Cavalgar o Tigre (Introdução)

1. Orientação. O mundo moderno e os homens da tradição

Nesta obra propomo-nos estudar alguns dos aspectos da época actual, precisamente aqueles aspectos que a converteram essencialmente numa época de dissolução e, ao mesmo tempo, abordar o problema do comportamento e das formas de existência que, numa situação como esta, interessam adoptar a umdeterminado tipo de homem.

Esta última restrição nunca deverá ser perdida de vista. O que se vai ler não afecta a totalidade dos nossos contemporâneos, mas unicamente ao homem, ainda que comprometido com o mundo actual, inclusive onde a vida moderna alcançou o ponto mais amargo, problemático e paradoxal, não lhe pertence interiormente, no entanto não contempla a possibilidade de lhe ceder, e sente-se, por sua essência, de uma raça diferente da maior parte dos outros homens.

O lugar natural dum homem assim, numa terra onde não seria um estranho é no mundo da Tradição: esta expressão tem aqui um carácter particular que já utilizamos em outras ocasiões próximo das categorias utilizadas por René Guenon em sua análise crítica do mundo moderno. Segundo esta concepção particular, uma civilização ou uma sociedade são “tradicionais”, quando estão regidas por princípios que transcendem o que há de mais humano e individual, quando todas as suas formas lhe vêm do alto e quando estão inteiramente orientadas para cima. Mas, apesar da diversidade das suas formas históricas, o mundo da Tradição caracteriza-se por uma identidade e constância essenciais. Em outros livros tentamos precisar quais eram estes valores e as categorias fundamentais e imutáveis que constituem a base da civilização, sociedade ou organização da existência, que se possam qualificar de “normais” no sentido superior de um significado justo.

Tudo o que acabou por prevalecer no mundo moderno, representa a exacta antítese do tipo tradicional de civilização. A experiência mostra, de uma forma cada vez mais evidente, como partindo de valores da Tradição (admitindo que haja alguém, hoje em dia, que saiba reconhecê-los e assumi-los), é muito provável que se possa, mediante acções e reacções eficazes, modificar de uma forma apreciável o actual estado de coisas. Não parece possível que perante os últimos transtornos mundiais, nem as nações, nem as instituições, nem tão pouco a grande maioria dos indivíduos e as condições gerais da sociedade, assim como as ideias, os interesses e as forças predominantes desta época, possam servir de alavanca para uma acção deste género.

Sem dúvida, existem alguns homens que permanecem por assim dizer, de pé entre as ruínas, no meio desta dissolução e que, mais ou menos conscientemente pertencem a este outro mundo. Uma pequena tropa que parece disposta a combater mesmo em posições perdidas. Quando não se submetem, quando se negam a compromissos ou não se deixam seduzir por aquilo que lhes poderia assegurar algum êxito. Nesse caso, seu testemunho é válido; outros, pelo contrário isolam-se completamente, o que exige firmeza interior e condições materiais privilegiadas, hoje em dia cada vez mais raras. Em todo o caso é a segunda das possibilidades. Por fim é preciso mencionar, os escassos espíritos que no campo intelectual podem mesmo afirmar “valores tradicionais”, independentemente de todo o fim imediato, com o objectivo de desenvolver uma acção de “presença”, uma acção certamente útil para impedir que a conjuntura actual introduza um obscurecimento completo do horizonte, não só sobre o plano material, mas também no plano das ideias, e não permita distinguir nenhuma outra escala de valores que aquela que lhes é própria. Graças a estes homens, as “distâncias” podem ser mantidas: outras dimensões possíveis, outros significados de vida podem ser indicados a quem é capaz de distanciar-se, de não ficar somente a olhar as coisas próximas ou o presente.

Infelizmente isto não resolve o problema de ordem pessoal e prático que se coloca, não naqueles que têm a possibilidade de se afastar materialmente, mas naqueles que não podem ou não querem cortar a ligação com a vida actual e que, por isto mesmo, devem resolver o problema do comportamento a adoptar na vida, nem que seja só no plano das reacções humanas mais elementares.

Essencialmente pensando neste tipo de homens se escreveu a presente obra, e é a este homem que se aplica esta máxima de um grande “precursor”: “O deserto cresce. Desgraçado daquele que esconde desertos dentro de si.” Não encontra com efeito nenhum apoio no exterior. As organizações e instituições que numa civilização tradicional lhe haviam servido de ponto de apoio e permitido realizar-se integramente, organizar de maneira clara e precisa a sua própria existência, defender e aplicar no seu meio como em si mesmo, os valores essenciais que reconhecia interiormente, estas organizações e instituições não existem hoje em dia. Não convém pois, continuar a apresentar linhas de acção que, adequadas e legais em toda a civilização normal e tradicional não o são numa civilização anormal, num meio sócio, psíquico, intelectual e material completamente diferente, num clima de dissolução geral, num sistema de desordens constantes e, em todo o caso, sem uma legitimidade superior. Disto tudo resulta uma série de problemas específicos que nos propomos estudar em seguida.

Um ponto que deve ser esclarecido antes de tudo é a atitude a adoptar no que diz respeito às “sobrevivências”. Principalmente na Europa Ocidental subsistem hábitos, instituições e costumes do mundo de ontem, quer dizer, do mundo burguês, que resistem com muita persistência. Hoje em dia, quando se fala de crise, no fundo é da crise do mundo burguês do que se trata: são as bases da civilização e sociedade burguesa que sofrem esta crise, o objecto desta dissolução. Não é o que consideramos o mundo da Tradição. O mundo que se desintegra social, política e culturalmente, é aquele que se formou a partir da Revolução do Terceiro Estado e da primeira revolução industrial, mesmo se misturados com alguns vestígios de uma ordem mais antiga.

Quais são as relações que podem existir entre este mundo e o tipo de homem que nos interessa? Esta questão é essencial, pois na resposta que se lhe der, depende evidentemente o sentido a ser atribuído aos problemas de crise e dissolução, cada vez mais visíveis em nossos dias, e a atitude a adoptar, tanto a seu respeito, como em respeito ao que não foi ainda completamente minado ou destruído por eles.

A resposta não pode ser mais negativa. Nosso tipo de homem não tem nada a ver com o mundo burguês. Deve considerar tudo que é burguês como algo recente e anti-tradicional, nascido de processos negativos e destrutivos. Percebe-se muitas vezes, que os fenómenos actuais de crise são uma espécie de Némesis, o da volta do pêndulo: - são precisamente as forças, que no seu tempo, foram postas em marcha contra a antiga civilização tradicional europeia (não vamos entrar em detalhes), que se voltaram contra quem as havia evocado, destruindo-as uma a uma e levando mais longe, até uma fase ulterior mais avançada o processo geral de desintegração. Isto vê-se muito claramente no plano político-social, por exemplo nas relações evidentes que existem entre a revolução burguesa do Terceiro Estado e os movimentos socialistas e marxistas que seguiram, entre a democracia e o liberalismo por um lado e o socialismo do outro. Os primeiros serviram simplesmente para abrir a via aos segundos e estes, depois de os haverem deixado cumprir a sua função, não pensam senão em destruí-los.

Ocorrendo isto, há uma conclusão que é preciso rejeitar energicamente: a que consistiria em apoiar-se sobre o que sobrevive do mundo burguês, em defendê-lo e torná-lo como apoio para lutar contra as correntes de dissolução e subversão mais violentas, depois de ter tentado animar ou fortalecer estes vestígios com a ajuda de alguns valores mais altos e mais tradicionais.

Perante isto, a situação geral acentua-se cada vez mais, desde os acontecimentos cruciais que foram as duas grandes guerras mundiais e suas repercussões, adoptar esta atitude seria criar ilusões sobre as possibilidades práticas que existem. As transformações já ocorridas são demasiado profundas para serem reversíveis. As forças que estão em estado livre ou em vias de sê-lo, não são susceptíveis de serem reintegradas ao ponto das estruturas do mundo de ontem. É precisamente o facto das tentativas de reacção não se ligarem mais do que a estas estruturas desprovidas de toda a legitimidade superior, o que deu vigor e capacidade de se implantar às forcas de subversão. Por outro lado, tal via conduziria a um equívoco tão inadmissível sobre o plano ideal, como perigoso sobre o plano táctico. Como temos dito, os valores tradicionais – aqueles que nós chamamos “valores tradicionais” – não são os valores burgueses, mas sim a sua antítese. Reconhecer um valor a estas sobrevivências, associá-las de uma forma ou de outra aos valores tradicionais, utilizá-las para o fim que acabamos de indicar, levaria pois, quer a testemunhar uma pobre compreensão destes mesmos valores, quer a diminuí-los e a descer a uma forma de compromisso, ao mesmo tempo desprezível e perigoso. Perigoso pois, é o facto de ligar de uma forma ou de outra, as ideias tradicionais a formas residuais de civilização burguesa que iria expor estas, em mais de um aspecto legítimo e necessário, a sofrer o ataque inevitável, actualmente empreendido contra esta civilização.

É pois, para a solução oposta que nos devemos encaminhar mesmo se isto torna as coisas difíceis e comporta outro tipo de risco. É positivo cortar todos os laços com o que está destinado a desaparecer, mais ou menos em breve prazo. O problema será então manter uma linha de direcção geral sem apoiar-se em nenhuma forma dada ou transmitida, incluindo as do passado, que são autenticamente tradicionais mas que já pertencem à história. A continuidade não poderá ser mantida mais sobre o plano existencial, ou mais precisamente debaixo de uma forma de orientação íntima do ser, que deveria ir a par, com a maior liberdade individual virada para o exterior. Tal como se exporá de maneira detalhada a seguir, o apoio que a tradição poderá trazer não deve vir de esquemas regulares e reconhecidos de uma civilização nascida antigamente, mas sim, e antes de tudo, dos princípios doutrinais que ela continha, em estado pré-formal, ao mesmo tempo superior e anterior às formas particulares que se desenrolaram no curso da história, doutrina que no passado não pertencia às massas, mas que tinha o carácter de uma “doutrina interna”.

Além disso, existindo a impossibilidade de actuar de maneira positiva no sentido de um regresso ao sistema normal e tradicional, existindo a impossibilidade de ordenar organicamente e com coerência a sua própria existência no ambiente da sociedade, da cultura e dos costumes modernos, fica por saber em que medida se pode aceitar plenamente um estado de dissolução sem se ser influenciado interiormente por ele. Convém examinar igualmente, aquilo que na fase actual – em última análise, fase de transição – pode ser escolhido, separado do resto e assumido como forma livre de um comportamento, que exteriormente não seja anacrónico mas permita também identificar-se com o que há de mais avançado no pensamento e costumes contemporâneos, ainda que permanecendo interiormente determinado e orientado por um espírito completamente diferente.

A fórmula “ir, não onde se defende mas sim onde se ataca”, proposta por alguns, poderá ser adoptada pelo grupo dos homens diferenciados, descendentes da Tradição, aqueles que vamos tratar aqui. Isto significa que pode ser bom contribuir para derrubar o que vacila e pertence ao passado, ao mundo de ontem, em vez de assinalá-lo e de prolongar a sua existência. É uma táctica possível, cuja essência é impedir que a crise final seja obra de forças contrárias cuja acção se deverá entretanto aguentar. O risco de tal atitude é evidente: não se sabe quem terá a última palavra. Não há nada na época actual, assim mesmo, que não seja perigoso. Para quem permanece em pé, é talvez a única vantagem que tal atitude representa. Resumindo convém reter as seguintes ideias fundamentais:

- É preciso realçar o sentido de crise e o processo de dissolução que muitos deploram hoje em dia, e mostrar que o objectivo principal e real deste processo de destruição é a civilização e a sociedade burguesa, as quais, na escala dos valores tradicionais, tomavam o sentido de uma primeira negação do mundo que as havia precedido e que lhes era superior. Continuando, a crise do mundo moderno poderá eventualmente representar, segundo uma expressão hegeliana, uma “negação da negação”, e por consequência um fenómeno positivo. A alternativa é a seguinte: ou a negação da negação conduz ao nada – ao nada que brota das formas múltiplas do caos, da dispersão e do caos que caracterizam as numerosas tendências das últimas gerações; ou esta outra negação que apenas se esconde por detrás do sistema organizado da civilização material – ou esta negação vai criar para os homens que nos interessam aqui, um novo espaço livre, que eventualmente poderá representar a condição prévia de uma acção formadora posterior.

2. Fim de um ciclo. “Cavalgar o tigre”

Esta última ideia refere-se a uma perspectiva que, rigorosamente falando, não é a deste texto, pois diz respeito, não ao comportamento interior e pessoal, mas sim ao colectivo, não à realidade de hoje, mas sim a um futuro que não é possível hipotecar e do qual é essencial que não se faça depender de nenhuma forma o próprio comportamento.

Trata-se da perspectiva já mencionada anteriormente, segundo a qual a nossa época poderia ser, em última análise, uma época de transição. Vamos dedicar algumas palavras a este tema antes de abordarmos o problema principal que nos interessa, referindo-nos à doutrina de ciclos da vida e à ideia de que a época actual, assim como todos os fenómenos que a caracterizam, correspondem à fase terminal de um ciclo.

A fórmula que escolhemos como título deste livro “Cavalgar o Tigre”, pode servir de transição entre o que temos dito até aqui e a doutrina em questão. Esta fórmula do extremo oriente, significa que se uma pessoa consegue cavalgar um tigre, se o impede de nos atacar e se para além disso, se não cai, se permanece agarrado, pode acontecer que o consiga dominar; recordemos, para quem se interessa, que um tema análogo se encontra em muitas escolas de sabedoria tradicional, como o Zen japonês (as diversas situações do homem e do touro), e que a antiguidade clássica desenvolveu temas similares (as provas de Mitra, que se deixa arrastar por um touro furioso, sem o soltar, até que o animal se detém; então Mitra o mata).

Este simbolismo, aplica-se em vários planos. Pode referir-se a uma linha de conduta a seguir no plano interior, mas também a uma atitude que convém adoptar quando as situações críticas se manifestam no plano histórico e colectivo. Neste último caso, o que nos interessa é o vínculo que existe entre este símbolo e aquilo que ensina a doutrina geral da história, em particular sobre a sucessão das “quatro idades”. Esta doutrina, tal como tivemos oportunidade de expor em outras ocasiões, revestiu-se de aspectos idênticos tanto no Oriente como no Ocidente.

No mundo clássico fala-se do retrocesso progressivo da humanidade desde a Idade do Ouro, até ao que Hesíodo chama a Idade de Ferro. Nos ensinamentos hindus correspondentes, a idade final é chamada de Kali Yuga (Idade Sombra) e expressa o carácter essencial que lhe é próprio: precisamente num clima de dissolução, a passagem ao estado livre das forças individuais e colectivas, materiais, físicas e espirituais, que anteriormente tinham permanecido reprimidas de diversas formas, por uma lei proveniente do alto e por influências de ordem superior. Os textos tântricos deram uma imagem sugestiva desta situação, dizendo que correspondem ao “despertar” de uma divindade feminina – Kali – símbolo da força elementar e primordial do mundo e da vida, mas que se apresenta debaixo de aspectos infernais, como a deusa do sexo e dos ritos orgiásticos. “Adormecida” até agora – quer dizer, latente nestes últimos aspectos – estaria durante a “Idade Sombria” completamente desperta e em acção.

Tudo parece indicar que é precisamente a situação que se desenrola nestes últimos tempos e que teve seu epicentro na civilização e sociedades ocidentais, a que se estendeu rapidamente ao mundo inteiro; o facto da época actual se encontrar debaixo do signo do Aquário, poderá encontrar, por outro lado, uma interpretação normal em alusão às águas, nas quais tudo permanece em estado fluido e informe. Previsões formuladas à muitos séculos atrás – pois as ideias aqui expostas remontam a uma época longínqua – hoje se revelam singularmente actuais. Este contexto refere-se, como já dissemos, aos pontos de vista expostos, no que se apresenta de forma análoga o problema da atitude a adoptar durante a última idade, atitude aqui associada ao símbolo do tigre que se cavalga.

Com efeito, os textos que falam de Kali-Yuga e da Idade Sombria, também proclamam que as normas de vida válidas para as épocas em que as forças divinas permaneciam de certo modo vivas e actuantes, deviam ser consideradas como obsoletas durante a última idade. Esta veria aparecer um tipo de homem essencialmente diferente, cada vez mais incapaz de seguir os antigos preceitos, em razão da diferença do meio histórico, quer dizer planetário; estes preceitos, mesmo se fossem seguidos já não trariam os mesmos frutos. É por isto que se propõem agora regras diferentes e pelo que se aboliu a lei do segredo que cobria anteriormente algumas verdades, ou determinada ética e determinados ritos particulares, por causa do seu carácter perigoso e da antítese com as formas de uma existência normal, regulamentada pela Tradição Sagrada. O significado desta convergência de pontos de vista não escapa a ninguém. Estas ideias longe de terem, neste como em outros pontos, um carácter pessoal e contingente, referem-se essencialmente a perspectivas que o mundo da Tradição já havia conhecido quando foram previstas e estudadas situações gerais de um carácter irregular.

Examinemos agora como se aplica ao mundo exterior, ao meio em geral, o princípio consistente de cavalgar o tigre. Pode então significar que quando uma civilização atinge o seu auge é difícil alcançar um resultado qualquer resistindo, opondo-se directamente às forças em movimento. A corrente é muito forte e qualquer um correria o risco de ver-se arrastado. O essencial é não se deixar impressionar por aquilo que parece todo-poderoso, nem tão pouco pelo triunfo aparente das forças da época. Privadas de ligação com qualquer princípio superior, na realidade estas forças têm um campo de acção limitado.

Não faz falta pois auto-sugestionar-se pelo presente, nem pelo que nos rodeia, sem pressentir também as condições susceptíveis de se apresentarem mais tarde. A regra a seguir consiste em deixar livre o curso das forças e dos processos da época, permanecendo firmes e dispostos a intervir “quando o tigre, que não pode atirar-se sobre quem o cavalga estiver fatigado de correr”. Interpretado de uma forma particular o preceito cristão da não resistência ao mal, poderia ter um sentido análogo. Abandona-se a acção directa e cada um retira-se para posições mais reservadas.

As perspectivas que regem a doutrina das leis cíclicas estão aqui implícitas: quando um ciclo termina, outro começa, e o ponto culminante do processo é também aquele onde se produz o encaminhamento na direcção oposta. O problema da continuidade entre um ciclo e outro permanece no entanto exposto. Para recuperar uma imagem de Hofmansthal, a solução positiva seria a do reencontro entre os que souberam velar durante a longa noite e os que, talvez apareçam no novo amanhecer. Infelizmente não se pode estar seguro deste desenlace: não se pode prever com certeza de que forma nem em que contexto poderá manifestar-se uma certa continuidade entre o ciclo que chega ao seu fim e o ciclo seguinte. Convém pois conferir à linha de conduta, válida na época actual, daquela que antes havíamos falado, um carácter autónomo e um valor permanente e individual. Nós entendemos aqui, que a atracção exercida por perspectivas positivas, mais ou menos num breve plano não devem ter um papel importante. Inclusive poderiam estar ausentes por completo até ao fim do ciclo e as possibilidades apresentadas por um novo movimento, para além de um certo ponto podem dizer respeito a outros homens que, como nós próprios, se tenham mantido igualmente firmes, sem esperar nenhum resultado directo nem nenhuma mudança exterior.

Antes de abandonar o domínio introdutivo para abordar nosso tema principal, será talvez útil mencionar um outro ponto particular que está igualmente relacionado com as leis cíclicas. Trata-se das relações entre a civilização ocidental e as outras civilizações, particularmente a civilização oriental.

Entre aqueles que reconheceram a crise do mundo moderno e que renunciaram também a considerar a civilização moderna como a civilização por excelência, o apogeu e a bitola para qualquer outra civilização, há quem tenha voltado o seu olhar para o Oriente, onde subsiste uma orientação tradicional e espiritual da vida que, desde à longo tempo, deixou de servir ao Ocidente como base de organização efectiva dos diferentes domínios da existência. Inclusive tem-se perguntado se não se pode encontrar no Oriente pontos de referência úteis para a reintegração do Ocidente. René Guenon foi o defensor mais empenhado desta tendência.

Mas é preciso ver claramente sobre que aspectos se situa o problema, se se trata de simples doutrinas e de contactos “intelectuais” esta procura é legítima. Mas, convém assinalar, pelo menos em parte, que podemos encontrar exemplos e referências claras em nosso próprio passado ocidental e tradicional, sem necessidade de buscar numa civilização não europeia. Em todo o caso pouco se ganharia. Trata-se de um intercâmbio de alto nível entre elementos isolados que cultivam sistemas metafísicos. Se, pelo contrário, se aspira a influências reais com uma repercussão importante sobre a existência, não se pode ter ilusões. O Oriente segue agora o caminho que nós demoramos vários séculos a percorrer.

O “mito do Oriente” fora do círculo dos sábios e especialistas das disciplinas metafísicas é pois enganoso. “O deserto cresce”, não existe civilização que possa servir-nos de apoio, devemos enfrentar sozinhos nossos problemas. A única perspectiva, mas hipotética, que em contrapartida nos oferecem as leis cíclicas é esta: o processo decadente da “Idade Sombria” na sua fase final, começou entre nós; não está pois posto de parte que sejamos também nós os primeiros a superar o ponto zero, no momento em que outras civilizações, entradas mais tardiamente na mesma corrente, se encontrem, pelo contrário num estado similar ao nosso na actualidade, depois de ter abandonado – “superado” – e que oferecem ainda hoje os valores superiores e as formas de organização tradicionais susceptíveis de nos atrair. Resultaria pois que o Ocidente, invertendo os papéis, se encontraria numa situação para além do limite negativo e estaria qualificado para uma nova função de guia ou de chefe, muito diferente do que realizou no passado com a civilização tecno-industrial e material e que agora já debilitada teve como único resultado o nivelamento geral.

Quem sabe para alguns, estas breves indicações sobre perspectivas e problemas de ordem geral não tenham sido inúteis. Como tínhamos dito, voltaremos pois ao aspecto da vida pessoal que nos interessa: deste ponto de vista, definindo a orientação a dar a algumas experiências ou processos actuais com vista a extrair resultados diferentes dos que a maioria dos nossos contemporâneos consegue, importa estabelecer posições autónomas, independentes do que poderá ou não chegar a ocorrer no futuro.


- Julius Evola

Quando tudo parece perdido...

A vila Kanna fica no interior do Japão e apenas possui plantadores de arroz. Tudo na vila é feito para que tenham êxito na plantação do cereal. Mas tudo começa a dar errado quando bandidos aparecem nas épocas de colheita e roubam a produção do ano com suas máquinas gigantescas e armamento bélico pesado. Como se já não fosse o suficiente, ainda levam as mulheres e crianças da vila. Cansados de tudo, o ancião da vila decide que algumas pessoas irão para a cidade procurar a ajuda de um samurai para derrotar os bandidos. Os que vão para a cidade, com apenas um saco de arroz para oferecer ao samurai que procuram, são: Kirara, a sacerdotisa da água, responsável por procurar locais bons para plantar com a ajuda de seu amuleto; Rikichi, um dos camponeses que teve sua mulher raptada pelos bandidos e, por fim, Komachi, a irmãzinha menor de Kirara que sempre está alegre. Mas na cidade a procura pelos samurais não é fácil. Dos poucos ainda existentes, nenhum quer se candidatar a lutar recebendo apenas arroz como pagamento. Até que Kirara vê um tumulto ser desfeito por um samurai de vestes brancas e cabelo comprido, Kambei Shimada, e decide que ele será o samurai que a ajudará. No meio do tumulto, a garota conhece Kikuchiyo, um samurai com corpo de metal; e Katsushiro, um samurai que, segundo Kirara, não possui cheiro de batalha. Depois de algumas perseguições do governo da cidade, Kirara é salva por Kambei e este decide ajudar a garota. Mas, segundo o samurai, apenas um não é suficiente para derrotar os bandidos, são necessários mais seis. Então, começa a busca por eles para salvar a vila de Kanna.
Além do próprio Kambei, Katsushiro unem-se ao grupo de artistas Gorobei, o cortador de lenha Heihachi, o velho amigo de Kambei conhecido como Shichiroji e, por fim, o rival do samurai de vestes brancas, cujo nome é Kyuzo. A ida para vila Kanna é muito difícil por causa de varias perseguições, mas o grupo finalmente chega ao seu destino.
A batalha contra os bandidos exige uma mobilização de toda a vila, tornando necessário ensinar aos camponeses como manejar em armas para a grande guerra contra os meliantes. A guerra é dura e gera algumas baixas (leia-se “mortes”) no grupo dos heróis. Mas ainda não é o fim, pois eles precisam ir a capital para destruir o tirano responsável por tudo. Será que os samurais conseguirão resgatar todos os raptados e trazer paz a vila Kanna e todas as outras?

José António Primo de Rivera - Presente!

A 20 de Novembro de 1936 um Homem de excepção sai da sua cela da Prisão de Alicante e é conduzido até ao pátio onde iriam pôr fim à sua vida. Um dos verdugos olha fixamente para o sobretudo que o prisioneiro levava sobre os ombros.

José António apercebe-se daquele olhar invejoso que os vermelhos tão bem souberam manipular em seu proveito…

— Toma, é para ti, fica com ele.

O desgraçado do verdugo nem queria acreditar no que ouvia e pegou no casaco que José António lhe oferecia.

José António Primo de Rivera foi executado sem culpa formada pelos vermelhos (republicanos) na Prisão de Alicante.

Não esquecemos nem perdoamos.

José António primo de Rivera,
PRESENTE!

A Doutrina das Quatro Idades (excerto)

Por Julius Evola

Se o homem moderno, até a uma época ainda muito recente, concebeu o sentido da história como uma evolução e o exaltou como tal, o homem da Tradição teve consciência de uma verdade diametralmente oposta a esta concepção. Em todos os antigos testemunhos da humanidade tradicional pode-se encontrar sempre, de uma forma ou doutra, a ideia de uma regressão, de uma «queda»: de estados originários superiores, os seres teriam descido a estados cada vez mais condicionados pelo elemento humano, mortal e contingente. Este processo involutivo teria tido o seu início numa época muito recuada. O termo èddico ragna-rökkr, «crepúsculo dos deuses», é o que caracteriza melhor esse processo. E não se trata de um ensinamento que no mundo tradicional tenha sido expresso de uma forma vaga e genérica: pelo contrário, foi explicitado numa doutrina orgânica, cujas diferentes expressões apresentam em grande medida um carácter de uniformidade: na doutrina das quatro idades. Um processo de decadência gradual ao longo de quatro ciclos ou «gerações» — é este, tradicionalmente, o sentido efectivo da história, e por isso também o da génese do que nós chamamos, num sentido universal, «mundo moderno». Esta doutrina poderá portanto servir de base às considerações que se seguirão.

A forma mais conhecida da doutrina das quatro idades é a própria da tradição greco-romana. Hesíodo fala precisamente de quatro idades, assinaladas pelos metais ouro, prata, bronze e ferro, inserindo depois entre as duas últimas uma quinta era, a era dos «heróis», que contudo se verá ter só o significado de uma restauração parcial e especial do estado primordial. A tradição hindu tem a mesma doutrina, sob a forma de quatro ciclos chamados respectivamente satyâ-yuga (ou kortâ-yuga), tretâ-yuga, dvâpara-yuga e kali-yuga (que quer dizer «idade obscura»), juntamente com a imagem do desaparecimento progressivo, no decorrer destes ciclos, de cada um dos quatro pés ou apoios do touro que simboliza o dharma, a lei tradicional. A redacção irânica está próxima da helénica: as quatro idades são conhecidas e assinaladas pelo ouro, prata, aço e uma «liga de ferro». O ensinamento caldeu repete este ponto de vista quase nos mesmos termos.

Em particular, mais recentemente encontra-se a imagem do carro do universo como uma quadriga que, conduzida pelo deus supremo, é puxada numa corrida circular por quatro cavalos que representam os elementos: as quatro idades correspondem à sucessiva predominância de cada um desses cavalos, que então arrasta consigo os outros, segundo a natureza simbólica, mais ou menos luminosa e rápida, do elemento que esse cavalo representa. Embora numa transposição especial, reaparece a mesma concepção na tradição judaica, na profecia que fala de uma estátua resplandecente, com a cabeça de ouro, em que o peito e os braços são de prata, o ventre e as coxas de cobre e as pernas e os pés de ferro e argila: estátua esta que representa, nas várias partes divididas desta maneira, quatro reinos que se sucedem a partir do reino áureo do «rei dos reis» que recebeu «do deus do céu potência, força e glória». Se em relação ao Egipto já se conhece a tradição referida por Eusébio sobre três diferentes dinastias, formadas respectivamente por deuses, semideuses e manes, aqui pode ter-se o equivalente das três primeiras idades — da do ouro à do bronze — de que falámos acima. Igualmente, se as antigas tradições aztecas falam de cinco sóis ou ciclos solares, em que os primeiros quatro correspondem aos elementos e nos quais se vê figurarem, tal como nas tradições euro-asiáticas, as catástrofes do fogo e da água (dilúvio) e as lutas contra os gigantes que veremos caracterizarem o ciclo dos «heróis» acrescentado por Hesíodo aos outros quatro, também se pode reconhecer aqui uma variante do mesmo ensinamento de que, por outro lado, noutras formas e mais ou menos fragmentariamente, se podem encontrar reminiscências também entre outros povos.

Citações

«A paridade de qualquer voto, que reduz a pessoa a um simples número, é uma grave ofensa ao indivíduo no seu aspecto pessoal e diferenciado.»

«Seguimos um mecanismo de involução e não de evolução. Do ponto de vista espiritual, a história regista um mecanismo de degradação mais do que de progresso.»

«Um "Reich Europeu", não uma "Nação Europeia", seria a única fórmula aceitável do ponto de vista tradicional para a realização de uma unificação autêntica e orgânica da Europa.»



Ordem vs. Partido Político

(Também para assinalar o nosso primeiro ano de presença blogosférica, publicamos a primeira parte deste artigo do camarada e amigo Eduard Alcántara. O texto completo será publicado no próximo número do Boletim Evoliano.)

Por Eduard Alcántara

Escrevemos estas linhas ante o pedido que alguém nos realizou para que avaliássemos o papel que uma Ordem poderia desempenhar nos nossos dias e quais os objectivos que deveria prosseguir.

Empenhamo-nos nesta tarefa partindo do princípio de que a Ordem se encontra nos antípodas do Partido Político; que Ordem está para o Mundo Tradicional da mesma maneira que o Partido Político está para o Mundo Moderno; que a Ordem estrutura e o Partido Político divide; que a primeira dá coesão e sentido a uma determinada comunidade e que, pelo contrário, o segundo coloca em confronto os membros da sociedade em que actua; que a Ordem encarna e defende uma determinada cosmovisão e o Partido representa uma ideologia política; que dita visão do mundo de que a Ordem é portadora é de tipo Superior (Transcendente) e que, pelo contrário, a ideologia que caracteriza o Partido costuma ser de natureza materialista; que a Ordem pretende elevar a pessoa até ao Absoluto e que, pelo contrário, o Partido pretende unicamente satisfazer as suas necessidades mais primárias; que a linha traçada pela ordem é vertical enquanto que a delineada pelo Partido é horizontal; que a Ordem pretende compreender o Ser enquanto que o Partido se circunscreve ao existir; que o olhar da primeira é ascendente enquanto que o do segundo é descendente, pois a primeira pretende – encaminhando-o em direcção ao Alto – a libertação do homem em relação a tudo o que o condiciona e escraviza e, pelo contrário, o resultado da acção do segundo acaba acorrentando ainda mais o indivíduo ao inferior – isto é, às pulsões do consumismo inerente ao modo de vida promovido pela modernidade e aos baixos instintos dissolventes do hedonismo que tem nela a sua razão de ser; que a Ordem valoriza a qualidade e o elitismo e o Partido aspira à exaltação das massas e pretende erigir-se em líder da quantidade (o seu êxito depende do número de votos obtidos); que a Ordem é coisa de minorias (constituídas por aqueles que se sabem auto-governar) enquanto que o Partido abrirá as suas portas a qualquer um (independentemente das suas aptidões, qualidades e valores); que a Ordem advogará a nobre finalidade do desenvolvimento interior dos seus membros enquanto que única coisa que o Partido pretende destes são mesquinhices como contribuições monetárias (seja o pagamento de cotas ou doações), influências ou participação enquanto meros instrumentos para cumprir uma simples função mecânica (por exemplo, a colagem de cartazes durante uma campanha eleitoral…); que a Ordem exige aos seus membros enquanto o Partido lhes faz promessas; que a Ordem só percebe a noção de serviço enquanto o Partido apenas entende o servir-se; que a Ordem aspira a tornar-se a força animadora e o alento vital de unidades supranacionais (o Imperium) que tenham como pólo a Ideia (o Absoluto), e que pelo contrário o Partido não hesita em provocar a dinamitação de qualquer unidade política desde que isso lhe traga benefícios (mais poder); que a Ordem se estrutura na base dum princípio de hierarquia e que o Partido oculta os seus turvos procedimentos sob uma aparência de funcionamento democrático e fazendo do igualitarismo um dogma.

1 ano na blogosfera

Faz hoje precisamente um ano, que a Legião Vertical aderiu à «blogosfera». Como presente de aniversário, resolveu dar aos seus leitores, uma nova página, tornando assim, o blogue muito mais apelativo.

A todos, saudações legionárias!

Templários

Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória.
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13 de Outubro de 1307
13 de Outubro de 2007

Equinócio de Outono


Legião em marcha, algures numa serra de Portugal
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Caros amigos e camaradas,

Mais uma vez nos reunimos para celebrarmos desta feita o ciclo das colheitas, da abundância, da maturidade da vida.
Como herdeiros da Tradição Primordial não podíamos deixar de comemorar este Equinócio de Outono de 2007. Esta é uma das actividades anuais em que a Legião Vertical faz questão de convidar os nossos simpatizantes e amigos.
Não existe qualquer cerimónia ou ritual de cariz mais reservado, e por isso toda a gente de bem e de boa-vontade pode passar connosco uns momentos de alegre camaradagem.

As festividades e celebrações associadas aos ciclos da Terra e marcadas pelo Sol nos solstícios e equinócios eram realizadas desde a mais remota antiguidade por várias civilizações e em diferentes pontos do planeta: desde as chamadas culturas pré-colombianas (Incas, Maias, Aztecas); na Europa (celtas, gregos e romanos); até ao Egipto e extremo-oriente, cada um à sua maneira e em seu tempo, não deixavam de vincar estas datas. - melhor dizendo - todas as culturas tradicionais vivem em função destes Ciclos. Pois para o Homem Tradicional a História não é uma linha recta mas cíclica, mais concretamente "espiralada". São estas etapas da Natureza que comandam, ou comandavam as grandes civilizações do passado. Até a guerra estava condicionada a determinadas épocas do ano. Também sabemos o que as novas religiões vieram fazer, ao sobrepor as suas datas festivas sobre as antigas celebrações, usando novas roupagens e nomes de santos, não fizeram mais do que usurpar, ou actualizar rituais mais antigos, para não sermos tão duros. .

O Outono é o momento da maturidade tanto dos frutos outonais bem como das pessoas, daí a expressão – o Outono da Vida – que se emprega a quem atingiu uma certa idade e alguma plenitude e equilíbrio. O que não deixa de ser “engraçado” a relação com o Horóscopo, pois esta nesta data que o Zodíaco entra no signo da Balança, símbolo de equilíbrio e justiça que devemos alcançar, se não antes, ao menos que o seja no nosso Outono da Vida!

O Outono está também associado ao Oeste, ao Poente, à direcção na qual o "Sol morre" após cruzar os céus. Enfim, mais uma vez – a maturidade – tanto nos frutos quanto nos humanos, tanto no mundo físico como no espiritual.
Para finalizarmos, recordamos que quando na Primavera saudamos o Sol, dando-lhe as boas-vindas, fomos também participes de um acto de fecundação celebrado pelo Astro-Rei e a nossa Terra-Mãe, que assim foi dando à luz os frutos dessa Sagrada União até chegarmos ao Equinócio de Outono que hoje celebramos.
Festejamos portanto alegres, com pão e vinho na mesa, esta nossa união aos tradicionais ciclos da vida – e que a entrada desta nova estação nos traga a força serena para permanecermos DE PÉ NUM MUNDO EM RUÍNAS!

O "Estado da Ordem" e as SS

(Segunda parte)
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Hitler desconfiava dos descendentes das velhas casas reinantes alemãs, mas Himmler, que tinha um fraco por eles, afirmava que as SS eram o único corpo do III Reich que convinha a príncipes. Com efeito, vários representantes da nobreza vieram a fazer parte desse corpo. O príncipe Waldeck-Pyrmont alistou-se em 1929 e, em 1933, os príncipes Mecklenburg, Hohenzollern-Sigmaringen, Lippe-Biesterfeld, etc. O príncipe Philippe de Hesse era amigo de longa data de Himmler. Nos últimos anos, a aproximação entre a importante organização do III Reich e a nobreza alemã traduziu-se nas relações cordiais mantidas com o Herrenklub de Berlim e no discurso de Himmler à Deutsche Adelsgenossenschaft (corporação da nobreza alemã). As relações com o exército eram mais frias, menos por divergências de orientação que por questões de prestígio, ao serem criados regimentos armados e militarizados nas SS e, por fim, verdadeiras divisões, que tomaram o nome de Waffen-SS. Mas foi Paul Hausser, saído do exército com o posto de tenente-coronel para militar nas fileiras da "revolução conservadora" e do Stahlhelm de Seldte, que reorganizou em 1935 a academia SS e passou a supervisionar a escola de cadetes no Welfenschloss de Brunswick.
Na sua evolução, as SS ramificaram-se em secções múltiplas, algumas das quais, pelo seu carácter específico, puseram em segundo plano os aspectos relativos à Ordem. Abstraiamo-nos aqui da SS Totenkopf, com funções paralelas às da polícia comum e da polícia do Estado (aliás, por decreto do ministério do Interior, Himmler foi nomeado comandante da polícia em 17 de Junho de 1936). Este sector das SS é o que é posto em questão por certos aspectos negativos do corpo, aspectos que viriam a ser largamente utilizados para tornar abominável a totalidade das SS. Pela nossa parte, referiremos somente a Verfügungstruppe SS, a força armada "de reserva", directamente dependente do chefe do Reich. Em Julho de 1940, deu nascimento às Waffen-SS, isto é, a unidades militares de elite, cujas façanhas na II Guerra Mundial (tendo em conta a formação pessoal do homem SS) iriam impor ao inimigo respeito e admiração. A secção Rusha (iniciais de Rasse und Siedlungshauptamt), que se ocupava de questões raciais e da colonização interna, pode também ser posta de lado. Aqui, só terão interesse as iniciativas de ordem cultural das SS.
A realização do ideal de Himmler deparou com uma espécie de handicap2, já que, no seu sentido próprio, uma Ordem pressupõe um fundamento espiritual que, neste caso preciso, não podia referir-se ao catolicismo. Com efeito, a orientação anti-cristã, a ideia de que o cristianismo era inaceitável por tudo o que contém de não-ariano e de não-germânico, era muito corrente nas SS e, apesar da existência de tensões entre Himmler e Rosenberg, neste ponto havia uma indiscutível convergência de opiniões. Excluídos cristianismo e catolicismo, o problema da visão do mundo reportava-se em tudo ao que ia mais além da disciplina severa e da formação do carácter. As SS ambicionavam ser uma Weltanschauuliche Stosstruppe, isto é, uma força de choque no domínio, precisamente, da visão do mundo. No seio das SS tinha-se constituído há muito o S.D. (Sicherheitsdienst, serviço de segurança) que, em princípio, devia ter actividades culturais e o controle cultural (declaração de Himmler de 1937). Apesar do S.D. ter evoluído depois noutras direcções, na contra-espionagem, poe exemplo, o VII Gabinete manteve o seu carácter cultural e fizeram parte do mesmo notáveis cientistas e professores. Aliás, o S.D. podia tornar-se um SS ad honorem (Ehrendienst, serviço honorífico), possibilidade que contemplava as personalidades da cultura que haviam contribuído favoravelmente no sentido indicado. Pode citar-se, por exemplo, o Prof. Franz Altheim da Universidade de Halle, reconhecido historiador da Antiguidade e de Roma, e o Prof. Menghin da Universidade de Viena, eminente especialista da pré-história. A Ahnenerbe, instituição especial das SS, tinha por tarefa levar a cabo as investigações sobre a herança das origens, desde o domínio dos símbolos e das tradições ao domínio arqueológico.
Com efeito, a atenção voltara-se para o que se podia retirar dessa herança em matéria de cosmogonia e, nesse campo, superou-se o exclusivismo nacionalista de certos meios. Assim, por exemplo, Himmler subvencionou o holandês Herman Wirth, autor de A Aurora da Humanidade, volumosa obra sobre as origens nórdico-atlânticas, e convidou como conferencista um autor italiano que, mantendo a maior reserva relativamente ao catolicismo e ao cristianismo e evitando certos desvios de Rosenberg e de outros autores 3, tinha também pesquisado nessa área e no mundo da tradição em geral.
De tudo isto se deduz que as SS se inseriam num quadro mais complexo e muito diferente do que geralmente se supõe. Apesar de muitas das suas iniciativas terem ficado apenas no projecto, a circunstância de terem sido concebidas tem muitíssimo sentido. Por princípio e segundo o parecer da Direita, o ideal de um Estado da Ordem, oposto ao Estado totalitário de massas e ao Estado-partido, só pode ser julgado positivamente. Aliás, já exprimimos a mesma opinião na crítica que fizemos à noção fascista do partido único. No caso específico da Alemanha, tudo dependia da integração dos elementos da Direita e da rectificação de alguns aspectos do III Reich que, para alguns representantes da "revolução conservadora" e do espírito prussiano, era uma contrafacção usurpadora das suas ideias.
Progressivamente, as SS ganharam importância política e chegou a falar-se de um "Estado dentro do Estado" ou, mais abertamente, de um "Estado SS". De facto, havia células SS em numerosos postos-chave do Reich, na administração, na diplomacia, etc. O conceito de um Estado da Ordem implicava realmente que os homens da Ordem fossem designados para os seus postos, como foi o caso da nobreza no passado.
Finalmente, uma alusão às Waffen-SS. A partir de Julho de 1940, as formações SS que, originalmente e em tempo de paz, foram concebidas como "força de reserva", passaram a unidades militares e a divisões blindadas e, não obstante a sua grande autonomia, bateram-se ao lado da Wehrmacht. É das Waffen-SS que nasce nos finais da II Guerra Mundial o que veio a chamar-se "o primeiro exército europeu". Himmler aprovou a ideia de Paul Hausser, mais tarde retomada por Gottlob Berger, de constituir divisões das Waffen-SS com voluntários de todas as nações para lutar contra a Rússia comunista e defender a Europa e a sua civilização. Na prática, retomava-se a missão da Ordem dos Cavaleiros Teutónicos como guarda do Leste e, simultaneamente, o espírito que tinha animado os Freikorps, voluntários que, por iniciativa própria, combateram os bolchevistas nas regiões orientais e nos países bálticos depois do fim da I Guerra Mundial. No total, mais de dezassete nações estavam representadas nas Waffen-SS com verdadeiras divisões: franceses, belgas, holandeses, escandinavos, ucranianos, espanhóis, suiços, etc. 4 No conjunto, cerca de 800.000 homens, dos quais só uma parte procedia da zona germânica. Os voluntários não se preocuparam em serem acusados de traidores e colaboradores, mas, terminada a guerra, os sobreviventes foram ferozmente perseguidos nas suas pátrias 5.
Num discurso pronunciado em Poznan em 4 de Outubro de 1943, Himmler falou abertamente das SS como uma Ordem armada que no futuro, eliminada a União Soviética, seria a guarda da Europa nos Urais contra "as hordas asiáticas". Foi uma mudança importante de perspectiva, na medida em que o arianismo deixou de se identificar exclusivamente com o germanismo. Combatia-se, não por um Nacional-Socialismo eventualmente expansionista e racialmente unilateral, não pelo pangermanismo, mas por uma ideia superior, pela Europa e por uma Ordem Nova europeia. A orientação ganhou terreno nas SS e exprimiu-se na declaração de Charlottenburg publicada pelo Gabinete Central das SS já perto do fim da guerra. O texto era a resposta à declaração de S. Francisco feita pelos Aliados sobre os objectivos da guerra, a "cruzada da democracia". A declaração de Charlottenburg tratava da concepção do homem e da vida própria ao III Reich e, sobretudo, da ideia da Ordem Nova, que não devia ser hegemónica, mas federalista e orgânica.
Recordemos que se deve a Himmler uma tentativa de salvação in extremis (em que Hitler viu uma traição). Por mediação do conde Bernadotte, Himmler transmitiu aos Aliados ocidentais uma proposta de paz separada para poder continuar a guerra apenas contra a União Soviética e contra o comunismo. Sabe-se que a proposta — que, a ser aceite, teria garantido outro destino à Europa, evitaria a "guerra fria" e a passagem para o comunismo da Europa situada na "cortina de ferro" — foi brutalmente rejeitada em nome de um cego extremismo ideológico, exactamente como, pelas mesmas razões, foi rejeitada a oferta de paz que Hitler fez à Inglaterra em termos mais que razoáveis num discurso do verão de 1940 e num momento em que os alemães eram vencedores em todas as frentes.
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NOTAS:
2 Em francês no texto ( N.T.)
3 No domínio das publicações, é pena ter-se permitido a um hebdomadário ter como título Das Schwarz Korps, uma vez que esse jornal se empenhava em ataques violentos contra o clero católico e num anti-semitismo não menos brutal.
4 E ainda italianos, russos, letões, ingleses, portugueses e americanos ( N.T.)
5 Infâmias sem nome foram cometidas pelos vencedores americanos quando já tudo estava perdido, ao entregarem à União Soviética os regimentos de voluntários ucranianos que se tinham rendido a eles e só a eles e apesar de saberem perfeitamente que os enviavam para o matadouro.
Note-se que na formação das novas unidades das Waffen-SS quase tudo se centrou no aspecto militar, sendo muitas vezes relegado para segunda instância o que se referia ao ideal de uma Ordem. O comandante de uma divisão blindada das SS, o general Steiner, no seu livro Die geächtete Armee, pretendeu depois da guerra que essas formações se situavam no mesmo plano da Wehrmacht, que, portanto, deviam ser tratadas como tal, e que nada tinham a ver com as "fantasias românticas" de Himmler (da sua ideia das Waffen-SS como Ordem). A esse respeito, porém, o general Steiner pronunciou-se de maneira antipática e presunçosa.

O "Estado da Ordem" e as SS


Julius Evola
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(Primeira de duas partes)
Consideremos agora algumas iniciativas especialmente interessantes do III Reich em que agiram influências e exigências ligadas em parte às ideias da "revolução conservadora". Trata-se do que se relaciona com o conceito ou ideal do Ordenstaat, isto é, de um Estado dirigido por uma Ordem (em oposição parcial tácita à fórmula do Estado-partido) acima das fórmulas colectivizantes da Volksgemeinschaft, colectividade nacional-racial, e do Führer-Staat de base totalitária, populista e ditatorial.
De certo modo, retomou-se a tradição das origens prussianas. Sabe-se que o nó original da Prússia foi uma Ordem, a Ordem dos Cavaleiros Teutónicos, chamada em 1226 pelo duque polaco Konrad de Mazovie a defender as fronteiras do Leste. Os territórios conquistados e os dados em feudo formaram um Estado dirigido por essa Ordem e protegido pela Santa-Sé, da qual dependia no plano da disciplina, e pelo Sacro Império Romano. O Estado englobava a Prússia, o Brandeburgo e a Pomerânia. Em 1415, voltou aos Hohenzollern. Em 1525, com a Reforma, o Estado da Ordem "secularizou-se", emancipou-se de Roma, mas, mesmo desaparecido o laço propriamente confessional da Ordem, manteve o seu fundamento ético, ascético e guerreiro. Assim se continuou a tradição que deu forma ao Estado prussiano nos seus aspectos mais característicos. Ao mesmo tempo que a Prússia se constituía em reino, criava-se em 1701 a Ordem da Águia Negra, ligada à nobreza hereditária, que tomou por divisa as origens e o princípio clássico da justiça: Suum cuique. Interessa notar que na formação prussiana do carácter, especialmente entre o corpo de oficiais, se faz referência explícita à retomada do estoicismo no sentido do domínio sobre si mesmo, à firmeza de alma e a um estilo de vida sóbrio e íntegro. Assim, por exemplo, no Corpus Juris Militaris, introduzido no século XVIII nas escolas militares, recomendava-se aos oficiais o estudo das obras de Séneca, de Marco Aurélio, de Cícero e de Epicteto. Marco Aurélio foi uma das leituras preferidas de Frederico o Grande. Correlativamente, alimentava-se antipatia pelo intelectualismo e pelo mundo das letras (recorde-se a propósito a atitude sarcástica e drástica de Frederico-Guilherme I, o "rei dos soldados", que queria fazer de Berlim uma "Esparta nórdica" 1. A fidelidade à Coroa (liberdade na obediência) e o princípio de serviço e de honra caracterizavam a classe política que dirigia o Estado prussiano, antigamente um Estado da Ordem, conferindo-lhe forma e poder.
Falta indicar a influência que em período mais recente, durante a república de Weimar, a Bundesgedanke, o pensamento ou ideal do Bund, conducente ao esboço de formas organizativas, exerceu em certos meios. Bund significa geralmente liga ou associação. Neste caso específico, porém, a expressão tem um conteúdo próximo de Ordem e não deixa de ter relação com o que se designou em certas pesquisas etnológicas e sociológicas com o nome de Männerbund, isto é, "sociedade de homens". Pensava-se numa elite definida por uma solidariedade viril e por uma espécie de auto-legitimidade. Na Alemanha, antes do Nacional-Socialismo, apareceram diferentes Bünde que, embora modestos nos seus efectivos, tinham orientações variadas e de um carácter quase sempre exclusivo. Quando os interesses que cultivavam interferiam no domínio político, tornavam-se partidários de um regime de elite, oposto aos regimes de massas.
Em face de tais precedentes, a ideia que podia corrigir o hitlerismo era que o Estado devia ser dirigido, mais que por um partido único, por qualquer coisa semelhante a uma Ordem. Por consequência, uma das tarefas fundamentais do III Reich seria a criação de quadros qualificados mediante a formação sistemática de uma elite concebida como a encarnação típica da ideia do novo Estado e da visão do mundo que lhe correspondia. Com essa pequena diferença relativamente à tradição precedente, que não podemos deixar aqui de considerar, além das qualidades de carácter e físicas, o factor raça — com particular referência ao tipo nórdico — eram valorados. Nesse sentido, o III Reich tomou, principalmente, duas iniciativas.
A primeira, foi a constituição pelo Partido de três Ordensburgen, castelos da Ordem. Eram complexos com edifícios cuja arquitectura se inspirava no velho estilo nórdico-germânico, com vastos terrenos anexos, bosques, prados e lagos, onde os jovens eram acolhidos depois de uma selecção prévia. Era-lhes dada formação militar, física, moral e intelectual, ensinada uma certa visão do mundo, e uma parte era especialmente consagrada a tudo o que dizia respeito a coragem e resolução, incluindo provas muito arriscadas. Entre outras coisas, reconstituíam-se pleitos com aspirantes, os Junker, que seguiam o seu desenrolar desempenhando o papel do público. Escolhiam-se processos em que a honra e outros valores éticos tinham especial destaque a fim de experimentar por meio de uma série de discussões a sensibilidade moral e as faculdades naturais de julgamento dos indivíduos. Rosenberg supervisava os Ordensburgen. As suas ideias serviam de base essencial à doutrinação, o que, dadas as reservas que fizemos, insinuava no conjunto um factor problemático. Os jovens saídos dos Ordensburgen, onde viviam uma vida em sociedade de homens sós isolados do resto do mundo, eram escolhidos para entrarem na posse de um título especial que lhes dava preferência no acesso a funções políticas e postos de responsabilidade no III Reich, ou, melhor ainda, no III Reich que havia de vir.
As SS, porém, tinham muito mais importância. Com a conhecida propaganda do pós-guerra, a simples alusão às SS leva a maioria das pessoas a pensarem automaticamente na Gestapo, em campos de concentração, na missão de certas unidades SS na repressão ou em represálias durante a guerra, propaganda que não é mais que simplificação grosseira e tendenciosa. Não vamos aqui abordar o assunto, uma vez que não pretendemos ocupar-nos de contingências. Neste, como noutros casos, interessa-nos estudar os princípios e as ideias directrizes, independentemente daquilo a que algumas das suas aplicações possam ter dado lugar. Devemos, pois, trazer à luz do dia certos aspectos das SS geralmente ignorados (e que se pretende manter ignorados).
Na origem, as duas letras SS eram as iniciais de Saal-Schutz, designação de uma espécie de guarda pessoal de que Hitler dispunha no primeiro período da sua actividade para a protecção e o serviço de ordem das reuniões políticas. Nessa altura, não passava de um grupo reduzido. Mais tarde, os dois S passaram a significar Schutz-Staffeln (grupo de protecção, literalmente) e foram estilizados com duas linhas em ziguezage, que reproduziam um velho signo nórdico-germânico, as runas da vitória e também da força fulminante. Chegou-se à formação de um verdadeiro corpo, agora para protecção do Estado — o Corpo Negro, diferente dos Camisas Castanhas, ou SA, de que Hitler e Goering se serviram em 30 de Junho de 1934 para pôr fim, como vimos, às veleidades da "segunda revolução" radical no interior do Partido. Pelo seu desempenho nessa acção, as SS adquiriram estatuto e poderes especiais e passaram a ser a "guarda da revolução nacional-socialista".
O organizador das SS foi Heinrich Himmler, mais tarde nomeado Reichsführer SS, ou seja, chefe das SS em todo o Reich. Himmler era de origem bávara e de educação católica. Ainda estudante de agronomia, fez parte em 1919 dos corpos de voluntários que combateram contra o comunismo. Tinha tendências monárquicas e conservadoras de Direita transmitidas pelo pai, antigo preceptor do príncipe herdeiro Henrique da Baviera. O ideal de uma Ordem exerceu sobre ele um fascínio especial e os seus olhos voltaram-se para a antiga Ordem dos Cavaleiros Teutónicos a que já nos referimos. Queria fazer das SS um corpo capaz de assumir de forma nova a função de nó central do Estado, como tinha sucedido com a nobreza e com a sua lealdade à Coroa. A formação do homem SS visava a combinação do espírito espartano e da disciplina prussiana. Mas também se inspirou na Companhia de Jesus (Hitler dizia a gracejar que Himmler era o seu "Inácio de Loyola") no que se referia a certa despersonalização levada por vezes a limites sobre-humanos. Assim, por exemplo, dizia-se logo no início ao candidato SS que, pela sua fidelidade e obediência absoluta e em caso extremo, devia estar pronto a não poupar os próprios irmãos, que os pedidos de desculpa não se usavam nas SS, que a palavra dada era qualquer coisa de absoluto. Citando um exemplo tirado de um discurso de Himmler, podia pedir-se a um SS para não fumar. Era rejeitado se não prometesse fazê-lo, mas, caso tivesse prometido e fosse surpreendido a fumar, "restava-lhe a pistola", ou seja, o suicídio. Nos regimentos militares estavam previstas provas de coragem física: numa dessas provas, o candidato SS devia aguardar calmamente na posição de sentido a explosão da granada colocada em cima do capacete de aço.
Outro aspecto particular, era a cláusula racial. Além do sangue ariano (ascendência ariana provada a partir de 1750, pelo menos) e de uma constituição física sã e robusta, dava-se grande importância ao tipo nórdico de estatura alta. Por outro lado, Himmler queria fazer das SS um Sippenorden, isto é, uma Ordem que, à diferença dos antigos cavaleiros, correspondesse no futuro a uma raça, a um sangue, a uma linhagem hereditária (Sippe). Por essa razão, a liberdade de escolha conjugal do SS era fortemente limitada. Não devia desposar uma rapariga qualquer (menos ainda, mulheres de outra raça), e era necessária a aprovação mediante ofício racial especializado. Não estando de acordo, restava-lhe sair da Ordem. No entanto, depois da sua admissão (a seguir a um período probatório), a cláusula era claramente explicada ao aspirante SS. Assim se reafirmava a questão biológica ligada a certa banalização do ideal feminino e o especial relevo dado ao aspecto mãe da mulher.
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Notas:
1 Por associação de ideias, podemos aludir a certa aversão pelo tipo "intelectual" no seio do Fascismo e, mais ainda, no Nacional-Socialismo. Com efeito, enquanto o Fascismo italiano respeitou os intelectuais e os homens de nomeada cultural sem se preocupar demasiado com a sua mentalidade efectiva e esperando a sua adesão formal ao regime, o Nacional-Socialismo teve menos contemplações e, sem ter em conta celebridades, permitiu-lhes, caso quisessem, partir para o estrangeiro. Entretanto, há que ter em conta o papel na Alemanha da pesada Kultur erudita agnóstica e de uma série de intelectuais burgueses de formação humanista e liberal. Refractários a toda a mística do Estado e da autoridade, tinham por dogma a antítese entre cultura e espírito, por um lado, e poder, política e virtudes militares e guerreiras, por outro (atribuem-se a Goebbels as palavras seguintes: "Quando os ouço falar de cultura, sinto vontade de levar a mão à pistola"). Do ponto de vista da Direita, é perfeitamente legítimo manter as distância em relação aos "intelectuais" e "homens de cultura", aos que, depois do triunfo da burguesia e da crise dos antigos regimes, pretendem ser os representantes verdadeiros dos valores espirituais.

Entrevista

Publica-se também aqui, a entrevista possível, dada a Novopress.info
A Legião Vertical, espera que a entrevista sirva para esclarecer alguns pontos que a diferenciam dos demais. Sempre que houver dúvidas sobre a actuação da Legião, o neófito pode, caso o deseje, escrever para a Legião.
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Transcrição da entrevista:
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É com redobrado prazer que a equipa Novopress publica esta entrevista com dirigentes da Legião Vertical, uma associação que tem vindo a desenvolver um amplo conjunto de actividades culturais, sempre com vista à formação e elevação pessoal dos seus membros, com base nos ensinamentos daquele a quem designam por Mestre, o sempre tão actual pensador italiano Julius Evola. Os nossos sinceros agradecimentos à LV pela colaboração.
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1. O que é a Legião Vertical, que áreas de actuação priveligia e quais as suas balizas?
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- A LV é uma organização que procura transmitir uma certa maneira de estar na vida. Como achamos que o mundo em que vivemos é individualista, materialista, mesquinho e cada vez mais prostituído à grande ilusão de progresso, procuramos com a LV ser uma espécie de crisol onde valores intemporais sejam transmitidos e sobretudo, partilhados e vivênciados.
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2. Tendo o pensador italiano Julius Evola como inspiração, falecido há mais de 30 anos, em que medida poderá a sua obra teórica auxiliar aqueles que se opôem ao Mundo moderno, isto é, tudo aquilo que lhe é inerente?
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- A resposta a esta pergunta está contida na primeira. O Mestre era portador dessa chama Tradicional e portanto intemporal que jamais se extingue, embora por vezes esse fogo não seja perceptível pelo comum dos mortais, ele está lá para aquecer e orientar a quem o busca com verdade. A demanda é essa, e ela passa por descobrimos o Homem Vertical que existe latente em cada um de nós e que o mundo moderno quer a todo o custo aniquilar.
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3. Julius Evola tornou-se um crítico do nacionalismo, particularmente por este ser um obstáculo à ideia que desde sempre acarinhou, o Imperium. Qual a posição da LV relativamente ao nacionalismo, tal como era entendido por Evola, bem como em relação à Ideia Imperial?
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- Nacionalismo é entre “a nossa gente” um conceito demasiado alargado e mais ou menos fácil do qual abusamos para nos enquadrarmos. O nacionalismo é jacobinismo e como tal é sempre uma oposição. Ou seja, mesmo quando pretende enaltecer as qualidades de determinado povo e/ou a sua História fá-lo quase sempre em oposição a outros povos, outras pátrias. Enfim, mesmo quando não encontra pretensas superiores referências, parece como que dizer – Somos medíocres mas é assim mesmo que gostamos! O Mestre rejeita este nacionalismo e ao dizer que é na Ideia que deve residir a nossa verdadeira pátria impõe um padrão superior de Unidade.
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4. Vivemos numa época em que tudo corre em ritmo acelarado. Alguns dizem que a formação ideológica de pouco serve actualmente dado que as ideologias morreram, numa espécie de Fim da história de Fukuyama. Os políticos actuais mostram-se pouco ideologizados. Julgam que uma sobre-intelectualização poderá conduzir a um abandono da chamada realpolitik e consequentemente à marginalização?
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- Sim, ritmo acelerado, diríamos mais, vertiginoso. As ideologias concebidas por cabeças humanas nascem crescem, tomam corpo, muitas, são responsáveis por grandes desvarios, e depois caducam e morrem. A Ideia Tradicional é de Ordem Cósmica, onde o Bom, o Belo e o Justo, não andam ao sabor das mentes de desejo humanas (o kama-manas para os hindus), por isso a sua Intemporalidade de que já em cima falamos.O abandono da politica e a intelectualização? Não nos merece grandes comentários. Os pseudo-intelectuais são de esquerda e são eles os timoneiros ideológicos da modernidade. A pseudo direita defende uma pequena moral burguesa em que nem eles próprios acreditam mas a que o jogo democrático assim obriga. E portanto ambos não passam de prostitutas ao serviço da globalização capitalista. Ou vocês ainda acham que os casamentos gays, o aborto legalizado, a droga legalizada…futuramente a maior idade para os 16 anos, etc. não fazem também parte da globalização? O Povo deixou de o ser, e a populaça que por aí vegeta contenta-se com as migalhas do proxenetismo.
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5. Na Direita e particularmente no seio da área nacionalista muito se fala de Tradição, havendo inclusive aqueles que teimam em diferenciar a Tradição com T maiúsculo e aquela com minúsculo. O que é então a Tradição?
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- Parece que já fomos respondendo a essa questão, mas expliquemos em termos “materiais” – Imaginemos um cataclismo mundial do tipo “bíblico” o que é que acham que restaria da nossa actual civilização (?) Os computadores, os telemóveis, o ultimo grande avião…? É quase certo que isso fosse tudo consumido pelo fogo, ou pela água, ou por ambos! Agora reparem nas Pirâmides do Egipto, quantas civilizações já passaram por elas (?) e no entanto aí estão, verticais, serenas, quase que imunes ao tempo. Um exemplo plasmado da espiritualidade. A Tradição É em Si mesmo e as tradições são-no na medida que conseguem tocar esse Principio. Como diria o Mestre - Existe Tradição onde não há diferença entre poder temporal e autoridade espiritual.
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6. O termo Legião indicia algo marcial, que implica hierarquia e disciplina. Numa Europa que padece de uma patente desvirilização, qual o sentido que um espírito legionário, militar, entendido este termo no seu significado etimológico?
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- Temos receio em responder a esta pergunta sem cairmos em lirismos ou más interpretações: Se falamos em Tradição falamos em Hierarquia se falamos em hierarquia podemos criar confusão com “cesarismo, bonapartismo”, um erro muito comum da “nossa gente”sempre desejosa de exteriorizar o Duce que há em si. Não estamos preocupados em parecer, embora os nossos egos estejam sempre a martelar-nos, mas em sermos. Para isso é necessário tomarmos consciência da nossa personalidade, a tal máscara com que nos vestimos. O conjunto de nossa personalidade é composto por “hierarquias” desde as necessidades mais elementares como comer ou respirar até aos nossos desejos mais ou menos requeridos pela nossa mente e portanto por aquilo que ela absorve do meio circundante. Depois de entendermos um pouco melhor este processo procuramos formas de domar ou refrear certos ímpetos mais individualistas e materialistas. Tudo isto requer um processo de ascese que tem que ser orientado, definindo prioridades e comportamentos. Falávamos há pouco tempo com elementos de uma determinada associação que nos visitou, da necessidade de criar uma nova personagem, contrariando até um pouco aquela coisa do “homem novo” que todos falam (até os comunistas) e que parece ser servido a la carte, consoante o gosto de cada um. A Legião oferece a identificação a um Ideal Marcial, de Espírito de Corpo, cumprimento do dever e palavra dada, Honra portanto. Requer compromisso, perseverança, e respeito ou seja Fidelidade. Estaríamos a divagar se falássemos em monges-soldados e outras formulas impactantes que não serviriam mais do que alimentar os nossos egos. Só os verdadeiramente livres se submetem à disciplina e hierarquia.
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7. Recentemente surgiu na we uma louvável iniciativa que dá a conhecer a obra de Julius Evola, refiro-me ao Boletim Evoliano. Tem a LV alguma relação de colaboração com este projecto e como o encara?
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- Ainda bem que nos colocam essa questão. O Boletim Evoliano surgiu por iniciativa de um senhor com o qual iniciamos contactos há já algum tempo. Tínhamos decidido por termo ao nosso boletim Horizonte Vertical e em boa hora surgiu a oportunidade de colaborar com essa iniciativa. Marcamos encontro pessoal, trocamos breves impressões, havia já na web alguma coisa publicada da qual se tomou mão e lançou-se o Boletim numero zero. A partir desta altura o referido senhor começou a ser convidado para participar em várias iniciativas da Legião e tem partilhado connosco algumas experiências, que têm sido muito gratificantes para ambos. A verdade é que o Boletim Evoliano se deve inteiramente a ele. Pena para nós que o N. ainda não se tenha decidido a dar o passo…que todos esperamos. Mas como em outras coisas na vida é preciso primeiro dizer o Sim de livre e espontânea vontade.
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8. Em traços gerais, peço a enumeração dos principais problemas que afectam a nossa sociedade.
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- Escrevemos em tempos – Que não chegaria um calhamaço para apontar aquilo que não gostamos no mundo moderno, da mesma forma que os psiquiatras norte-americanos diariamente anotam mais uma nova doença que a prodigiosa modernidade faz às mentes humanas. Num dos últimos textos que publicamos no nosso blog “Uma bala nas ideias…” mencionamos já alguns problemas e como tal não nos vamos aqui repetir.Mas existem no nosso país verdadeiros sinais de alarme e de uma latente revolta por parte da chamada classe média que é a coluna vertebral das sociedades modernas baseadas no primado da economia. Há demasiadas famílias com a corda ao pescoço, fazem grandes sacrifícios para pagarem a educação dos filhos, os empréstimos das casas e para terem um carrito. Por outro lado passamos nas auto-estradas e elas estão cheias de topos de gama, passamos nos “bairros sociais” e encontramos topos de gama, as casas a preços exorbitantes são logo vendidas e os “bairros sociais” continuam a construir-se…percebem? Deixem que partam a coluna vertebral e dá-se a implosão…necessária! Por enquanto aprendamos a cavalgar o tigre.
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9. Então, como poderemos nós mantermo-nos de pé entre ruinas, alimentando essa revota contra o mundo moderno, com vista a cavalgarmos o tigre?
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- Voltando a olhar para as Pirâmides e querer fazer parte da sua eterna grandeza.
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10. Derradeiras palavras para os leitores do Novopress.
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- Já falamos milhentas vezes da necessidade de formar uma Primeira Trincheira… Meus caros amigos o vosso trabalho no NOVOPRESS é sem sombra de dúvidas, e sem falsos elogios, a Primeira Trincheira da blogosfera “nacionalista”. A realidade está à frente dos olhos. Leitura diária obrigatória. E obrigado à gerência por esta oportunidade que deram à Legião Vertical. Saudações Legionárias

Sobre Evola

Depois de darmos a palavra a anti-evolianos patológicos, quer do lado de Israel, ou do lado neo-nacional socialista, vamos agora elevar a linguagem, dando a voz ao deus Krixna, para percebermos o quão distantes estão os dois lados, embora ramos da mesma árvore, e cujo inimigo comum parece ser o mestre da Tradição Julius Evola. Uns e outros são apenas momentos historicamente situados no tempo e no lugar, querer ser mais para além disso, é ir contra a ordenação da evolução do tempo histórico.

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...porque, qualquer empresa, está envolta em defeitos,

tal como o fogo está envolto pelo fumo. pag. 229

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33. Lavanta-te, portanto, e combate, alcança a glória!

E, depois de vencer o adversário, goza dum reino próspero.

Por Mim, estes, já foram abatidos dum só golpe:

sê simplesmente Meu instrumento, ó Ambidextro Arqueiro!

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34 Drona, Bhíxma e Djayadratha e Karna, e também

todos os outros guerreiros, já foram mortos por Mim.

Não hesites nem mais um instante e mata-os, mata-os!

Combate! Teu rival, tu vencerás nesta batalha!

Os Nacional-Socialistas e Evola

A Legião Vertical, como prometido, publica agora uma pequena parte do artigo escrito por Karl Santhrese. Karl adverte os novos camaradas da NS, do perigo ideológico que enfrentam ao lerem Evola.
Limitamo-nos, não a contrapor tal pensamento perfeccionista, pois não é preciso, mas a evidenciar o ponto de vista gabarolas de quem utiliza os argumentos que mais lhe convém.
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El siguiente artículo que elaboré esta destinado a prevenir a los camaradas sobre la influencia nefasta de un escritor italiano llamado Julius Evola. El desconocimiento de muchos camaradas que se están formando doctrinalmente, muchas veces les juega en contra. Actualmente observamos que prácticamentela mayoría de los camaradas NS son autodidactas, pero esta formación puedemuchas veces "descarrilarse" de la esencia del NS, cuando no se le adviertea los nuevos camaradas, sobre algunos peligros ideológicos. Mucho más peligrosos para un nacionalsocialista, que el marxismo (ya que el marxismoes directamente combatido), son las ideas disolventes de Evola. Este escritor (que no fue nazi, ni fascista) es peligroso porque abarca la problemática de los males modernos, lográndose mimetizar con términos utilizados por nosotros, pero al efectuar la crítica bajo un punto de vista radicalmente diferente al nuestro, el efecto final es la confusión y el desastre. Algunos evolianos han intentado infiltrar sus ideas a las nuestras, intentando cambiar su esencia. Ante todo debemos tener en cuenta que el NS no se puede perfeccionar, es perfecto, el 99% de las ideas de Hitler vertidas en "Mi Lucha" son inmortales. Lo que si puede ser sano, esbrindar ideas que amolden el NS a las distintas realidades en los distintos países de raza blanca, pero jamás cambiar su esencia y su norte. Evola no solo combate el nazismo de una manera muy pero muy fina, sino que justamente destruye la esencia de la concepción racista hitleriana, brindando una"nueva visión del racismo" pero desde la "derecha tradicional", los efectos del influjo de estas ideas en muchos camaradas son espantosos (mostraré más adelante algunas ideas y frases de los evolianos). Nosotros debemos saber que no se puede mejorar lo perfecto. El NS fue una obra perfecta en todoslos sentidos...
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Brincando com as palavras, também podemos dizer muita coisa de verdade e mentira, mas não, esperamos que o tempo se encarregue de distinguir o que é do que não é!

Evola e o pós-fascismo

O Boletim Evoliano número um, publica um artigo esclarecedor (que aqui transcrevemos), que vem reforçar o anti-Evolianismo de Israel face ao mestre da Tradição. Prova desse facto indesmentível, é a ascensão democrática de Gianfranco Fini, ex-líder do fascismo Italiano passado, que conseguiu com o apoio de Sharon chegar ao cargo de ministro dos negócios estrangeiros do governo de Berlusconi.

Evola e o pós-fascismo
Marcos Ghio

Em concordância com o processo de globalização que hoje rege o planeta, o prefixo pós tem sido o termo utilizado para referir as distintas correntes de pensamento próprias de tal etapa. Assim, se a pós-modernidade significa viver plenamente o moderno nos seus efeitos, libertando-o de qualquer estéril idealismo que interfira com a sua expansão, as correntes pós no plano do pensamento político tentaram aplicar tais consequências no seu âmbito próprio.

Tal aconteceu especialmente com as suas duas expressões antitéticas de esquerda e direita. Assim, o pós-comunismo representa uma postura que renunciou para sempre a teses conflituosas tais como a luta de classes, a ditadura do proletariado, etc., para se reduzir a um fenómeno light, gramsciano, limitado a meras reivindicações sociais ou culturais que não são outra coisa que uma via reformista de adaptação ao “curso irreversível” do processo histórico e moderno. O mesmo é dizer, esvaziar tal ideologia de todo o espírito revolucionário e anti-burguês que pudesse ter tido em algum momento.

Faltava que também o Fascismo vivesse a sua experiência pós, isto é, que manifestasse plenamente aqueles veios modernos também presentes na sua doutrina, já denunciados no seu tempo por Julius Evola, nos seus escritos da revista La Torre nos quais contrastava os dois espíritos que combatiam no seu seio, o burguês e o legionário. O primeiro era apenas uma simples adaptação ao sistema moderno vigente; em vez de o corrigir ou rectificar, tentava tornar-se parte do mesmo. Tal espírito burguês e conformista foi o que se viveu especialmente durante o primeiro Fascismo, conhecido como o do Ventennio.

A guerra permitiu que esta primeira vertente abandonasse rapidamente o barco, passando-se abertamente para o lado do inimigo e que, por contraste, o espírito legionário se plasmasse na República Social Italiana, cujo significado é o da resistência heróica ante o imparável avanço das forças do caos soviético-americanas.

Mas o pós-fascismo, surgido logo a seguir à queda do Muro de Berlim e à “morte das ideologias”, consiste hoje em repudiar esta última etapa e regressar de forma aumentada ao espírito burguês antes mencionado. Gianfranco Fini, ex-líder do fascismo italiano no século passado, hoje confesso aderente à ideologia pós, mostrou até que limites pode chegar tal trabalho de esvaziamento doutrinário.

Logo depois de ter visitado Israel, denunciado o Holocausto, repudiado Mussolini e usado a kipá, conseguiu alcançar o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros do Governo de Berlusconi. Um dos seus primeiros actos de governo foi justamente viajar até ao país a que devia o reconhecimento pelo seu arrependimento e adesão à ideologia pós. Ali teve a honra de ser recebido por Sharon em pessoa. Grande foi a sua surpresa perante as indicações recebidas desta vez. Muito solto de corpo, o Primeiro-Ministro indicou-lhe de forma peremptória que, se quiser continuar a ter o seu “apoio”, deve impedir a difusão das doutrinas de Julius Evola.

O chefe do sionismo compreendeu muito bem, seguramente devido à leitura incessante dos nossos comunicados, que não existe pensamento mais contrastante com o sistema hoje vigente no mundo do que o formulado à luz de tal corpo doutrinário. Talvez o seu compreensível medo se deva à possibilidade de que, da mesma maneira que o moderno só pode ser negado pelo que lhe é superior e não pela sua consequência mais sombria — o fenómeno pós —, também o fascismo possa ser negado nas suas facetas burguesas e conformistas que o transformaram num fenómeno escasso e insuficiente. Tal como disse Evola, somos supra-fascistas e não pós-fascistas. Somos anti-modernos e não pós-modernos.
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Depois deste texto claro, a Legião Vertical, publicará, num próximo artigo, um texto de Karl Santhrese sobre a dicotomia Hitler/Evola:
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...Actualmente el IV Reich (que son los descendientes directos del III Reich y están ubicados en Bariloche, con los cuales he tenido un estrecho contacto), no acepta el pensamiento evoliano, como miembro honorario del mismo, me veo en la obligación de decirlo y manifestar el punto de vista "oficial" o "neo-oficial".(esto puede confirmarlo EL CAMARADA ARIO_1488). Por lo que en mi puesto de Administrador Adjunto de este grupo al que llamamos Unser Kampf, haré valer esta postura inflexiblemente...Yo personalmente había estudiado por separado la esencia de la idea "racista" de Evola y llegué a la misma conclusión que el IV Reich. Es más, he desarrollado una explicación desde el punto de vista ocultista, que en el libro que estoy escribiendo "Enigma Nazi, la visión censurada" lo trato más a fondo. Para el presente artículo me he basado en las ideas esenciales (especialmente la racista) de Evola y en los efectos nefastos que producen en la ideología de los camaradas NS que lo leen...

Se Israel, povo eleito, senhor da Teogonia, vê em Evola o mal, e subtilmente o deseja fora do pensamento Tradicional. Como compreender que os neo-IV Reich o reneguem com a mesma veemência. Estranho. Até parece que os dois troncos fazem parte da mesma árvore?

A Legião Vertical face a este conluio anti-Evoliano, reforça o seu apego intransigente ao Mestre da Tradição. Se Evola é perigoso para os Israelitas, e para os neo-IV Reich: é porque o pensamento Evoliano está acima deles. Se uns e outros atacam o Mestre, significa tão só que estamos definitivamente no bom caminho.
Continua...

Uma bala nas ideias - Reflexões sobre o momento actual

A escola já não ensina nem educa, há muito que se absteve de formar, limita-se quando muito a passar informação, nem sempre exacta e nem sempre verdadeira e muitas vezes intencionalmente deturpada.
A televisão, grande transmissor de informação e entretenimento, ou politização camuflada, é o maior complemento da má escola, ou melhor, é ela o primeiro meio de lavagem cerebral.
Os pais já semi, ou completamente demoniocratizados ajudam no processo, e aqueles poucos que tentam remar contra a maré são por ela arrastados.
O ensino superior é um viveiro desta má formação-informada e também aqui, salvo raríssimas excepções, são anos passados em cursos sem destino algum, onde mais uma vez o entretenimento e o empata tempo estão presentes.
Aqueles que não conseguem ou não querem optar pelo, “espera mais um bocadinho”, das universidades, e se não estão já narcotizados com drogas a sério ou incapazes de qualquer decisão profissional, continuam a remar sozinhos. Há também os outros, que ainda tentam o mercado (globalizado) laboral, e aí o certo trabalho precário e suas consequências, ou as tentativas frustradas e as tais falta de habilitações ou qualificações (alguns têm-nas em excesso e são por isso também penalizados…) que fazem dele um desempregado com um pé no subsídio e outro pé na marginalidade.

A imigração vinda da Europa de Leste veio numa “primeira vaga” trazer indivíduos com capacidades técnicas e cientificas para além de uma genérica boa-formação e que se sujeitaram a fazer de tudo e sempre com vontade de mostrar o que valiam, inclusive procurando fazer exames de equivalência afim de poderem trabalhar naquilo para o qual estudaram. É claro que com estes vieram também os párias que criaram e aumentaram as suas redes de mendicância profissional e o crime em geral.

De África depois da "descolonização exemplar" (chamada agora de possível) vieram os retornados e refugiados, um milhão de brancos e uns milhares de negros. Encaixaram-se, foram sobrevivendo e muitos encontraram aqui a boa vida que jamais ousaram sonhar nas colónias.
Esta primeira geração de negros habituada à convivência com o branco, que já tinha em África, aguenta-se, faz pela vida, instala-se sem nunca pensar em regressar e para além de procriar massivamente, têm sempre mais alguém que ficou lá na terra e que quer vir para a Europa, pois pelos vistos, a tão desejada independência só trouxe fome, morte, enfim, desgraça total, e com a culpa dos brancos, claro está!
Os procriados massivamente, não foram educados, não foram assimilados, a não ser pelo futebol, dizem-se africanos e nunca conheceram África, e a "cultura" deles são os ténis de marca e o esterco musical (…) proveniente dos USA. A droga faz parte integrante de suas vidas e o trabalho nas obras, que os pais tinham feito, já não é para eles. Roubar ou vender droga a branquinhos alienados é bem mais fácil, dá muito mais dinheiro e não é tão cansativo. Não cantam o Hino Nacional, não porque não saibam, mas porque não é o deles e como já atrás referimos as únicas "pátrias" que conhecem são o Benfica, Sporting, Porto…Estrela de Amadora.
Por essa Europa fora, estes alienígenas todos “formados na kultura-USA”, estão agora cada vez mais a ser recrutados para uma "verdadeira cultura" que fará deles soldados e mártires de um deus vingativo e rancoroso. Se eles já tinham uma justificação de gueto, alicerçados numa pseudo-cultura urbana onde proliferam verdadeiros profissionais do crime, imaginem agora com uma "justificação metafísica" – Um dos assassinos terroristas do 11 de Março em Madrid era um playboy traficante de droga!

"Os nossos” com as ideias deles. A principal causa da desgraça que se aproxima

É a nível das ideias que o combate deve ser travado – diz-nos o Sr. Prof. AJB
E nós dizemos que ele tem razão: O primeiro ataque terá que ser dirigido às cabeças-cifrão que são as portadoras das ideias globalizantes descendentes dos antigos traficantes de escravos. A escravatura era (é) mão de obra barata que vai enriquecer mais os vampiros capitalistas e alimentar as intersindicais, necessárias justificadoras democráticas do capital. Dos grandes vampiros (ditos grupos económicos) já sabemos que é de sangue, de muito sangue, que eles se alimentam, mas é dos piolhos que parasitam na sua pelagem que temos que ter mais atenção, e a denuncia tem que ser feita. Onde estão os sindicatos que já não defendem os seus associados (?) pois nenhum deles disse basta à escravatura-imigracionista invasora que deteriora dramaticamente o nível de vida dos trabalhadores europeus. Onde estão os sindicatos que não denunciam o facto de que quantos mais imigrantes se legalizam mais direitos eles têm e que por essa razão os vampiros já não os querem para trabalhar e continuam a preferir os recém chegados ilegais e sem direitos (mais baratos portanto), fazendo disto um ciclo vicioso que só irá parar com um "tiro nos ..." de quem possui estas ideias. As tais ideias onde o combate deve ser travado.
E a partidocracia que se alimenta desta nova escravatura (?), uns pretensamente com muita pena deles até lhes dão cargos nos seus partidos pois é uma forma de garantir os seus votos e os futuros que lá vêm. Precisam deles como o vampiro e o piolho precisam de sangue para sobreviver.

Não somos nós, apologistas da unidade dos povos, respeitadores da diversidade étnica e cultural e por conseguinte contra esta mistura anárquica a que o mundo está submetido, que queremos mal a quem num "último fôlego" arrisca a sua vida para chegar à Europa.
A tal Europa dos brancos que muitos tanto detestam mas que, ainda assim, são melhores do que aqueles bandidos que nas suas terras os matam com guerras e fome. Mas também estes "coitadinhos" depois de chegarem cospem com extrema facilidade na mão que lhes deu abrigo…

A Europa tem por conseguinte vindo a sofrer um dramático e “subterrâneo” processo de invasão e esta situação a continuar, pois não vemos a maioria branca preocupada, só irá aumentar o clima de racismo, xenofobia, raiva…e ódio. E serão os filhos e netos dos branquinhos que agora não se preocupam que estarão em guerra amanhã porque os burgueses bem pensantes dos seus papás gostam muito de encher a boca com palavras como: igualdade, liberdade, democracia, fraternidade, direitos do homem, Maio de 68, etc.

Infelizmente é esta a triste esperança que nos resta, que as futuras gerações de europeus tenham de aprender da pior maneira por culpa dos actuais desgovernantes que têm as ideias que precisam de ser verdadeiramente combatidas.

AVÉ

Ninjutsu - A arte medieval de espionagem

(Apresentamos alguns extractos referentes ao Ninjutsu do extraordinário livro -Budo Secreto- de Carmelo H. Rios e Michel Coquet)
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Origem
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É tradição remontar a origem do Ninjutsu a uns 2000 anos. Mas é preciso reconhecer que esta escola se desenvolveu na realidade durante o período Heian (794-1185) para conhecer a sua idade de ouro durante o período Kamakura (1192-1333).
O ninjutsu reagrupava diferentes escolas (Ryu), tendo como objectivo principal a formação de indivíduos capazes de utilizar seus potenciais naturais ao serviço de um mestre ou de uma causa e com fins de espionagem. Isto foi possível graças a severo treino, tanto físico como psíquico e psicológico. Físico porque o Ninja aprendia a saltar, a correr com grande rapidez e a ultrapassar todos os obstáculos que se lhe apresentavam, realizando verdadeiras proezas. Psicológico porque o Bushido, código de honra do samurai, era também incluído na educação do jovem Ninja.
Foi graças a um documento que a espionagem pode ser introduzida nos turbulentos séculos XIII e XIV e foi também durante esta época que o Ninjutsu teve sua maior influência no desenrolar histórico do Japão.
No antigo país nipónico o budismo era a religião nacional e os templos sagrados eram protegidos por uma casta de homens armados. Estes Guardiões (Osonakama) estavam constituídos por laicos e sacerdotes. Estes últimos, chamados Yamabushi, formaram mais tarde poderosas organizações, actuando clandestinamente na segurança que as montanhas lhes ofereciam. Os Yamabushi, reputados por suas estranhas faculdades psíquicas, eram possuidores de uma ciência esotérica, transmitida de mestre a discípulo nos templos da organização. Estas ordens parece que evoluíram a partir de uns grupos de ascetas e eremitas, que seguiam a via da solidão a fim de adquirir poderes supra-normais. O caminho do Shuguendo, a via dos poderes, como veremos, é uma espécie de síntese das técnicas dominadas por alguns indivíduos sobre a realização de si mesmos. Estas técnicas levam a influência da seita Tendai, do Mestre Saicho, e da seita Shingon, do Mestre Kukai, sendo ambos grandes mestres e iniciados. Estes são pois, os Yamabushi, que vivendo nas montanhas ensinaram o Shuguendo aos Ninjas.

QUEM SÃO OS NINJAS ?
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O Ninjutsu começa a ter a estrutura de uma organização a partir do século VII, na qual alguns indivíduos se refugiaram nas colinas de Kyoto por razões diversas. Durante os quatro séculos que se precederam, umas vinte e cinco escolas diferentes, concentradas principalmente nas ilhas de Honshu, ensinaram o Ninjutsu. Destas escolas saíram grandes Ninjas. Entre os mais célebres da classe dirigente (Jonin) temos: Hanzo Hatori, Sandayu Momochi e Nagato Fujibayashi.
Os Ninjas formaram uma sociedade secreta extremamente bem organizada. À sua cabeça encontrava-se a elite clerical, que tinha uma influência tanto política como social muito poderosa. Esta sociedade secreta reagrupava as famílias de Ninjas, constituindo elos de uma cadeia muito sólida. Esta compreendia uma classe dirigente, os Jonins, administradores de primeira ordem que negociavam as alianças e tomavam as iniciativas mais importantes. Seguidamente estavam os Shunins, grupo intermédio, que tinham o papel de mediadores entre o grupo superior e o inferior, estando este último composto pelos Gemins, que era o grupo dos combatentes, que deu nome aos mais célebres Ninjas.
A arte do Ninjutsu era hereditária, o filho do Ninja, que nascia numa família Ninja tinha por destino converter-se a si mesmo em Ninja. A educação começava de muito novo com um treino físico muito duro quase inumano. Desta forma o pequeno Ninja era colocado à parte dos outros miúdos da sua idade. Quando era maior e mostrava ser digno da confiança que os seus professores lhe depositavam, podia ter acesso aos ensinamentos secretos transmitidos de geração em geração, e somente àqueles descendentes que eram merecedores dela. Estes ensinamentos estavam transcritos em rolos de pergaminho (Torimaki), nos quais se podia notar a influência chinesa. Com efeito figuram documentos do Sonshi, clássico militar chinês do Omyodo, antiga ciência chinesa que incluía a arte da adivinhação, práticas Ch'an, que chegaram a converter-se posteriormente no Zen e do Shuguendo dos Yamabushi.
A harmonia era por vezes difícil de conseguir no seio da família dos Ninjas. Às ordens de vários mestres eram frequentemente empregados para diversas causas políticas e inclusive para missões antagónicas. A dissolução das organizações Ninja teve como principal móvel a sua dispersão nas províncias, e ainda que as famílias formassem um número consideravelmente importante, não puderam jamais derrubar as tropas governamentais que constituíram sempre uma força unida e concentrada.
Os Ninjas residiam em campos de treino, conhecidos por aqueles que pertenciam a uma das sessenta tradições de Ninjutsu. Estes campos estavam geralmente situados nas montanhas e nos bosques impenetráveis.

Julius Evola

A Legião Vertical, homenageou em cerimónia, o mestre Julius Evola.
O ritual de homenagem, realiza-se anualmente, ao dia 11 de Junho.

Ponto da situação

Graças à nossa orgânica interna tem sido possível marcar presença com rigor, disciplina, e algumas vezes também com alegria sempre que ombreamos com gente de bem. Gente de bem essa, que mais do que aquilo que defendiam ou defendem (e com o qual nós de certa forma nos identificamos), é o seu carácter, personalidade, educação, que nos faz estar a seu lado.
Na LV, qualquer legionário pode ter e dar a sua opinião, pode ter o seu blog pessoal e escrever o que bem entender, mas como o nosso projecto exige, disciplina…e harmonia com os camaradas e com o Ideal por eles representado, "qualquer" falha ou maior descuido individual são vistos como mau funcionamento do Todo. Toda a engrenagem precisa de óleo para se manter em bom funcionamento, e se mesmo assim emperrar elimina-se a peça defeituosa.
Uma das cinco Obrigações do Legionário diz que: - O legionário nunca nega ajuda ao seu camarada e em combate nunca o abandona. Pois bem, nós não andamos em guerra declarada e aberta com ninguém, mas o aço antes de se transformar numa espada cortante, é aquecido na forja e várias vezes martelado até atingir o estado "alquímico perfeito" que o vai transformar em arma mortífera preparada para o combate! Também o legionário passa por provas que o transmuta: é martelado na bigorna e arrefecido na água que lhe dá a têmpera. Entra num veleiro que o transporta por "mares desconhecidos" e nesta fase a sua maior virtude é a Paciência, que lhe vai alicerçar a Fidelidade para com o Ideal e os camaradas que o personificam.
Nenhum de nós, legionário, é por conseguinte inimputável em relação à Legião Vertical.
Quando aceitamos inscrições ou convidamos pessoas para algumas de nossas actividades queremos que elas participem e conheçam um pouco melhor o nosso Ser colectivo. Oferecemos, damos, transmitimos e só queremos receber de quem verdadeiramente quer dar. É precisamente quando continuamente aceitamos a oferta de alguém que essa pessoa está em prova como legionário.

Julius Evola

19 Maio 1898 - 11 Junho 1974

"Há doenças que incubam durante muito tempo, mas que só se tornam evidentes quando a sua obra subterrânea já quase chegou ao fim. Assim acontece com a queda do homem ao longo das vias da que ele glorificou como sendo a civilização por excelência."
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