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Novidade editorial – Os crimes dos bons


Os interessados em adquirir esta obra deverão enviar um e-mail para clinica.ans@gmail.com


Vivemos há 70 anos em plena falsificação histórica. Falsificação hábil, que começou por arrastar as imaginações populares para depois se apoiar na cons­piração dessas imaginações. Disse-se: eis como eram bárbaros os vencidos da última guerra mundial, que, para cúmulo, foi desencadeada por eles. E acrescentou-se: recordai o que sofreram os países ocupados e o que teriam sofrido os que não foram invadidos se os nobres Aliados não tivessem preservado a sua neutralidade. Inventou-se inclusivamente uma filosofia dessa falsificação, que consiste em explicar-nos que não importa o que uns e outros eram realmente, que só conta a imagem criada e que essa é a única realidade. E assim, duas centenas de carrapatos da imprensa, da rádio e da televisão, criadores da chamada “opinião pública mundial”, foram promovidos à existência metafísica. (...)
Não obstante, deve haver outra realidade. Há outra realidade. Frente aos crimes dos vencidos, reais ou inventados e exagerados em progressão geométrica, falta qualquer coisa. Mesmo para o espírito mais medíocre, é evidente que deve haver algo mais; que, frente aos demónios do nazismo, houve, não anjos, mas seres humanos, muito humanos, demasiado humanos, que cometeram atrocidades e crimes. 
Decidimos narrar esses crimes, pelo menos os mais relevantes, sem nos limitarmos ao relato cronológico dos abusos militares e civis propiciados pelos políticos aliados durante a II Guerra Mundial. A nossa relação abrange os crimes cometidos pelos “bons” entre 1933 e 1982, ou seja, durante meio século de “fascismo”, ou o que os mass media denominam com esse nome. Os “bons” são, evidentemente, os que a imprensa, a rádio e a televisão apresentam como tais: os democratas do leste e do oeste, os “anti-colonialistas” que desde 1945 integravam os chamados “movimentos de libertação” das colónias dos que antes eram “bons”. Naturalmente, muitos dos “bons” de ontem – praticamente todos os países europeus e a América – perderam essa categoria em benefício do que geralmente se denomina “a esquerda”. Assim, o general Patton, que era “bom” durante a II Guerra Mundial, passou a “mau” ao fim de pouco tempo, como passaram a ser “maus” os generais Vedemeyer, Clarck e Mac Arthur, o senador McCarthy, o presidente Chang-Kai-Chek, o general De Gaulle, o presidente Nixon, etc., etc. 
Uma vez que os crimes dos “maus” foram exaustivamente relatados pelos vencedores, fotografados, dissecados, expostos, retocados, exibidos e exagerados, quando não inventados, consideramos supérfluo epilogar de novo sobre eles. Disso nos ocupámos noutro lugar. Nas páginas seguintes, e dentro da tónica geral desta época de “desmitificação” de ídolos, cujo fim suplementar é desenvolver a virtude da modéstia entre os vencedores, apresentamos os crimes dos “bons”, baseando-nos, não em testemunhos emanados dos miseráveis vencidos, mas dos virtuosos vencedores. Dos consagrados pela “opinião pública” e por duas centenas de escribas mercenários portadores da espada flamejante da acusação em nome da humanidade. (...)

-- excerto do Prólogo

Última entrevista com Erich Priebke


Sr. Priebke, há alguns anos você disse que não iria negar seu passado. Aos 100 anos, você ainda pensa desta forma?
Sim.
O que você quer dizer exatamente com isso?
Eu decidi ser fiel a mim mesmo.
Então você se sente ainda hoje como um nacional-socialista?
A lealdade ao seu próprio passado é algo que tem a ver com nossas convicções. É o meu jeito de ver o mundo, meu ideal, aquilo que foi a cosmovisão para nós, alemães, e que ainda está ligado ao amor próprio e ao sentimento de honra. A política é uma outra coisa. O Nacional-Socialismo caiu com a derrota e hoje não há qualquer perspectiva de ele se restabelecer.
Essa cosmovisão, a qual você se refere, compreende também o antissemitismo?
Se você quiser realmente reconhecer a verdade com sua pergunta, é necessário abrir mão de alguns clichês próprios e preconceitos: criticar não significa que você queira destruir alguém. Desde o início do século XX, na Alemanha, o comportamento dos judeus era criticado abertamente. O fato dos judeus terem angariado para si um enorme e crescente poder econômico e, consequentemente, poder político, enquanto perfaziam apenas uma pequena parcela da população mundial, foi considerado uma grande injustiça. Ainda hoje é um fato que, se tomarmos as mil pessoas mais ricas e poderosas do mundo, nós teremos que reconhecer que uma significativa parcela delas são judeus, banqueiros ou acionários de multinacionais. Principalmente após a derrota na Primeira Guerra Mundial e sob o julgo do Tratado de Versalhes, a imigração judaica proveniente do leste europeu levou a uma situação catastrófica na Alemanha, precipitada por um enorme acúmulo de capital dentro de poucos anos, enquanto neste mesmo período, na República de Weimar, a grande maioria dos alemães vivia na penúria. Neste ambiente, os agiotas multiplicaram seu patrimônio e cresceu o sentimento de frustração contra os judeus.
É uma velha história, segundo a qual é permitido aos judeus a prática da usura, enquanto esta é proibida aos cristãos. Qual é verdade para você?
Certamente não é minha ideia. Basta ler Shakespeare ou Dostoievski para reconhecer que de fato havia um problema semelhante com os judeus dentro da perspectiva histórica, de Veneza até São Petersburgo. Isso não significa que naquela época os judeus eram os únicos agiotas. Eu compartilho uma citação do poeta Ezra Pound: “Eu não vejo qualquer diferença entre um agiota judeu e um agiota ariano.”
Por causa de tudo isso você acha justificável o antissemitismo?
Não, veja que isso não significa que não exista entre os judeus, pessoas decentes. Eu repito, antissemitismo significa ódio, ódio indiscriminado. Mesmo também nos últimos dias de minha perseguição, como idoso e privado da liberdade, eu sempre evitei o ódio. Eu nunca quis odiar, nem mesmo aqueles que me odiaram. Eu falo apenas do direito à crítica, e tento explicar os motivos. Eu ainda que lhe dizer mais uma coisa: você deve refletir que uma grande parcela dos judeus, devido à sua particular concepção religiosa, se consideram superiores e melhores que todas as outas pessoas. Eles se identificam com o “povo escolhido por Deus” da Bíblia.
Hitler também falava da superioridade da raça ariana.
Sim, Hitler também caiu na ideia da superioridade. Isso foi a razão para erros, de onde não há mais volta. Todavia, você deve considerar que o racismo era algo normal naquela época. E não foi apenas uma questão da vontade popular, mas era parte integrante de governos e até mesmo do ordenamento jurídico.
Mesmo depois que os norte-americanos haviam se tornado mercadores de escravos e tinham deportados os povos africanos, eles permaneceram racistas e mantiveram um comportamento discriminatório frente aos negros. As primeiras leis raciais de Hitler não restringiram mais os direitos dos judeus do que as restrições legais impostas aos ex-escravos africanos em muitos estados dos EUA. O mesmo pode ser dito de grupos populacionais da Índia discriminados pelos britânicos, e também os franceses não se comportaram de forma diferente frente a seus súditos das colônias. Sem mencionar o tratamento das minorias étnicas na antiga União Soviética da época.
E segundo sua opinião, como você acha então que a situação se escalou na Alemanha?
O conflito se radicalizou, cada vez mais foi se aguçando. Os judeus alemães, os americanos, os britânicos e o judaísmo internacional de um lado, contra a Alemanha do outro. Naturalmente os judeus alemães se encontravam numa situação cada vez mais difícil. A decisão resultante, aplicar leis mais duras na Alemanha, tornou a vida dos judeus cada vez mais difícil. Então, em novembro de 1938, um judeu, um tal de Grünspan, assassinou, em protesto contra a Alemanha, um funcionário da embaixada na França, chamado Ernst von Rath. Sucedeu a famosa “Noite de Cristal do Reich”. Grupos de demonstrantes quebraram por todo o Reich janelas das lojas de judeus. A partir de então, os judeus foram vistos apenas como inimigos. Após conquistar o poder, Hitler tentou encorajar os judeus a deixarem a Alemanha. Em seguida, diante de um clima de desconfiança crescente frente aos judeus alemães, causado pela guerra, boicote e conflito aberto com as mais importantes organizações judaicas mundo afora, eles foram confinados em campos de concentração como um inimigo normal. Naturalmente isso foi catastrófico para muitas famílias inocentes.
Então, para você, tudo o que os judeus sofreram, foi culpa própria deles?
Culpa existe um pouco em ambos os lados. Também do lado dos aliados que declaram a guerra contra a Alemanha, após a entrada das tropas na Polônia. Um território onde um grande número de descendentes de alemães estava sob constante ataque, e foi colocado sob o controle do recém-criado Estado polonês concebido em Versalhes. Contra a Rússia de Stalin e sua invasão no restante da Polônia, ninguém mexeu um dedo. Ao contrário, ao final do conflito, para defender a independência da Polônia contra os alemães, toda a Europa Oriental, incluindo a própria Polônia, foi dada a Stalin.
Excetuando a questão política, então você se simpatiza com as teorias do revisionismo histórico?
Eu não entendo muito bem o que se quer dizer com Revisionismo. Quando conversamos sobre o Processo de Nuremberg de 1945, posso lhe dizer que se tratou de um processo inacreditável, um grande circo com o único propósito de estampar o povo alemão e seus líderes, diante da opinião pública mundial, como desumanos e desprezíveis. Para humilhar os vencidos que não estavam mais em condições de se defender.
Onde você baseia esta afirmação?
O que dizer de um tribunal que se autodeterminou, que condena apenas os crimes dos vencidos e não dos vencedores; onde os vencedores são simultaneamente os acusadores, os juízes e a parte prejudicada, e leis especiais são criadas a posteriori para o processo, apenas para conseguir uma condenação? Até mesmo o presidente dos EUA, Kennedy, condenou este processo como “repugnante”, pois ele “feria os princípios da constituição norte-americana, (e foi feito) para punir um adversário derrotado”.
Também quando você afirma que o delito “crime contra a humanidade”, que foi aplicado em Nuremberg, não existia anteriormente, mas sim foi criado para este tribunal internacional, temos que admitir que as acusações se referiam a crimes horríveis.
Em Nuremberg, os alemães foram culpados pelo massacre de Katyn, mas em 1990 Gorbachow admitiu que foram os próprios russos acusadores que tinham assassinado vinte mil oficiais poloneses na floresta de Katyn com um tiro na nuca. Em 1992, o presidente Jeltzin apresentou o documento original da ordem assinada por Stalin.
Os alemães foram também acusados de terem feito sabão de judeus. Exemplares destes sabões foram parar até em museus nos EUA, Israel e outros países. Somente em 1990, um professor da universidade de Jerusalém teve que admitir que se tratava de um engodo.
Sim, mas os campos de concentração não são invenções dos juízes de Nuremberg.
Nos terríveis anos da guerra, tratava-se de uma necessidade natural, prender a população civil que representava uma ameaça para a segurança nacional. Durante a Segunda Guerra Mundial, tanto os russos, como também os EUA fizeram isso. Principalmente este último prendeu nos campos os norte-americanos de origem asiática.
Mas na América não havia câmara de gás nos campos de concentração para os japoneses.
Como eu já disse, muitas acusações foram inventadas pelos acusadores. No que concerne à existência de câmaras de gás nos campos de concentração, nós ainda estamos esperando pelas provas. Nos campos, os detentos eram obrigados a trabalhar. Muitos deixavam o campo durante o dia e retornavam à noite. A necessidade de força de trabalho durante uma guerra é incompatível com a acusação de que simultaneamente pessoas estavam em fila em algum lugar do campo, para encontrar a morte nas câmaras de gás. O funcionamento de uma câmara de gás interfere no seu arredor, é extremamente perigoso também para o exterior, mortal. A ideia em mandar para a morte milhões de pessoas desta forma é loucura, e isso no mesmo local onde outras pessoas vivem e trabalham, sem que saibam. E difícil de colocar em prática.
Quando você ouviu pela primeira vez sobre o plano de extermínio dos judeus e as câmaras de gás?
Quando eu ouvi essas coisas pela primeira vez, eu me encontrava como prisioneiro em um campo de concentração inglês, juntamente com Walter Rauff. Nós dois estávamos chocados. Nós não podíamos acreditar em tais coisas: câmara de gás para exterminar homens, mulheres e crianças. Durante todo o dia nós conversamos com o coronel Rauff e outros detentos. Todos nós fazíamos parte da SS, cada um em seu nível com uma determinada posição no regime NS, mas ninguém nunca havia ouvido algo assim.
Pense apenas que eu soube anos depois, que meu amigo e superior Walter Rauff, que compartilhou comigo no cativeiro alguns pedaços de pão duro, foi acusado de ser o inventor deste misterioso carro a gás. Algo assim somente poderia sair da mente de alguém que nunca conheceu Walter Rauff.
E todos os testemunhos sobre a existência das câmaras de gás?
Nunca foi encontrada câmara de gás nos campos, exceto aquela que foi construída depois da guerra pelos norte-americanos em Dachau. Provas de câmaras de gás que possam ser confiáveis no sentido jurídico e histórico, não existem; da mesma forma não são confiáveis os depoimentos do último comandante de Auschwitz, Rudolf Höß. Independente das grandes contradições de seus relatos, ele foi torturado antes de seu testemunho em Nuremberg e posteriormente enforcado a mando dos russos com a boca cheia. Para estas testemunhas consideradas extremamente importantes pelos vencedores, foram inúmeros os caso de uso do terror físico e psíquico caso houvesse pouca cooperação; as ameaças se estendiam também aos familiares. Eu sei de experiência própria durante minha prisão e também por parte de meus colegas, como os depoimentos dos detentos obtidos pelos vencedores foram forçados, os quais nem dominavam o idioma inglês. O tratamento dos prisioneiros nos campos russos da Sibéria já é de domínio público; eles deveriam apenas assinar qualquer tipo de declaração, mais nada.
Então para você os milhões de mortos são apenas uma invenção?
Eu vi e conheci pessoalmente os campos. A última vez eu estive em Mauthausen, em maio de 1944, para interrogar, por ordem de Himmler, Mario, o filho de Badoglio. Eu permaneci por dois dias no campo. Havia ali uma imensa cozinha para os detentos e até um bordel para saciar suas necessidades. Nenhuma câmara de gás.
Infelizmente muitas pessoas morreram nos campos, mas não por vontade de matar. A guerra, as duras condições de vida, a fome, a falta de cuidados adequados foram responsáveis pelas mortes. Mas essa tragédia dos civis não aconteceu apenas nos campos, mas se estendeu por toda Alemanha, principalmente por causa do bombardeamento indiscriminado das cidades alemãs.
Então você ameniza a tragédia dos judeus, o holocausto?
Há pouco para amenizar: uma tragédia é uma tragédia. Aqui trata-se mais da problemática da verdade histórica.
O interesse dos vencedores da Segunda Guerra era de não ser responsabilizados pelos seus crimes. Eles destruíram por completo algumas cidades na Alemanha, onde não havia qualquer soldado, apenas para matar mulheres, crianças e idosos e com isso tentar quebrar o espírito de luta de combater o adversário. Este destino foi compartilhado por Hamburg, Lübeck, Berlim, Dresden e outras cidades. Eles aproveitaram a superioridade de seus bombardeios para matar impunemente a população civil, em um louco descaso sem precedente. Então isso atingiu os habitantes de Tóquio e, finalmente, a insanidade alcançou com as bombas atômicas os civis de Nagasaki e Hiroshima.
Por isso foi necessário inventar crimes horrorosos que teriam sido cometidos pela Alemanha, e assim apresentar os alemães como criaturas do mal e todas as outras idiotices: como figuras de romances de horror, dos quais centenas foram filmados em Hollywood.
Fora isso, os métodos dos vencedores da Segunda Guerra não se alteraram tanto assim: segundo sua visão, eles exportaram sua democracia com as chamadas missões de paz contra a escória; para isso inventaram o inimigo terrorista que está sempre a fazer coisas cada vez mais monstruosas. Mas na prática eles atacam, principalmente com sua força aérea, todos aqueles que não se curvam. Eles aniquilam soldados e população civil, os quais não possuem os meios para se defender. E assim, ao final de cada intervenção, aparece nos diferentes países um governo marionete que defende seus interesses econômicos e políticos.
Mas como você explica algumas provas inquestionáveis como vídeos e fotografias dos campos de concentração?
Estes filmes são mais uma clara prova da falsificação: eles provêm quase que exclusivamente do campo de Bergen-Belsen. Este campo era para onde as autoridades transferiam os detentos de outros campos, que eram inaptos ou incapazes para o trabalho. Dentro do campo encontrava-se uma estação para convalescênça. Apenas isso já deveria dar o que falar sobre a intenção assassina dos alemães. Parece estranho que se construa em tempos de guerra uma estrutura como essa para aqueles que deveriam ser gaseados. Os ataques a bomba dos aliados, em 1945, deixaram o campo sem suprimento, água e medicamentos. Espalhou-se uma epidemia de tifo, que causou a morte de milhares. Os filmes são originários desta época, de abril de 1945, onde o campo de Bergen-Belsen era devastado por uma epidemia e já se encontrava nas mãos dos aliados. As gravações foram filmadas especialmente para fins de propaganda pelo diretor britânico e mestre dos horrores, Alfred Hitchcock. O cinismo e a falta de humanidade com os quais ainda hoje se especula em torno destes filmes, é assustador. Há anos eles são projetados nas telas, com impressionantes músicas de fundo, o público foi enganado sem qualquer escrúpulo através da ligação destas imagens com as câmaras de gás, onde não há qualquer relação. Tudo falso!
O sentido para todos estes engôdos não seria tirar o foco dos crimes dos aliados?
No início foi. O mesmo cenário do processo de Nuremberg também foi inventado pelo general MacArthur, no Japão, com o processo de Tóquio. Neste caso pensou-se em outra história e em outros crimes, que levaram à morte todos os acusados por enforcamento. E para incriminar os japoneses que tinham acabado de sofrer o impacto das bombas atômicas, inventou-se até acusações de canibalismo.
Por que somente no início?
Por que a literatura posterior sobre o holocausto veio a servir especialmente ao Estado de israel, por dois bons motivos. O primeiro é bem explicado pelo escritor Norman Finkelstein, filho de judeus deportados. Em seu livro, “A indústria do holocausto”, ele explica como este negócio se traduziu no pagamento de indenizações e reparações na casa dos milhões para instituições judaicas e o Estado de israel. Ele escreve sobre uma “ordeira chantagem organizada”. O segundo motivo é explicado pelo escritor Sergio Romano, que certamente não pode ser considerado um revisionista. Após a guerra do Líbano, israel reconheceu que uma expansão e dramatização da literatura do holocausto traria vantagem em sua disputa territorial com os árabes e levaria a “uma arte de imunidade meio-diplomática”.
Por todo o mundo, o holocausto é sinônimo de extermínio. Você tem dúvidas sobre isso ou até mesmo nega?
Os meios de propaganda, daqueles que têm hoje o poder global nas mãos, é imensurável. Através de uma subcultura histórica, criada em casa e disseminada através da televisão e cinema, a consciência foi manipulada através da influência das emoções. Principalmente as novas gerações, já ao iniciar a vida escolar, foram submetidas a uma lavagem cerebral, com uma horrível história para reprimir a liberdade de opinião.
Como eu já disse, nós aguardamos há quase 70 anos pelas provas do crime que é imputado ao povo alemão. Historiadores não encontraram um único documento que reporte sobre as câmaras de gás. Nem uma ordem escrita, um relatório ou uma declaração de um órgão alemão, um manuscrito de algum funcionário. Nada.
Diante desta falta de documentos, os juízes de Nuremberg assumiram que o programa da “Solução final da questão judaica”, que avaliava as possibilidades de deportação dos judeus da Alemanha e posteriormente dos territórios ocupados, incluindo um possível reassentamento em Madagascar, era um codinome secreto que significava seu extermínio. Isso é um absurdo! Em pleno cenário de guerra, quando nós ainda éramos considerados vencedores tanto na África quanto também na Rússia, os judeus, que no início foram apenas encorajados, foram então convocados intensivamente até 1941 a deixar espontaneamente a Alemanha. Somente após estes dois anos desde o início da guerra é que começaram as medidas para restringir sua liberdade.
Imaginemos apenas uma vez que as provas, às quais você se refere, sejam descobertas. Eu falo de um documento que tenha sido assinado por Hitler ou algum outro abaixo na hierarquia. Como você reagiria diante disso?
Neste caso eu sou a favor de uma condenação rigorosa de tais atos. Todas as medidas de violência gratuita contra grupos sem consideração da responsabilidade individual, são inaceitáveis e absolutamente condenáveis. Isso aconteceu com os índios nas Américas, com os kulaks na Rússia, as vítimas italianas na Ístria, os armênios na Turquia, os prisioneiros alemães nos campos de concentração norte-americanos na Alemanha e França assim como os russos, que pereceram por vontade de Eisenhower e Stalin. Ambos chefes de Estado ignoraram conscientemente a convenção de Genebra, para conduzir a tragédia até seu ápice. Todos estes episódios devem ser condenados com toda veemência, inclusive a perseguição dos judeus pelos alemães, que sem dúvida alguma aconteceu. A verdadeira, não essa inventada pela propaganda de guerra.
Você então reconhece que existe a possibilidade de alguma prova do extermínio por parte dos alemães ter escapado ao final do conflito e apareça talvez um dia?
Eu acabei de dizer que determinados atos devem ser condenados. Assumamos apenas uma vez que absurdamente encontre-se um dia uma prova da existência das câmaras de gás. A condenação daqueles que planejaram e executaram o assassinato em massa, é inquestionável e claro. Veja, eu aprendi que surpresas nesta área nunca acabam. Todavia, neste caso eu creio poder excluir com certeza, porque já faz mais de sessenta anos que documentos alemães, confiscados pelos vencedores, são investigados e analisados pode centenas de pesquisadores; até hoje nunca foi apresentada uma única prova e no futuro provavelmente nada será apresentado.
Eu considero também muito improvável por outro motivo: já durante a guerra, nossos adversários começaram a disseminar suspeitas sobre os assassinatos nos campos. Eu falo da declaração dos aliados de dezembro de 1942, onde se falava generalidades sobre os bárbaros crimes contra os judeus na Alemanha e pleiteava uma punição aos culpados. Então, ao final de 1943, eu soube que não se tratava de uma mera propaganda de guerra, mas sim que nossos inimigos até planejavam a fabricação de falsas provas para estes crimes. A primeira notícia sobre isso, eu recebi de um amigo, o capitão Paul Reinicke, que trabalhava junto ao número dois do governo do Reich, o Reichsmarschall Göring: ele era chefe de sua segurança. A última vez que o vi, ele me contou do plano das falsificações. Göring estava indignado, pois ele considerava difamatória tais falsificações diante dos olhos de todo o mundo. Göring, antes de cometer suicídio, condenou severamente este tipo de produção de falsas provas diante do tribunal de Nuremberg.
Uma outra evidência eu recebi depois do chefe da polícia, Ernst Kaltenbrunner, o homem, que substitui Heydrich após sua morte e foi parar na forca no processo de Nuremberg. Eu o vi antes do final da guerra para reportar a traição do rei Vittorio Emanuele. Ele mencionou que as futuras potências vencedoras já estavam trabalhando na construção de falsas provas de crimes de guerra e outras atrocidades, que eles teriam inventado para os campos como provas das atrocidades alemãs. Eles estavam dispostos a chegar a um consenso sobre os detalhes, como um único julgamento poderia ser encenado com os perdedores.
Digno de nota, entretanto, foi o encontro que tive em agosto de 1944, com o ajudante direto do general Kaltenbrunner, o chefe da Gestapo, Heinrich Müller. Graças a ele, eu pude entrar na escola de oficiais. Eu lhe devo muito e ele tinha também muita consideração por mim. Ele chegou em Roma para encarar um problema particular de meu comandante, o tenente coronel Herbert Kappler. Naqueles dias, o quinto exército norte-americano conseguiu furar o bloqueio em Cassino, os russos avançavam em direção à Alemanha. A guerra estava irremediavelmente perdida. Nesta noite ele me pediu para acompanha-lo ao hotel. Devido à existente confiança, eu arrisquei lhe perguntar detalhes sobre este assunto. Ele me contou que através do serviço de espionagem havia claros sinais que à vista da vitória final, o inimigo tentava criar provas para nossos crimes, para produzir uma encenação espetacular após a derrota que deveria levar à criminalização da Alemanha. Ele conhecia detalhes exatos e estava seriamente preocupado. Ele afirmou que não se poderia confiar nessas pessoas, pois eles não conheciam nem honra nem tinham escrúpulos. Eu era ainda jovem na época e não dei a devida importância a suas palavras, mas tudo aconteceu exatamente como o general Müller havia me dito. Estes eram os homens, os líderes que hoje são acusados de terem planejado e organizado o extermínio dos judeus em câmaras de gás! Eu iria considerar tudo isso um grande circo, caso o assunto não fosse tão trágico.
Quando os norte-americanos atacaram o Iraque em 2003, com a desculpa de que eles possuíam “armas de destruição em massa”, com ajuda do falso juramento do secretário de estado Powell diante do Conselho de Segurança da ONU, justamente aqueles que são os únicos a usar tais armas nas guerras, eu disse a mim mesmo: nada de novo!
Você, como cidadão alemão, sabe que segundo certas leis na Alemanha, Áustria, França, Suíça, existe uma punição para quem negar o holocausto?
Sim, as potencias mundiais mais poderosas aprovaram o texto e logo a Itália vai fazê-lo. O truque reside justamente ali, em fazer as pessoas acreditarem que aqueles que se opõem ao colonialismo israelita e sionismo na Palestina, são antissemitas. Aqueles que ousam criticar os judeus, são e permanecem sempre um antissemita. Quem ousa a questionar por provas da existência de câmaras de gás nos campos de concentração, valem automaticamente como defensores da ideia do extermínio dos judeus. É uma manipulação infame. Justamente estas leis são provas do medo que eles têm, da verdade se revelar algum dia. Claramente existem receios, que apesar de tal campanha propagandística emocional, os historiadores partam atrás das provas e os pesquisadores tornem-se cientes das falsas representações. Justamente a existência de tais leis abre os olhos daqueles que ainda acreditam na liberdade do pensamento e da importância de uma pesquisa histórica independente.
Naturalmente eu posso ser acusado pelos que acabei de falar, minha situação pode piorar mais ainda, mas eu tenho que dizer as coisas, pois elas correspondem à verdade; eu considero esta coragem perante ao que é correto, como um dever perante meu país, minha contribuição para comemorar meu centésimo aniversário, para salvação da honra de meu povo.
(Assinatura)
Na segurança de meus 100 anos!
Erich Priebke

Lucien Rebatet: – Presente!



Nascido em 15 de Novembro de 1903 em Moras-en-Valloire, Drôme, foi um grande autor, jornalista e intelectual fascista e anti-sionista francês do século XX. Na juventude foi educado em Saint-Chamond, Loire, tendo estudado na Sorbonne entre 1923 e 1927, tornando-se agente de seguros depois de concluir os seus estudos.
Inicia a sua carreira de escritor em 1929, tornando-se crítico musical e cinematográfico (neste último caso sob o pseudônimo de François Vinneuil) para o jornal integralista Action Française. Em 1932 torna-se colaborador do jornal de direita Je Suis Partout, para o qual escreve até à “libertação” aliada em 1944.
Em 1938 tornou-se chefe de informação da Action Française (a que posteriormente chamou sarcasticamente de “Inaction Française” na sua muito aclamada obra Les Décombres) tendo trabalhado juntamente com o fundador do movimento, Charles Maurras.
Muito antes da eclosão da guerra entre a França e a Alemanha, Rebatet expressava notavelmente as suas simpatias pelo nacional-socialismo nos seus artigos para o Je Suis Partout, nos quais demonstrava que os judeus fomentavam uma guerra mundial que ansiava derrubar o regime de Hitler. Foi convocado em 1940 para o exército francês, servindo a contragosto e desejando abertamente uma guerra curta e desastrosa para a França.
Após a queda da França, tornou-se repórter de rádio para o governo de Vichy, posto que rapidamente abandonou, bem como a Action Française, para participar no jornal de Jacques Doriot, Cri du Peuple, e continuou a escrever para o Je Suis Partout.
Em 1942 Rebatet publicou o seu extenso panfleto, Les Décombres (As Ruínas), obra que foi prontamente aceite e aclamada pelo público francês, desde: «velhos do tempo de Dreyfus que com tremuras na voz me testemunhavam a sua admiração e o seu ódio pelos judeus, a estudantes de liceu corados e atrevidos, a rapariguinhas risonhas, a professores, a grandes burgueses de Passy, a senhoras de sociedade da 7ª circunscrição, a dactilógrafas, operários, donos de lojas, imponentes industriais, marxistas convertidos, antigos monárquicos encantados pelo meu desabafo de verdades sobre a Action Française e Maurras. Via surgirem figuras esquecidas desde a minha adolescência, antigos camaradas dos meus anos de miséria, tendo-me conhecido empregado de seguros a ganhar 830 francos por mês, todos abismados por me verem herói daquele festival…»
Na sua obra máxima, Les Décombres, traçou o percurso das forças que levaram a França à sua queda. Acusou firmemente os políticos da III República, tal como as suas lideranças militares e os judeus franceses, sobre os quais afirmou terem sido a causa principal dos reveses políticos e militares da França. Les Décombres é a mais clara expressão do fascismo de Rebatet, e o seu trabalho mais veementemente anti-sionista e antijudaico. No mesmo ano começou a escrever Les Deux Etendards, a sua primeira novela.
Em Agosto de 1944 Rebatet abandona a França e foge para a Alemanha, viajando para Sigmaringen (local de refúgio para as autoridades de Vichy, assim como para o mais famoso escritor francês, o colaboracionista Louis-Ferdinand Céline). Foi em Sigmaringen que Rebatet terminou Le Deux Etendards, o qual veio a ser publicado em 1952 pela Gallimard. Foi preso na Áustria em 1945.
Foi enviado de volta para a França e em 1946 foi condenado à morte, pena esta que foi comutada para uma pena de trabalhos forçados no ano seguinte. Libertado da prisão em 1952, retomou o jornalismo em 1953, tornando-se director da secção literária do Dimanche Matin. Em 1954, a Gallimard publicou a segunda novela de Rebatet, Les Epis Mûrs. A sua obra final, sobre a história da música, que havia iniciado em 1965, foi publicada por Laffont em 1969.
Rebatet continuou a proclamar a sua aderência, comprometimento e fidelidade à causa até a sua morte em 24 de Agosto de 1972. É ainda hoje, para nós fascistas, neo-fascistas, reacionários e “criminosos do pensamento” – homens nobres no meio de uma geração frívola de plebeus imbecis e lobotomizados – mais uma forte e exemplar referência, de um verdadeiro homem que soube permanecer de pé entre as ruínas, literal e literariamente, até ao fim. Num momento da sua penosa evasão para a Alemanha, depois da tomada da França pelos yankees escreveu o seguinte: «Assim que me deitei, apagada a luz, fui tomado pelo desespero. Sinto-me submergido pela humilhação, na mais terrível catástrofe da minha vida. Continuo sem remorsos, o que me poderia talvez aliviar, transformando a dor em cólera contra mim mesmo. Nunca teria podido seguir o partido dos falhados da III República, dos capitalistas anglómanos, dos militares inconscientes, desse De Gaulle com o seu séquito de comunistas, que iriam cantar os Te Deum com atitudes de vencedores. A minha opção, nada teve de vil: em primeiro lugar, a colaboração, para poupar o país às piores consequências da derrota que tínhamos previsto, obra dos nossos piores inimigos, os antifascistas de gema; depois por horror ao bolchevismo. Não solicitei qualquer lugar. Ganhei dinheiro com a minha própria pena, para defender aquilo que considerava verdade, e infinitamente menos que dezenas de milhares de traficantes, de industriais que forneciam material de guerra a inúmeras divisões da Wehrmacht. Mas desafiei a fatalidade e agora ela esmaga-me. Sou atirado para sempre para o campo dos traidores. A minha vida está perdida, a minha literatura morta…»
Nós, legionários, ousamos fazer justiça à tua memória neste Solstício de Inverno: nem traidor nem ostracizado, mas sim um dos nossos camaradas caídos!
Lucien Rebatet: – Presente!

(Texto lido durante a cerimónia de Solstício de Inverno)


Solstício de Inverno


Estamos aqui hoje reunidos, neste Solstício de Inverno, para, mais uma vez, recordarmos um camarada que já não se encontra entre nós no mundo dos vivos. Este ano decidimos evocar Guido Lupo Maria De Giorgio, importante figura do tradicionalismo italiano, e um dos responsáveis pela introdução de Evola à Tradição.
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Evola descreve-o, no seu livro «O Caminho do Cinábrio», da seguinte forma: “Era uma espécie de iniciado no estado selvagem e caótico (…). Possuía uma cultura excepcional, conhecia muitas línguas, mas tinha um temperamento muito instável (com alternâncias maníaco-depressivas, como diriam os psicólogos) e fortes achaques passionais, emotivos e líricos, quase à maneira de Nietzsche. A sua intolerância ao mundo moderno era de tal ordem que acabou por se retirar para as montanhas, que sentia como o seu ambiente natural, vivendo num presbitério abandonado quase sem nada, à base de algumas aulas que dava, e sofrendo fisicamente de cada vez que era obrigado a tomar contacto com a vida civilizada e citadina.” E de seguida acrescenta: “A sua influência sobre mim, que não se deve a livros, que nunca publicou, mas sim a cartas perturbadas e agressivas, polvilhadas de iluminações – e de confusões – fica a dever-se ao seu modo de dramatizar e energizar o conceito de Tradição, que em Guénon, devido à sua equação pessoal, apresentava traços demasiado formais e intelectuais. A isto unia-se a sua tendência para a absolutização que, naturalmente, encontrou em mim um terreno congenial.”
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De Giorgio nasceu a 3 de Outubro de 1890, na localidade italiana de San Lupo, na província do Benevento. Filho de um notário, estudou Filosofia em Nápoles, tendo-se diplomado aos 20 anos com uma tese sobre um tema “orientalista”. Muda-se de seguida para a Tunísia onde trabalha como professor de liceu ensinando italiano. É aqui que entra em contacto com o esoterismo islâmico através de uma fraternidade local, contacto este que o marcará profundamente.
Em 1915 volta à Itália, estabelecendo-se em Varazze. Após a I Guerra Mundial muda-se para Paris, onde conhece René Guénon, de quem se torna amigo e colaborador, colaborando com ele nas duas revistas francesas mais importantes da época dedicadas ao esoterismo: «Le Voile d’Isis» e «L’initiation».
Regressa a Itália nos anos vinte, tendo feito parte do Grupo de Ur juntamente com Evola, escrevendo na revista do mesmo nome sob o pseudónimo de Havismat. Em 1930 foi “um dos inspiradores” da revista «La Torre», fundada por Evola, onde escreve sob o pseudónimo de Zero, expondo as suas teses sobre aquilo a que chamava Fascismo Sacro, ou seja, uma tentativa de universalizar o movimento fascista através da via esotérica. No final dos anos 30 e início dos anos 40 colaborou ainda noutras publicações como «Krur» ou «Diorama Letterario» (suplemento do jornal «Il Regime Fascista» de Farinacci).
Após a II Guerra Mundial teve a coragem de escrever um violento panfleto contra o novo regime democrático com o provocatório título de «A República dos Canalhas».
A sua principal obra, «A Tradição Romana», na qual advoga o regresso à antiga concepção da autoridade espiritual e temporal, foi publicada postumamente em 1973. Esta obra, cujo título original era «O emblema fulgural da potência. Introdução à doutrina do Sacro Fascismo Romano», tinha sido originalmente oferecida a Mussolini, sob a forma de manuscrito dactilografado, no Natal de 1939. Em «Deus e o Poeta», obra publicada apenas em 1985, exalta de forma poética o conteúdo metafísico da doutrina católica, da qual se foi aproximando a partir dos anos da II Guerra Mundial, o que levou ao seu afastamento de Evola que o considerava entregue “a uma espécie de cristianismo vedantizante”.
De Giorgio faleceu em 27 de Dezembro de 1957, de causas naturais, na localidade piemontesa de Mondovì.
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Terminaremos esta breve evocação citando o próprio De Giorgio, que se referia aos modernos nos seguintes termos: “Sempre mais rápidos, sempre mais declives, queimai todas as metas, rompei todos os diques. Soltai as rédeas. Tomai os louros das vossas conquistas. Correi com asas sempre mais rápidas, com orgulho sempre mais despregado, com vossos impérios com vossas democracias. A fossa deve ser cheia e precisa-se de esterco para a nova árvore que brotará fulminante do vosso final”. Pois bem, aqui está resumida aquela que deve ser também a nossa atitude perante o mundo em ruínas que nos rodeia.

― Guido Lupo Maria De Giorgio: PRESENTE!

(Texto lido durante a cerimónia de Solstício de Inverno de 2011 da Legião Vertical)

Rodrigo Emílio: Presente!

Todos os anos a Legião Vertical celebra o Solstício de Inverno evocando, em cerimónia, um camarada já caído. Este ano recordámos Rodrigo Emílio; aqui fica o texto que foi lido durante a cerimónia:

Antes de mais, o nosso agradecimento ao camarada que disponibilizou de imediato a sua casa assim que soube que procurávamos um local para a realização do Solstício de Inverno. Há “pormenores” que não esquecemos e que também alimentam a nossa vontade de continuar com a Obra.

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É com um especial sentir que a Legião Vertical vai hoje aqui, nesta cerimónia do Solstício de Inverno de 2010, evocar um Homem à parte. Recordar alguém que não tivemos a felicidade de conhecer pessoalmente e muito menos de com ele privar nas longas noites de tertúlia onde o saber, o patriotismo e a acutilância se misturavam num bravo poema que ele próprio encarnava.

Rodrigo Emílio escreveu muito e sobre vários temas… fez poemas. Na África portuguesa, onde o poeta se vestiu de soldado, escreveu, no poema «Irmão D'Armas»: o negro, aqui a meu lado / Não é negro negregado mas soldado, meu irmão. É o mesmo Rodrigo que anos mais tarde, após a traição abrileira, escreve, com a mesma força, um poema de homenagem aos skinheads: Tu que, brandindo o braço como um mastro, / conjuras tanto gringo, tanto gang, / sem que o aço compassado do teu passo / de milícia / se exalte e se zangue. Poderia isto parecer estranho e quem não conhecesse o poeta acharia que sim. Mas as ideias do Rodrigo não tinham mudado, eram as mesmas, mudaram sim os palcos da batalha, mas o poeta-soldado, o tal que, como ele afirmou, merecia um zero a comportamento mas vinte a fidelidade, não tinha pois renegado os seus princípios e a sua pátria. Quando muita gente à sua volta mudava de ideias para “melhor” viver ele sobrevivia para não perder… a dignidade.

Hoje que o processo de decadência atingiu patamares impensáveis põe-se a eterna pergunta evoliana de saber se ainda há homens de pé e o que podem eles ainda fazer. Parece-nos oportuno introduzir aqui uma célebre frase do Rodrigo: “Não são os nossos homens que precisam de mudar de ideias. São as nossas ideias que precisam de mudar de homens.” Pensamos que é esta a chave mágica que buscávamos, e o Rodrigo, como outros visionários, teve um vislumbre do “graal”.

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Rodrigo,

A Legião é um novo embrião de homens que não nasceram nem foram “educados” com as tuas ideias. Mas, como dizia Nietzsche, encontramos a Verdade sob os piores nomes.

O mesmo Nietzsche escreveu: «Um dia os operários viverão como hoje os burgueses mas sobre eles viverá a casta superior; esta será mais pobre e mais simples mas possuirá o poder». Gostaríamos, nós legionários, que esta profética afirmação fosse um dia encarnada pela nossa Ordem.

Estaremos a ser demasiado pretensiosos? Claro que sim, mas não estamos iludidos com nenhum sucesso futuro, nem sofremos de megalomania. Projectamos, com certeza, uma meta bem alta, seguimos um sonho supranacional de Imperium. Sabemos, no entanto, que os projectos ousados começam, como tudo, com um pequeno passo.

Por ora trabalhamos e cumprimos o Ritual, treinamos o corpo e a mente e aguardamos. E nós sabemos esperar, porque apesar do reduzido número, e sabendo que essa circunstância nos poderia fazer desistir, não claudicamos e desta feita aqui estamos a homenagear-te. Porque pertencemos aquela raça de homens para quem a Honra se chama Fidelidade.

Não trazemos vícios velhos em roupagens novas. Mas vestimos de negro o corpo que é branco… na Alma e no Espírito.

Porventura não mereceríamos de ti um poema ou simples dedicatória; não importa, contentar-nos-íamos em saberes que existimos e que partilhamos muitas das tuas ideias.

Obrigado Rodrigo Emílio

A Legião é a nossa Ordem

Vestimos uniforme e não somos soldados,
Marchamos e não somos soldados,
Treinamos, lutamos, e não somos soldados,
Obedecemos e não somos soldados,
Ordenamos e não somos soldados,
A disciplina é nossa vida e não somos soldados,
Honramos os nossos camaradas e não somos soldados,
Combatemos, vencemos, morremos e não somos soldados.

Oramos e não somos monges,
Jejuamos e não somos monges,
Penitenciamo-nos e não somos monges,
Cumprimos o Rito e não somos monges.

Sou Guerreiro, sou Legionário,
Metade monge, metade soldado!

Solstício de Inverno

Celebramos hoje mais um Solstício de Inverno, data em que recordamos e evocamos os nossos camaradas mortos em diversas circunstâncias e lugares, todos os que tombaram sem abandonar, sem trair os seus irmãos de armas e a Causa porque lutavam. Para nós, legionários, estes são exemplos maiores que devemos enaltecer e seguir.

Recordamos desta feita mais um expoente dessa Valentia, Nobreza, Coragem, Entrega Incondicional… Fidelidade.

Evocamos nesta cerimónia Léon Degrelle, esse grande combatente, a quem alguém tão certeiramente chamou “o último dos irredutíveis”.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando nas estepes geladas da Ucrânia e da Rússia combateste corpo-a-corpo, olhos nos olhos, a fera bolchevique.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando à distância da baioneta, a que tantas vezes chegaste, saíste vitorioso.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando te alistaste voluntário para a frente de combate como simples soldado raso, rejeitando o privilégio de começares como tenente.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando as tuas cicatrizes de guerra são as mais preciosas condecorações.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando te expunhas à metralha inimiga para salvar um camarada.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando a tua fidelidade se mostrou sempre mais forte que o fogo e lutaste até ao fim.

Ser legionário é ter-te como exemplo: Quando tudo terminou, a Guerra perdida, a família assassinada pelos infames vencedores, tu não te vergaste, continuaste vertical, altivo, quiçá arrogante, não importa, pois roçaste uma dimensão supra humana.

Ser legionário é ter-te como exemplo.

A Honra é nossa pátria a Fidelidade nossa mãe!

Muralha

O soldado tem como profissão a guerra, mas é comum dizer-se que não é ele que a começa (“a guerra é a continuação da política por meios violentos”) e, por conseguinte, quem inicia a guerra são os políticos.

A nossa luta não entra nos manuais das célebres academias militares (será que alguma vez ouviram as expressões “cavalgar o tigre” ou “atacar onde o tigre mostra mais fragilidade”?); não somos guerrilheiros, a nossa forma de combate ainda não lhes suscitou particular interesse, muito embora a sua preparação lhes deixe antever algo de “novo” e com formas muito diversificadas.

Nós temos algumas vantagens: podemos aprender com os erros ou as vitórias deles, e eles não podem aprender connosco, pela nossa “insignificância” e até porque ignoram a nossa existência.

A sociedade económico-pária onde temos que viver, trabalhar e educar os nossos filhos, está tão absorvida na sua alucinante viagem que, mesmo não sabendo para onde caminha, esquece que há gente como nós, com uma perspectiva diferente. Gente diferenciada, que aguarda o momento oportuno para servir o “tigre” com o seu próprio veneno, aquele que é hoje publicitado como elixir da felicidade: o mundo globalizado das massas humanas indiferenciadas e consumidoras.

A nós cabe-nos, embora incapazes de conter tal avalanche, estar atentos, treinados, preparados e, como o bambu, permanecer flexivelmente firmes, enraizados. Para que tal aconteça há que ter consciência e observarmos algumas atitudes pessoais, essas sim que podemos alterar e pôr em prática sem estar à espera de conseguirmos sozinhos através de qualquer acto político ou belicista derrubar o governo ou governos cleptocratas das actuais democracias capitalistas.

O auto-controlo tantas vezes difícil de manter na nossa vida diária, em casa, no emprego ou na rua, que em muitas situações é activado pelo medo de perder o emprego ou de gerar mais violência com repercussões incalculáveis, deve ser no seio da nossa Ordem conscientemente assumido e posto em prática. Treinar a cortesia sem servilismo, treinar a dureza sem ódio.

Relembro, porque me parece oportuno, o que o nosso irmão, o Grego, escreveu na Muralha XVIII:

“Os conselheiros legionários devem estudar psíquica e emocionalmente a personalidade do Comandante para não tomarem atitudes que o irritem desnecessariamente… Devem protegê-lo dos incómodos e da perda de energia causados por discussões banais que o distraiam, no seu difícil trabalho de comando e orientação. Ele deve, isso sim, ter conselheiros – secretários por ele escolhidos, que o livrarão das preocupações menores.”

No plano das atitudes e comportamentos pessoais, e porque nenhum de nós é rico, estando alguns inclusive a passar uma fase económica menos favorável, devemos lembrar-nos que o nosso trabalho, os nossos empregos, dão-nos alguma segurança económica – e isso é bom, mas não é tudo!

Atenção portanto, com quem pensa acumular grandes riquezas, e que quer fazer desta vida uma eterna batalha para ser rico, pois se já somos escravos, mais ou menos livres, de modo algum podemos virar prostitutas e agir como um burro a quem prenderam uma cenoura à frente da cabeça…

É preciso termos em mente que a ânsia de uma conquista económico-social pode inadvertidamente levar a um distanciamento de si mesmo e por conseguinte de tudo o que não tem a ver simplesmente com dinheiro como é o caso da Legião.

O saber usar as armas do inimigo, já noutras alturas mencionado, é também isto, meus caros camaradas: viver no meio deles sem nos deixarmos influenciar. Difícil? Sabemos que sim.

Mas então perguntarão: os ricos não podem fazer parte, ou é necessário ser-se sempre pobre ou remediado para pertencer à Legião?

Nós não queremos fazer sentir os ricos culpados, nem tirar aos pobres o sonho de o ser!

Poderíamos abordar esta questão de várias perspectivas, mas vejamos:

Um rico, um muito rico, ou um indivíduo que vive economicamente desafogado, e tenha conhecimento da nossa existência e que de nós pretenda aproximar-se… Vem até nós, passa uma temporada connosco, e até, suponhamos, conseguimos produzir a empatia necessária para ele ficar: será que facilmente aceitará a nossa Hierarquia, que não é baseada nem na classe social nem no diploma universitário?

Um juiz, por exemplo (rico ou desafogado), será que aceitava ser comandado por um indivíduo hierarquicamente (na sociedade-económico-laboral) inferior a ele?

Agora façamos um esforço e imaginemos que um indivíduo com as características socio-económicas atrás mencionadas se entrega verdadeiramente à nossa Causa e aceita a nossa Hierarquia – não é fácil, pois não? Mas se por acaso isso acontecer sabemos então perfeitamente que estamos na presença de um Homem Diferenciado. Alguém que ultrapassou o homo economicus que há em si.

O problema é quando no nosso íntimo continua latente a necessidade, diríamos primária, de subirmos na Hierarquia de Ferro, não com a intenção de obtermos meios (as armas do inimigo) para ajudar a Hierarquia de Ouro, mas para simplesmente conseguir ouro galgando os degraus do ferro.

Somos soldados, e se bem que o ouro seja também para nós aliciante, não nos deixaremos ofuscar pelo seu brilho nem faremos dele o nosso objectivo. As nossas riquezas são: as nossas armas, os nossos camaradas, a nossa Ordem e a serena vontade de sermos Diferenciados num mundo em ruínas.

Sabemos que outros núcleos, outros movimentos, outras irmandades se organizam e laboram, tal como nós, em prol do advento de uma nova Idade de Ouro. Haverá em cada elemento ou grupo propensões diferentes próprias do carácter e personalidade de quem as integra e dirige: haverá vocações guerreiras, outras culturais, outras místicas ou mais espirituais e outras ainda políticas, estas talvez as que menos nos interessam como forma prática de actuação. No contexto actual tal acção não passaria de passatempo enganador… Alguns de nós que estivemos mais ou menos envolvidos e participamos nalgumas manifestações políticas sabemos que cada ilusão de avanço tem levado a um maior recuo.

Portanto pormos em evidência uma acção política externa, e é disso que estamos a falar, sobretudo a nós tradicionalistas evolianos, não nos traria grandes vantagens. O nosso trabalho é sobretudo interno e, embora com algumas nuances pragmáticas, não é para nós mas para as futuras gerações. Isto não põe de lado, como é óbvio, a hipótese de darmos o nosso contributo, marcando presença, sempre que acharmos necessário.

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