Talvez possamos discordar com estas pessoas em certos detalhes na hora de conceber a existência. Embora possamos ir beber a fontes idênticas, talvez algumas das nossas referências históricas (ou proto-históricas) ou míticas não sejam as mesmas (ou exactamente as mesmas) mas sentimo-nos como camaradas quando conhecemos e podemos comprovar os valores que os regem e caracterizam a sua maneira de ser.
Neste sentido, entre estas pessoas dignas de admirar pelo exemplo que dão – ao serem coerentes com os valores nos quais acreditam – encontramos um represaliado pelo Sistema Dominante, Pedro Varela. Poucas pessoas como ele libertam essa espécie de aura que é a marca da coerência, da honestidade, da tenacidade e da limpidez de ânimo. Uma aura que move a admiração de todos aqueles que apreciam os valores ignorados e menosprezados, pertencentes ao Mundo da Tradição. Por outro lado, Pedro Varela apenas provocará inveja, receios e ódio entre os modernos, impotentes para fazer seus aqueles elevados valores, pois a incapacidade e a impotência movem a inveja dos que não são capazes de dignificar-se pela sua vontade e esforço constante.
Que os escassos Homens rectos propaguem seus ideais entre si, enquanto os néscios, os desajustados, os alienados e os desequilibrados produtos da modernidade vão merecendo o respeito do Sistema. No entanto, não nos surpreende o destino que o mundo moderno outorga a estes tipos antagónicos de pessoas, pois aos primeiros não os pode manipular, domesticar, hipnotizar, e aos segundos, pelo contrário, seduz, programa e converte em seres movidos por reflexos compulsivos e escravizados com grande facilidade.
Mesmo que apenas exista um homem íntegro, a chama da Tradição não se extinguiu de todo!

-- Boletim Evoliano, nº 1, 2ª Série

Para quem vive, ou pretende viver, com ideais, ideias e espírito crítico, o mundo de hoje é cada vez mais isolador, votando ao ostracismo quem contesta e não se coaduna com a frivolidade da maioria das relações sociais. Nestas prevalecem a hipocrisia, o oportunismo, o uso e descarte conforme as conveniências. Dentro das próprias famílias, por vezes, há “personas gratas” e “non gratas”, conforme o seu “status” social. Entre amigos, as circunstâncias do momento ditam os relacionamentos e o afastamento é impiedoso para quem não tenha aceitação. Desde sempre considero amigo um conceito burguês, pejado de relativismo e subjectivismo, algo que cada vez mais perde o seu conteúdo afectivo e moral. Pelo contrário, o conceito de camarada, para lá de qualquer conotação política, é algo que, dentro das próprias instituições militares e paramilitares, sempre implicou um compromisso e uma relação de reciprocidade e união para lá das trivialidades da vida civil. Pelos camaradas sempre se lutou e morreu, muitas vezes sacrificando a própria vida pelos demais.
Ao afastar-me cada vez mais das muito bem-amadas concepções políticas ditadas pela correcção tolerada pelo “establishment”, todas as instituições políticas, sociais e filosóficas existentes deixaram de me transmitir qualquer fiabilidade e qualquer razão de utilidade. As agremiações políticas, mesmo aquelas que se autoproclamam como radicais e alternativas ao sistema, vivem segundo as regras a que a democracia já habituou todos os seus apaniguados. Os egos são ali alimentados com cargos honoríficos e os seus membros digladiam-se por atenções e honrarias conferidas pelas hierarquias superiores. Outros, como alguns grupos de intervenção, sem intervenção definida, caracterizam-se por… intervenção nenhuma.
Quando descobri o blogue da Legião Vertical, corria o ano de 2009, deparei-me com conteúdos que pela primeira vez escapavam à chuva no molhado e aos lugares comuns habituais, para além da afinidade que já sentia pelo pensador Julius Evola. Para definir o momento do despertar do interesse, podemos começar pelo próprio conceito de Legião, que por si só significa um corpo da antiga milícia romana, ou por extensão corpo ou divisão de um exército. A meu ver, uma sociedade que não degrade os seus antepassados e valorize a estirpe da sua grei tem de ter conceitos fortes militaristas, sob pena de a decadência a destruir. Nenhum laço é mais forte do que o laço criado entre os soldados numa guerra ou num período de recruta. Um acaso feliz colocou-me no encontro entre membros da Legião Vertical e cedo comecei a participar nos seus eventos, permitam-me especificar, em cerca de 2010. Contudo, a vida impediu-me de estar nessa época disponível para participar de corpo e alma nas actividades da Legião, criando um muro entre mim e o meu destino. Quando não é chegada a hora, a obra não nasce e a luta faz-se noutros campos de batalha. Mas, quando o sentimento, os valores e os ideais prevalecem, graças à perseverança, o tempo próprio para a chegada da hora é aguardado sem impaciência e sem constituir nenhum óbice, e ninguém será votado ao esquecimento. E assim aconteceu, desde 2014, ano a partir do qual os meus medos e vontade de superação foram postos à prova em situações de limite criadas para o efeito pelos camaradas, nas quais aprendi a conhecer-me e a testar-me, ultrapassando receios e tornando-me mais homem. Barreiras foram ultrapassadas, tomando consciência de que é impossível esculpir a mente e o espírito, descurando a parte física e respectiva potencialidade. Não existe luta sem concertação de forças. Na diversidade e especialidade de cada uma dessas forças pode haver então uma frente de combate. A nossa sobrevivência enquanto homens e dos nossos ideais dependerá do poder que cada um irá acrescentar ao grupo. Tal desiderato não é para todos, é para os que já foram escolhidos, pois outros foram desviados por certas forças que os afastaram do nosso caminho. Que o destino nos torne, pelo menos, um farol que sirva como guia, através do nosso exemplo. E que este mesmo exemplo dignifique aquilo que representamos. Grato a todos os camaradas que me aceitaram.

Editorial do Boletim Evoliano nº 12 (2ª série)

Diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és!

As companhias que ao longo da nossa vida tivemos e teremos, vão de algum modo influenciar o nosso comportamento presente e futuro. Recordemos a nossa meninice e as diabruras que só em grupo éramos capazes de fazer, coisas que sozinhos não faríamos por falta de coragem, motivação ou imaginação e que só no seio do grupo são realizáveis.
Quando adultos os grupos tendem, tanto para o mal como para o bem, a terem, como é óbvio, maior relevância: são conhecidos e estudados casos de massacres cometidos contra populações civis por unidades de soldados, pretensamente disciplinados, sem qualquer ordem superior, possíveis apenas pela motivação assassina que o grupo produziu.
Se queres “asneirar” a sério junta-te aos maus e serás pior do que eles. O inverso diz o povo que também é certo!
Há quem depois de experiências negativas, digamos, más companhias, que muitas vezes levaram a situações complicadas – para não usarmos outros termos –, procuram agora uma, como se diz hoje em dia sobre muitos artistas cantores, experiência a solo; fazem a sua travessia do deserto, com maior ou menor êxito. Outros já calejados pela “desgraça” são muito mais cautelosos com as novas amizades, mas como lhes está na massa do sangue o Espírito de Corpo, a Irmandade, não desarmam e procuram o “abrigo perfeito” onde possam servir e ser servidos, onde encontrem gente a quem possam… confiar os filhos. Ou como diz um amigo nosso que passou alguns anos no cárcere: “Alguém que definitivamente não me envergonhe.”
Sim, nós sabemos que não há “abrigos” perfeitos, não há homens perfeitos, não há amizades perfeitas, não há casamentos perfeitos e também não queremos esse adjectivo sobre nós. Contentamo-nos com o diferenciado que busca o aperfeiçoamento.

Como atingir o verdadeiro Espírito de Corpo?

A morte como último tabu a ser superado sempre existiu ao longo da história. O tema da morte e do renascimento sempre fez parte dos rituais de passagem nas civilizações tradicionais. Corpos militares de elite da actualidade (e do passado) por inerência às suas próprias funções guerreiras, têm este tema sempre presente… Contamos sucintamente uma prova que até há bem pouco tempo era praticada num determinado país e por uma determinada unidade: era entregue ao recruta um cachorro para ele cuidar durante os meses de duração das provas. No final dos exercícios o soldado regressava para junto do seu fiel amigo de quatro patas que efusivamente o recebia. Passados meses de duríssimas provas, quando o instruendo pensava ter superado tudo e já dava como seu o cobiçado emblema da Unidade, era defrontado com a derradeira prova: tinha que matar o seu cão, o seu fiel amigo tinha que ser estupidamente abatido por si próprio para que pudesse ser aceite na Irmandade.
Na vida temos por vezes que fazer escolhas, estabelecer prioridades, delinear objectivos e tentar atingi-los. Se a vontade for grande e persistente, sobretudo persistente, poderemos alcançá-los. Se o caminho for feito com a ajuda e a força do amigo, dos camaradas, o percurso poderá até não ser mais fácil, mas será mais completo: partilha, discussão, confronto, dádiva, ânimo, entrega… enfim todos aqueles sentimentos e emo-ções que só se vivem em comunidade.
Mas por vezes, quando pensamos estar a dar ou já ter dado muito, alguém nos ordena eliminar “o nosso cão” se queremos continuar.
Estaremos nós à altura de tal acto?

Editorial do Boletim Evoliano, nº 6 (1ª Série)

A Legião precisa de ti!

Conheci a Legião Vertical por intermédio de um camarada que me disse muito bem da Ordem e das suas actividades. Li alguns números do Boletim Evoliano e tive a certeza de que se tratava de uma iniciativa séria, tomada no momento certo, da maneira correcta. Este sentimento levou-me a estabelecer contacto com a Legião Vertical, e uma vez estabelecido o contacto, fui convidado a participar numa das suas actividades. 
Encontrei inicialmente alguma dificuldade nas actividades físicas da Legião Vertical. Eu estava fora de forma e sem praticar desporto havia quase dez anos, mas ainda assim esforcei-me para participar nas actividades. As minhas primeiras marchas foram levadas a cabo com muita dificuldade, e numa delas, por um erro de cálculo da minha parte, fiquei sem água, doze quilómetros antes do primeiro acesso a um rio, sem qualquer nascente em todo o percurso, sob um sol abrasador e num terreno difícil; mas o camarada no comando ajudou-me, partilhou comigo a sua própria água e não me deixou ficar para trás. Aqui aprendi duas das primeiras lições da Ordem: um legionário deve estar pronto e bem aprovisionado para marchar dezenas de quilómetros quando necessário, parando apenas para as refeições e para uns poucos minutos de descanso, seja sob o sol abrasador, sob a tormenta, ou sob a neve; e, por outro lado, um legionário nunca deixa um camarada ficar para trás. 
Nunca fiz parte de nenhuma sociedade iniciática, partido político ou grupo religioso, pois acredito que na sua maioria são compostos por elementos amorfos, com orientações duvidosas, nos quais as acções e o discurso não possuem a menor convergência, nobreza ou autêntica espiritualidade. No meu caso específico, eu já possuía uma orientação filosófica e ideológica mais ou menos formada, pelo que não foi complicado adaptar-me ao estilo legionário, embora se possa dizer que a adaptação do homem ao Ideal é um trabalho constante de autodisciplina e autoconhecimento, e não algo instantâneo e prático como é comum em alguns círculos, nos quais muitas vezes são os “ideais” que têm de se adaptar aos homens. Na Legião Vertical isto não é uma opção, há o Ideal Superior, da mente sã, do corpo são e do espírito impassível e imperturbável, pelo qual o Legionário se rege. 
Depois de um período de reconhecimento mútuo, fui iniciado como Protector da Ordem, numa cerimónia altiva e de elevada espiritualidade. Um legionário deve ter um rígido controlo sobre o seu espírito, treinar o seu corpo físico, e cultivar, diligentemente, o seu intelecto. Para isto, é gentilmente convidado (não desafiado ou obrigado) a transformar-se no Ideal, a viver o Ideal, antes de pretender mover uma palha que seja pelo ideal. A prática de artes marciais, o estudo literário e o cultivo de bons hábitos e costumes são fundamentais para um legionário.
Posso dizer que é para mim uma grande honra colaborar na divulgação da obra de Evola e na sua tradução para a língua portuguesa, assim como é também um orgulho ver o nosso trabalho reconhecido, prestigiado e mesmo auxiliado por camaradas de toda a Península Ibérica e de alguns países da América Latina. Ao reflectir sobre este facto, lembro-me das palavras do Mestre nas suas Orientações: “Na ideia se reconhece a nossa verdadeira Pátria. O que hoje conta, não é ser da mesma terra ou falar a mesma língua, mas pertencer à mesma ideia”, “Suceda o que suceder, o que deve ser feito será feito, pois pertencemos àquela Pátria que nenhum inimigo conseguirá ocupar ou destruir”. 
Julius Evola é um pensador cuja obra poderia representar um papel importantíssimo, senão determinante, para o renascimento e o resgate das mais genuínas e nobres tradições do Ocidente. Alguns dos seus livros, textos e ensaios nunca foram traduzidos para a língua portuguesa, ou estão permanentemente “esgotados” nas livrarias e “desaparecidos” das bibliotecas… O mundo moderno inclina-se para a supressão de tudo o que se oponha ao delírio demagógico das massas e da burguesia.
O hiperindividualismo é encorajado em todos os sectores da vida moderna, o caos, a subversão e a desordem das ideias são venenosamente ministrados aos jovens pelos media, pelos meios académicos e culturais e muitas vezes pela própria família moderna. A Legião Vertical é formada por homens que se esforçam pela convergência, enquanto outros menos dignos se esforçam pela divergência. Não queremos ser muitos, prezamos a qualidade acima de quantidade. 
Aos legionários que estão ainda adormecidos, que isto sirva como o toque da alvorada, despertai! 
A LEGIÃO TAMBÉM PRECISA DE TI! 

Telémaco
(Editorial do Boletim Evoliano - 2ª Série, Número 6
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